Mostrar mensagens com a etiqueta Pirataria. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Pirataria. Mostrar todas as mensagens

31 janeiro 2014

Angola e a pirataria marítima no Golfo

"Façamos uma nota prévia; na passada semana um navio grego de pavilhão liberiano, carregado com crude da Sonangol, foi dado como desaparecido. Perspectivou-se, naturalmente, que o referido petroleiro poderia ter sido sequestrado por eventuais piratas marítimos com a agravante que a ter acontecido o facto teria ocorrido a cerca de 7,5 milhas (cerca de 11 kms) da cidade de Luanda, ou seja, em plenas águas territoriais angolanas (o limite é de 12 milhas, cerca de 19,5 kms, ao contrário da zona económica exclusiva que é de 200 milhas).

Ora, no passado domingo viemos a saber que o referido petroleiro teria, provavelmente, desligado as suas comunicações e com o apoio de um rebocador externo e, segundo me pareceu ter lido, já que não era clara a notícia, com o nome de um já existente – ou seja, com o apoio de um rebocador clonado – o petroleiro teria zarpado com destino à Nigéria o que se infere que haveria, em perspectiva, um caso claro de fraude económica e de – não o deixa de ser – pirataria marítima.

Sabe-se que as zonas do Corno de África (da Somália até perto de Moçambique) e do Golfo da Guiné (aqui mais perto das águas territoriais nigerianas) são considerados como dois polos onde a pirataria marítima fazem sentir a sua actividade. Isto, apesar de haver quem considere que não são credíveis estes factos ou que não se justifiquem que, academicamente, haja quem deseje estudar esta matéria no âmbito da Comissão do Golfo da Guiné (CGG) e da Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (ZOPACAS).

Recentemente, candidatei-me a uma bolsa para o Pós-Doutoramento (em Portugal, mesmo que se tenha um apoio de uma Universidade – para eles – estrangeira, no caso angolana, para um Pós-Doc temos sempre de solicitar o apoio bolseiro àquela instituição estatal, os avaliadores acharam que certos elementos de análise como, e passo a citar, “pirataria marítima, petróleo e uma série de outras questões” não se enquadravam no estudo o que tornavam “pouco claro o foco da análise”. Tudo isto enquadrado num Pós-Doc que estudaria e analisaria a ZOPACAS e a CGG.

Ora António Patriota, antigo Ministro das Relações Exteriores do Brasil, na sessão de abertura da ZOPACAS (ou ZPCAS) em Montevidéu, Uruguai, em Janeiro de 2013, referia-se, precisamente, como indispensável e necessário que os Estados ribeirinhos que formam a ZOPACAS e, por extensão a CGG, deveriam salvaguardar os seus direitos económicos nas zonas económicas exclusivas, nomeadamente, a defesa da extensão territorial, o petróleo, entre outros e combater por todos os meios a pirataria marítima que se começa a sentir, e com certa intensidade, no Golfo da Guiné (Almeida & Bernardino, 2013). (...)" (continuar a ler aqui)

Publicado no semanário Novo Jornal,  edição 314, de 31-Janeiro-2014, 1º Caderno, página 22

27 novembro 2008

Quando a infâmia continua a falar mais alto

(O luxuoso hotel Taj Mahal, em Mumbai, em chamas devido ao atentado de ontem; imagem AFP)


O que se passou ontem em Mumbai (Bombaim) é o sinal claro que o terrorismo, do mais baixo e bárbaro que se possa imaginar, continua a pensar – e se pensa, não hesita em executar – que as diferenças ideológicas, sociais, antropológicas, económicas, em suma, as diferenças, se resolvem com tiros, com bazukadas, com reféns, com atentados.

E o desplante com que fazem isto, inclusive seleccionar quem queriam raptar e, ou, matar tornam estes casos ainda mais preocupantes. Prova-o as inúmeras vítimas mortais e ferias e raptadas.

E quem fala nos atentados de ontem de Mumbai, dever-se-á, também, falar no ataque pirata que, ainda hoje, aconteceu na Costa Ocidental de África, ao largo da Serra Leoa, ou os que sistematicamente e ao arrepio das esquadras que parecem já haver no Golfo de Adém, os piratas vão levando a efeito nas costas do Corno de África.

E se nos recordarmos que uma corveta indiana parece ter destruído um dos barcos-piratas principais, ao largo da Somália e a organização – pelo aparato e coordenação, teve de ser uma empresa bem organizada – que reivindicou os atentados, a Decann Mujahideen, é desconhecida, então, talvez possamos juntar dois mais dois…

Por isso, é, no mínimo, perigoso começar, tal como já fizeram alguns responsáveis indianos, a “bombardear” acusações quanto à proveniência dos bárbaros assassinos; não consigo dizer terroristas ou militantes islâmicos porque estes, ainda assim e em princípio, têm objectivos que vão para além do simples terror ou destruição!

18 novembro 2008

Onde estão os polícias do Mundo?

(depois do rapto do superpetroleiro Sirius Star, até os sauditas já estão fartos…)

Por muito menos os “polícias do Mundo” já intervieram em locais mais recônditos deste Planeta.

Sabemos que sempre houve todo o tipo de pirataria, nomeadamente, e é esta a que faço referência, a marítima, com particular destaque para o Mar da China e para os mares envolventes das ilhas e ilhéus que formam os arquipélagos indonésio e vizinhos.

Mas o que se passa na Somália – ainda acredito que em África existe um País chamado Somália e membro da União Africana e das Nações Unidas – é não só lamentável como incompreensível o desplante e a liberdade como operam os piratas.

Até há pouco eram pequenas embarcações ou navios de reduzido porte. Hoje, ou ontem, tudo foi suplantado com o
desvio de um superpetroleiro saudita – transporta qualquer coisa como a sua produção diária de hidrocarbonetos e que levou à subida do crude, interessante… – e de um cargueiro chinês, com pavilhão de Hong Kong, que transportava cereais e um pesqueiro do Kiribati. Tudo no no Golfo de Ádem, entre a Somália e o Iémen, antes este era o “país-abrigo” dos piratas. Mudaram-se interesses…

Segundo dizem há barcos de guerra franceses, russos e norte-americanos na zona. Mas parece que não há nada que desmotive os piratas. E, calmamente, levam os seus produtos pirateados para a Somália…

Até quando vai a Comunidade Internacional permitir que piratas façam gato-sapato das forças navais e não exijam aos Polícias do Mundo que cumpram a sua parte.

Ou será que querem que a Somália desapareça de vez e ali recrearem uma nova divisão berlinesca?

Se nos recordarmos que ainda ontem o seu presidente, cujo governo e exército(?) são apoiados pelos etíopes,
afirmava que o país estava em colapso e que as legitimadas autoridades somalis e os aliados só controlavam as cidades de Mogadíscio, a capital, e de Baidoa e que tudo o resto, nomeadamente alguns dos principais portos somalis, estariam nas mãos dos islâmicos da UTI e de outros rebeldes extremistas que, segundo se fala, apoiam e suportam a pirataria…