31 outubro 2016

Analise ao Discurso sobre o Estado da Nação - artigo

A minha análise ao Discurso sobre o Estado da Nação, proferido pelo Presidente da República, o senhor Engº. José Eduardo dos Santos, em 17 de Outubro pp., na IV Sessão Legislativa da II Legislatura da Assembleia Nacional, em Luanda, e agora publicado no semanário Novo Jornal, edição 455, de 28 de Outubro, "Especial - Análise" nas páginas 14 e 15.

Esta análise, enquanto investigador do CEI-IUL, era para ter sido publicado na edição anterior, mas por razões de paginação, foi publicado nesta edição de 28 de Outubro.

«Na sessão solene de abertura da quinta sessão legislativa da III legislatura referente ao ano parlamentar 2016-2017, antes das previstas eleições do próximo ano, o senhor Presidente José Eduardo dos Santos proferiu o habitual discurso do Estado da Nação de que respigo alguns dos principais pontos e os comento.

Reportam, única e exclusivamente, a minha visão e análise do seu discurso e, como tal, assim devem ser lidos os pontos que segue, sendo que a cada ponto corresponde uma citação do senhor Presidente Eduardo dos Santos a que segue o meu comentário:

1. Reafirmou uma vez mais que «tanto o clima de paz como o normal funcionamento das instituições são já uma realidade [que contribuem para] o pleno desenvolvimento económico e social do nosso país.»

Comentário: Das suas palavras ressalta que só na Via Expresso, de Luanda, ainda poderão ocorrer actos de “ataques bombistas”(??!!), e em todo o resto do País, está tudo calmo; será? não é isso o que transpira da província de Cabinda, dado as constantes palavras que as autoridades políticas e militares da província fazem para reforçar que há Paz: teria sido oportuno que o senhor Presidente tivesse aproveitado a sua alocução para pôr fim a eventuais e persistentes especulações! (...)».

O texto pode ser lido na íntegra aqui ou no pdf das páginas do Novo Jornal.

©Artigo de Opinião publicado no semanário angolano Novo Jornal, ed. 455 de 28-Outubro-2016, Análise, página 14 e 15. 

27 outubro 2016

Conferência: "Angola na Comissão do Golfo da Guiné e na Zona de Paz Cooperação do Atlântico Sul" - o acto

(Os oradores e eu; foto ©blog democrat)

A presença de Angola na Comissão do Golfo da Guiné e na Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul motivou a presença dos docentes José Francisco Pavia e Gustavo Plácido dos Santos num debate organizado pelo moderador Eugénio Costa Almeida com o apoio do Centro de Estudos Internacionais do ISCTE.
O colóquio serviu para explicar a importância de Angola nas duas organizações, bem como as dificuldades que se instalaram na região por causa da instabilidade política, mas sobretudo devido aos diferentes pontos de vista para terminar com a criminalidade que cresceu nos últimos anos. (continuar a ler aqui).
Também podem ver o vídeo da Conferência aqui.

O meu texto (de Apresentação) já pode ser lido, integralmente, no Academia.edu ou no Repositório do CEI-IUL.

09 outubro 2016

Conferência: "Angola na Comissão do Golfo da Guiné e na Zona de Paz Cooperação do Atlântico Sul"



Porque poderá ser do interesse dos membros do grupo; é no próximo dia 25 de Outubro, 18,00 horas, no ISCTE-IUL, em Lisboa:

Este é um projecto a que me dediquei este ano e no âmbito do meu Pós-Dooutoramento!

Era para ser um pouco mais abrangente, mas razões académicas e institucionais levaram que se ficasse por este Debate único onde estarão excelentes oradores.

Título completo da Conferência/Debate: «A orientação de Angola no seio da Comissão do Golfo da Guiné (CGG) e a sua coordenação com a Zona de Paz e Cooperação no Atlântico Sul (ZOPACAS): qual o posicionamento na interação das duas organizações»

06 outubro 2016

António Guterres o quase certo futuro nono Secretário-geral das Nações Unidas!



