14 fevereiro 2011

Os dinossauros políticos poderão ter os dias contados?…

(imagem Internet)

Primeiro foi Ben Ali – rectifico, primeiro foi, ou quase foi porque ainda abana com apoio de outros como ele, Gbagbo, na Cote d’Ivoire – e de seguida, realmente Ben Ali, da Tunísia; depois abanou, mas ainda se agarra ao cacaueiro, um senhor que dá por um nome que já foi grande em África, Bongo, mais concretamente Ali Bongo, no Gabão.


Há três dias, de tanta ventania, caiu, de maduro, Hosni Mubarak, do Egipto, enquanto no Iémen, na Argélia, e, timidamente, no Irão a ventosidade começa a se fazer sentir.


E porque a História repete-se, refundando-se, tal como na Tunísia um grevista de fome despoletou a queda do autocrata, agora este vírus chegou à Guiné-Equatorial onde um escritor, Juan Tomaz Ávila Laurel, está em greve de fome desde sexta-feira para que o general – mais um – Teodoro Obiang Nguema saia de cena onde está agarrado há 32 anos (por acaso é o actual presidente em exercício da União Africana) e o povo guineense-equatorial saia daquilo a que o escritor chama de "anestesiados" e "desalentados" onde a agricultura que poderia ser totalmente auto-suficiente está abandonada ao ponto de mais de 80% dos que os guineenses de Malabo consomem ser totalmente importada.


Petróleo e habituais e inconfessáveis interesses externos oblige


Enquanto for interesse das potências que Obiang se mantenha no poder – como foi com Mubarak ou como recorda Lukamba Gato, antigo secretário-geral da UNITA numa entrevista ao Semanário Angolense, relativamente a Savimbi – é certo que estará sempre comodamente sentado no poder. Então agora que formalizou o pedido de adesão à CPLP e solicitou a Angola o apoio para o ensino da língua portuguesa, deve sentir melhor essa protecção. Mas também porque o fez, pode mais facilmente cair dado que os espanhóis devem mudar as suas actuais agulhas de apoio mesmo que os EUA continuem a apoiá-lo até certo ponto. É que estes mudam mais depressa de acúleo, em função dos seus interesses, que de camisas…


E porque os interesses de hoje nem sempre são os de amanhã – ou mesmo de mais logo – é muito natural que outros dois dinossauros. situados um pouco mais a sul, também vejam o SEU assento dourado ser-lhes retirado ao fim de dezenas de anos de mataco nele assente.


É que os dinossauros não se sentem confiantes nos actuais descontrolados cata-ventos dos interesses económicos, políticos e, principalmente, sociais!

1 comentário:

Ana Sá disse...

Publicámos o seu texto no grupo de apoio a Juan Tomás Ávila no Facebook. Obrigada pela partilha de reflexões!