O senhor João Cravinho, Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, do Governo português, em entrevista ao Expresso e citada pelo Angonotícias declarou e igualou Savimbi a um monstro africano só parecido com Hitler.
O senhor Secretário de Estado tem todo o direito, como cidadão, e só enquanto cidadão, em exprimir a sua opinião. Pode ser contestada, criticada mas todos teremos de a respeitar, mesmo que não concordemos com ela. Mas, enquanto Secretário de Estado de um Governo estrangeiro não tem o direito de dar este tipo de opinião, muito menos publicamente.
Caberá, unicamente, aos angolanos exteriorizar o que pensam de Jonas Malheiro Savimbi.
Não será um membro de um Governo externo, por sinal filho de um angolano, que deverá opinar e nas condições que o fez.
Não insulta quem quer, mas quem tem capacidade para tal. E ao contrário de Orlando Castro, na sua rubrica Alto Hama, não me parece que aquele senhor tenha a mínima capacidade para insultar quem quer que seja, muito menos aqueles que, por esta ou aquela razão gostaram, simpatizaram e continuar a venerar a auréola de Savimbi. É uma forma de estar dos angolanos; salvaguardarem os seus mitos, principalmente depois de mortos e nas condições em que essa ocorreu.
E não é um senhor que, paradoxalmente, está num Governo apoiado por um partido que é o suporte primeiro da candidatura de Mário Soares, um dos culpados por não ter havido “um distanciamento [perante Savimbi pelo] que prejudicou muito seriamente as relações entre Portugal e Angola” que vai dizer aos angolanos como devem respeitar, ou não, os seus mortos.
E já agora, senhor João Cravinho, talvez não saiba mas chegou a ser pensado em condecorar o senhor Jonas Malheiro Savimbi, e dar-lhe o título de “Herói Nacional” ao abrigo da nova lei-quadro dos títulos honoríficos e condecorações aprovados pela Assembleia Nacional.
Por isso senhor Secretário de Estado, tomando a liberdade de utilizar como minhas as palavras de OC permita-me que lhe diga é que Savimbi, “… continuará na História, mau grado as tentativas dos Cravinhos que não fora a sorte de viverem na Europa não conseguiriam aplaudir o que é válido porque teriam medo de cair da árvore.” E isso duvido que venha a acontecer consigo.
5 comentários:
Oh, Eugénio, tu não confundas estes mongues com o partido que o Pai Soares fundou, porque o actual está a milhas... esse tal J.Crav. é apenas mais um e até é capaz de escrever com erros...
Do Savimbi, pois que cada povo condecore conforme lhe apetecer que é para isso que elas, as medalhas, existem - Abraço para ti, uma, de longe, que nunca conseguiu apreciar a relação dele com a PIDE e com o 'apartheid'. E, para mais, ele que, também, assassinou como outros o assassinaram a ele...
No Angonotícias alguem escreveu e bem que faltou o JC falar noutros Hitlers de Angola.
Disse
Se houvesse algum alógica no que se diz, só os austríacos e alemães poderiam falar no Hitler e os russo de Esatlina. igualmente com os cambodjanos, a quem cabia o exclusivo direito de tratatem o sr. Pol Pot com adjectivos que nunca salvaram nehuma das milhentas vidas sacrificadas. Se a lógica fosse uma batata, então estaríamos perante um puré. Que o homem foi um momnstro absoluto, o mal em estado queimicamente puro,não há mente sã e equilibrada que o não saiba. Coisa diferente é saber porque é que há angolanos que têm saudade dele, tal como há russos que suspiram de saudades por Staline. Foi um monstro foi, e como tal deve ser tratda a sua memória amaldiçoada.
Savimbi foi e será sempre um monstro e mais nada! MONSTRO = M O N S T R O, SANGUINALENTO!
Caro(a)s amigo(a) anónimo(a)s.
Têm todo o direito a mostrarem a vossa indignação e reafirmar a vossa postura.
Se para una é - foi - um Monstro, para outros terá sido uma espécie de guardião da Liberdade.
Como Savimbi utilizou - ou não utilizou - essa postura só a História poderá friamente julgar.
Só lamento uma coisa. É que nunca assinem.
Acreditem que não me ofendo.
Mas as pessoas devem assumir o que escrevem. São todos livres de terem os vossos pensamentos.
Obrigado pela vossa colaboração e opinião.
Eugénio Costa Almeida
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