(de antigo Alto Comissário para os Refugiados a Secretágio-geral das Nações Unidas)

O Conselho de Segurança aprovou, hoje - 6 de Outubro de 2016 -, por aclamação a nomeação do Engº António Guterres para secretário-geral das nações Unidas para o quinquénio 2017-2021, conforme declaração que se transcreve "O Conselho de Segurança recomenda à Assembleia-Geral que o senhor António Guterres seja designado como secretário-geral das Nações Unidas, entre 1 de janeiro de 2017 e 31 de dezembro de 2021", afirma a recomendação do órgão decisório da ONU, aprovada por aclamação».

Saúde-se esta nomeação, mas não se embandeire em arco como se ela já esteja efectiva. Como a declaração reforça – sublinhe-se, e não estou a ser nem conspirativo nem, usando uma terminologia popular portuguesa, “Velho do Restelo”, reforça – o CS recomendou à Assembleia-geral que designe Guterres como Secretário-geral. Ora sabe-se que a Assembleia-geral das NU quando “trabalhada” sabe dar a volta às recomendações – leia- se “ordens” do teocrático e pouco democrático – Conselho de Segurança.

Em princípio, esta designação está quase assegurada, face ao consenso que a sua candidatura abrangeu – com particular destaque, para os países da CPLP (não me recordo de ter lido a posição oficial da Guiné-Equatorial) – bem como o modo como a candidatura extemporânea da búlgara e vice-presidente da Comissão Europeia Kristalina Georgieva foi criticada – realce-se, que já tinha sido verberada ainda antes da sua apresentação – a nível internacional.

Ainda assim, recorde-se que Georgieva foi uma lança remetida pela Alemanha, mais concretamente, pela Chanceler Angela Merkel, com o apoio da liderança da Comissão Europeia – que, face à presença de um candidato de um seu Estado-membro deveria ter, naturalmente, optado pela equidistância do acto eleitoral -, do fechadíssimo grupo Clube de Bilderberg, e, de certa forma, ainda que indirectamente sob a capa de quererem uma mulher – tal como o ainda Secretário-geral Ban Ki-moon (e dos seus apoiantes africanos a quem o ainda S-G afirmou que daria maior visibilidade nas alterações e recomposição da Instituição) – ou dos financeiros da Wall Street. E depois, também, do enxovalho que recebeu de Vladimir Putin quando este disse que Angela Dorothea Merkel queria impor uma nova candidata, como se veio a comprovar mostrou que Merkel pode, mandar na "sua" Europa, mas que na ONU “mandamos nós” (é o actual presidente em exercício do Conselho de Segurança)!...

Em teoria nada será e com a votação preliminar de ontem e a aclamação de hoje de aguardar de expectável. Todavia, não esqueçamos que a senhora Merkel vem perdendo muito apoio interno – as últimas eleições regionais resultaram em fortes quebras eleitorais – pelo que necessita de recuperar alguma da auréola que granjeou nestes últimos quase 12 anos de mandatos, além de que a candidata dos “últimos 100 metros da Maratona” ter já apresentado a sua desistência e felicitado.

Só que nada como trabalhar nos corredores para tentar provocar alguma reviravolta no sistema – a Alemanha apoia financeiramente alguns Estados africanos e latino-americanos que estão dependentes das ajudas externas para sobreviverem o seu depauperado e decrépito Orçamento anual – e não aprovarem a tal recomendação e exigirem, na linha do que o “neutro” Ban Ki-moon quase exigiu, que o Secretário-geral seja uma senhora, e neste caso, poderia muito bem ser ou a búlgara Irina Bokova, Directora-geral da UNESCO.

E a Alemanha que quer ser membro-permanente do Conselho de Segurança, tem aqui uma boa oportunidade para aquilatar da “força” da sua eventual candidatura a tal cargo, caso opte por intervir nos corredores do Palácio de Vidro de New York (que, por acaso – e só se recorda por acaso – se situa na antiga lixeira desta cosmopolita metrópole) para que Guterres não seja, efectivamente eleito e consiga reverter o apoio da AG noutra personalidade; e aqui, não esqueçamos, que a maioria dos 193 ou 195 membros da Nações Unidas valem muito mais que os 5 vetos dos “tiranos permanentes” do Conselho de Segurança como, por exemplo e o maior exemplo, a Resolução 1514 (XV), de 14 de Dezembro de 1960.
Mas enquanto isso, transmite-se os parabéns ao Engenheiro António Guterres (aqui descrito pelo seu biógrafo “oficial”), o previsível futuro nono Secretário-geral das Nações Unidas.

