"Desde o 9-11 (11 de Setembro de 2001) que tudo tem
sido colocado em causa em nome de um princípio que deveria ser sagrado para a
Humanidade: os Direitos Humanos.
O efeito devastador pós 9-11 levou a ataques, ditos
cirúrgicos – ainda que, na realidade, retaliadores – a países que supostamente
suportavam e apoiavam ideologicamente os autores dos mortificos atentados de
Nova Iorque, Washington DC e Pensilvânia.
Afeganistão foi o principal visado, dado que a
autoria teria sido reivindicada pela al-Qaeda que se acoitava neste país,
levando ao fim do domínio – mas não ao seu desaparecimento – dos extremistas
talibãs.
Em paralelo, aconteceram punições militares ao
Iraque, com o derrube de Saddam Hussein, à Líbia, com a deposição de Kadhafi, o
quase desmembramento da al-Qaeda com a captura e morte do seu líder Osama bin
Laden, a chamada «Primavera árabe» em vários países do Norte de África e da
Península arábica e, mais recentemente, o surgimento do inicial Califado, mais
tarde reconvertido em Estado, Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL ou EI) (ou
ISIS ou IS na versão anglófona, ou Daesh, na versão pejorativa árabe).
Ora foi com o EI e a sua progressiva e acelerada
conquista territorial no Iraque e na Síria, que parece tudo se ter desencadeado
com maior amplitude. E este tudo, mais não é, que o terrorismo urbano.
É certo que este terrorismo urbano só começou a ser
efectivo, quando o Ocidente, baseado numa eventual prorrogativa concedida pelo
Conselho de Segurança, e apoiado por alguns países árabes, passou a intervir
militarmente – ainda que através de surtidas aéreas – desde Setembro de 2014; a
estes se juntou, mais tarde, a Rússia.
O EI passou a ameaçar
os países integrantes da coligação anti-Daesh de intervir e aterrorizar os seus
países ou interesses, com atentados levados a efeito por suicidas e militantes
jihadistas, naquilo que eles chamam de «dias negros».
Se o avisaram, assim o
fizeram. (...)" (continuar a ler aqui)
Publicado no Novo Jornal, edição 424, de 25 de
Março de 2016, página 19 81º caderno)
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