(Agricultura angolana de subsistência; imagem daqui)
Se já era incompreensível a usurpação de terrenos, sem
que os sobas e as autoridades tradicionais locais nada consigam fazer para
impedir, mais impressionante é a acusação de que os mesmos indivíduos estão a
recrutar crianças, entre os 14 e 17 anos, para fazerem o “seu" serviço agrícola,
contra o pagamento – mais que simbólico, já que o habitual é, também, ele,
baixo – de 90 dólares.
E tudo isto a escassos 90 kms da capital provincial, Menongue.
É sabido que a província de KK é considerada como “terras
do fim do Mundo” mas, será que serão tão fim
de mundo que o Governo provincial e as forças policiais nada saibam, nada
ouçam, nada vejam, e permitam que esta absurda e incompreensível situação seja
já do domínio público internacional?
Quero crer que não. Que tudo esteja a ser feito ao
arrepio das nossas autoridades e que Luanda, em último caso, faça uma intervenção
pronta e objectiva sobre todos estes desmandos denunciados.
Já há tempos se soube que brasileiros andavam a ocupar excelentes
terrenos agrícolas no Kwanza Sul para produção de soja que seria reenviada, a posteriori e, provavelmente, como
produto brasileiro, para a China.
Agora esta estranha, absurda, anómala e incompreensível situação,
a que se junta, uma vez mais, a acusação que a China estará a “exportar”
condenados seus para Angola. Recordo que já há cerca de 5 anos, quando detinha
responsabilidades associativas, ouvi esta acusação que nunca me provaram. Mas…
Todavia, deixem-me ser ingénuo, e não querer acreditar
que o “internacionalismo” chinês vá a tal ponto e que os “subsídios”
financeiros da China já não sejam só pagos pelo petróleo.
Entretanto, a agricultura de subsistência dos angolanos está desaparecendo naquela região.
E a quem é que isto interessa ?...
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