(paquete Infante D. Henrique)
... e depois de ter passado quase um ano a viver em Portugal, conseguia "obrigar" os meus pais voltarem de vez - era essa a nossa intenção - para Angola.
Meu pai que tinha ido uns dias antes de avião, deixou-nos o encargo de embarcar as nossas imbambas para a volta que se previa - queria - definitiva à minha terra, à minha Angola.
Foi a 19 de Abril de 1974 que embarcámos, eu e minha mãe, no paquete Infante D. Henrique naquela que foi, em termos de viagem, a pior que alguma vez tinha feito por barco.
Portugal já andava em bolandas; tinha havido o 16 de Março reconhecido pelo Golpe das Caldas; a Assembleia Nacional, dominada pela União Nacional, via os seus deputados a não lá porem os pés - onde é que eu ouvi isto, recentemente? -; o paquete foi com metade a tripulação devido a problemas sociais e laborais na companhia a que pertencia o paquete, a Companhia Colonial de Navegação; a comida era intragável: corvina ao almoço, corvina ao jantar e, aleluia, omelete de... corvina ao mata-bicho (a minha mãe que estava de dieta rigorosa foi quem melhor se safou já que comia só cozido... umas vezes corvina, outras pescada); e depois... bom, e depois houve uma data que tudo mudou e essa é para outros cenários.
Foi há 32 anos...
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