03 novembro 2005

Guiné-Bissau tem novo p.m.

“Nino” Vieira nomeou Aristides Gomes como primeiro-ministro da Guiné-Bissau, através de um decreto presidencial, substituindo assim no cargo Carlos Gomes Júnior. É o 12º Chefe de Governo desde 1973.
Aristides Gomes, ainda militante do PAIGC, mas suspenso e sob processo disciplinar, devido ao apoio que deu a “Nino” Vieira, foi durante o consolado deste várias vezes ministro.
Todavia, a contestação já começou.
Segundo a Constituição é do partido mais votado que deve sair o Chefe de Governo.
Ora, de acordo com o PAIGC, nada disto aconteceu.
Até porque, segundo o PAIGC este apresentou como alternativa a Gomes Júnior – que decidiu abandonar o direito ao lugar devido à incompatibilidade de coabitação que “Nino” eventualmente invocaria – escolher Martinho Ndafa Cabi, 3º vice-presidente, na impossibilidade de Satu Camará, 2º vice-presidente do PAIGC, que é actualmente o 1º vice-presidente do Parlamento.
Mas “Nino” num golpe de teatro muito habitual nele não só não aceitou a proposta como apresentou um novo primeiro-ministro, entretanto já empossado no cargo, sob a presença de Francisco Benante, presidente do parlamento, do Procurador-Geral da República, Octávio Alves, e de alguns representantes da comunidade internacional.
De notar, no entanto, a ausência, além do ex-primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior e membros do anterior executivo, da presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Maria do Céu Monteiro, e, principalmente, das chefias militares.
De notar, também, que o novo primeiro-ministro foi empossado sem discursos.

1 comentário:

Anónimo disse...

Nino Vieira nomeou novo Primeiro-Ministro e empossou-o no dia de Finados ou dos Fiés Defuntos.

Talvez para tentar esquecer os que partiram deste mundo por sua intervenção directa ou indirecta.

Talvez o atormentasse os espíritos de Paulo Correiae, Viriato Pã, Braima Bangurá, Pedro Ramos, João da Silva e tantos outros incluindo os milhares de nossos compatriotas que morreram na guerra civil desencadeada pelo Nino após mandar vir os senegaleses para os virar contra o seu próprio povo.

Que a sua cabeça não pare até ser corroída pelos remorsos de tanto mal que já fez.

AC