14 janeiro 2013

De Marrocos ao Mali


(imagem Expresso/Google)

Interessante artigo do investigador Raúl M. Braga Pires, professor universitário em Rabat, sobre duas matérias incandescentes do Norte de África:

- as movimentações dos islamitas pró-Sharia em Marrocos com a proclamação do Ansar Achariaa (Defensores da Chariat/Lei Islâmica) levada a efeito pelos islamitas marroquinos subordinados ao Al-Qaeda no Magrebe Islâmico (AQMI) que, por sua vez, fazia enviar marroquinos para o norte do Mali onde foi proclamada a secessão do Azawad;

- a secessão do Norte do Mali por islamitas tuaregues e a tentativa emergente das tropas malianas apoiadas pela França e pela CEDEAO em recuperar a integridade territorial.

Um interessante artigo que aconselho a sua leitura e ponderação com particular destaque para dois últimos parágrafos que reproduzo e sublinho:

No terreno, certamente que o MNLA [Movimento Nacional para a Libertação d'Azawad, movimento laico que também defendeu a separação] preencherá o vazio que o Ansar Eddine deixará, abrindo assim espaço a negociação e à criação dum Azawad autónomo, mas não independente, garantindo a integridade territorial do Mali, fundamental para a manutenção da integridade territorial do Marrocos, da Costa do Marfim, da Nigéria, da Líbia e se quisermos ser atrevidos, até mesmo de Moçambique, por exemplo.

Neste campo, até já nem se pode falar do "evitar o levantar dum precedente histórico", já que o mesmo já foi levantado em África, aquando da secessão da Eritreia face à Etiópia em 1993 e do Sudão do Sul face à República do Sudão em 2011.

1 comentário:

Retornado disse...

E tão perto da Guiné-Bissau!

Parece que também já há uma mesquita em Luanda.