Saúde-se esta nomeação, mas não se embandeire em arco como se ela já esteja efectiva. Como a declaração reforça – sublinhe-se, e não estou a ser nem conspirativo nem, usando uma terminologia popular portuguesa, “Velho do Restelo”, reforça – o CS recomendou à Assembleia-geral que designe Guterres como Secretário-geral. Ora sabe-se que a Assembleia-geral das NU quando “trabalhada” sabe dar a volta às recomendações – leia- se “ordens” do teocrático e pouco democrático – Conselho de Segurança.

Em princípio, esta designação está quase assegurada, face ao consenso que a sua candidatura abrangeu – com particular destaque, para os países da CPLP (não me recordo de ter lido a posição oficial da Guiné-Equatorial) – bem como o modo como a candidatura extemporânea da búlgara e vice-presidente da Comissão Europeia Kristalina Georgieva foi criticada – realce-se, que já tinha sido verberada ainda antes da sua apresentação – a nível internacional.

Ainda assim, recorde-se que Georgieva foi uma lança remetida pela Alemanha, mais concretamente, pela Chanceler Angela Merkel, com o apoio da liderança da Comissão Europeia – que, face à presença de um candidato de um seu Estado-membro deveria ter, naturalmente, optado pela equidistância do acto eleitoral -, do fechadíssimo grupo Clube de Bilderberg, e, de certa forma, ainda que indirectamente sob a capa de quererem uma mulher – tal como o ainda Secretário-geral Ban Ki-moon (e dos seus apoiantes africanos a quem o ainda S-G afirmou que daria maior visibilidade nas alterações e recomposição da Instituição) – ou dos financeiros da Wall Street. E depois, também, do enxovalho que recebeu de Vladimir Putin quando este disse que Angela Dorothea Merkel queria impor uma nova candidata, como se veio a comprovar mostrou que Merkel pode, mandar na "sua" Europa, mas que na ONU “mandamos nós” (é o actual presidente em exercício do Conselho de Segurança)!...

Em teoria nada será e com a votação preliminar de ontem e a aclamação de hoje de aguardar de expectável. Todavia, não esqueçamos que a senhora Merkel vem perdendo muito apoio interno – as últimas eleições regionais resultaram em fortes quebras eleitorais – pelo que necessita de recuperar alguma da auréola que granjeou nestes últimos quase 12 anos de mandatos, além de que a candidata dos “últimos 100 metros da Maratona” ter já apresentado a sua desistência e felicitado.

Só que nada como trabalhar nos corredores para tentar provocar alguma reviravolta no sistema – a Alemanha apoia financeiramente alguns Estados africanos e latino-americanos que estão dependentes das ajudas externas para sobreviverem o seu depauperado e decrépito Orçamento anual – e não aprovarem a tal recomendação e exigirem, na linha do que o “neutro” Ban Ki-moon quase exigiu, que o Secretário-geral seja uma senhora, e neste caso, poderia muito bem ser ou a búlgara Irina Bokova, Directora-geral da UNESCO.

E a Alemanha que quer ser membro-permanente do Conselho de Segurança, tem aqui uma boa oportunidade para aquilatar da “força” da sua eventual candidatura a tal cargo, caso opte por intervir nos corredores do Palácio de Vidro de New York (que, por acaso – e só se recorda por acaso – se situa na antiga lixeira desta cosmopolita metrópole) para que Guterres não seja, efectivamente eleito e consiga reverter o apoio da AG noutra personalidade; e aqui, não esqueçamos, que a maioria dos 193 ou 195 membros da Nações Unidas valem muito mais que os 5 vetos dos “tiranos permanentes” do Conselho de Segurança como, por exemplo e o maior exemplo, a Resolução 1514 (XV), de 14 de Dezembro de 1960.
Mas enquanto isso, transmite-se os parabéns ao Engenheiro António Guterres (aqui descrito pelo seu biógrafo “oficial”), o previsível futuro nono Secretário-geral das Nações Unidas.