Uma vez mais, a chamada oposição civil angolana, agrupada num tal Conselho Político da Oposição, vem pela voz de tal Anastácio Finda, porta-voz da "coligação" reclamar da realização da segunda volta das presidenciais angolanas que, por força e efeito de um trágico conflito militar, nunca se realizaram.
Chegam ao ponto de ameaçarem recorrer ao Tribunal Internacional e, ou à ONU.
Uma vez mais reitero o absurdo de reclamarmos a realização dessas eleições. Não vejo onde poderemos chegar. Impedir dos Santos de se candidatar a uma terceira reeleição. Não! Esta seria o sancionamento legal de primeira. Logo, quer queiramos, quer não, teria toda a legitimidade para concorrer a um 2º mandato oficial.
Também Joffre Justino, antigo destacado militante de cúpula da UNITA e com quem nunca tive a oportunidade de contactar directamente na Delegação de Lisboa - os nossos contactos foram sempre via press-releases e e-mails -, num comentário no AngoNotícias e que a seguir se transcreve verbera essa hipótese absurda e académica de realizar uma segunda volta.
"É uma pena estarmos a ver renascer um conflito que dói em todos os Angolanos. A UNITA, como sabemos nada tem a ver com estes imbróglios que estão a ser levantados por um pequeno grupo de partidos, respeitáveis enquanto instituições, mas que tomam, ao que se vê, posições que só magoam as pessoas. As eleições de 1992 são ainda uma ferida, mas, por outro lado, o Protocolo de Lusaka e o Memorando de Entendimento, enquadram as consequências da não realização da segunda volta de 1992. Hoje o que está em jogo são novas eleições. Não há razões para recuperar um Passado que foi ultrapassado por 12 anos. Por outro lado, o que parece pretender-se é impedir que a UNITA, por exemplo, assim como outros partidos, tenham um candidato, o que agrava ainda mais as feridas. Note-se que, na minha opinião, o MPLA e o eng. José Eduardo dos Santos nada ganham com esta manobra pseudo legal e o país, esse então, só perderá."
Penso que aqui JJ diz tudo ao pôr a mão numa ferida que ainda está aberta em muitos lares angolanos, apesar de todos os esforços que vimos fazendo para esquecer e procurar caminhar para uma frente em prole engradecimento do País, seja a nível político - parece o mais atrasado - seja social seja económico.
Por favor, esqueçamos, de vez as malfadadas eleições de 1992 e procuremos que as de 2006 sejam justas, transparentes e geradores do desenvolvimento do País.
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