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“Em Angola, apesar de a guerra civil ter terminado em Abril de 2002, ainda não foram desmobilizadas 16 mil dessas crianças
Milhares de crianças estão a ser forçadas a combater em pelo menos 20 conflitos no mundo, principalmente em África, embora sejam também recrutadas em países ocidentais como os Estados Unidos da América e o Reino Unido. Estes dados constam de um relatório divulgado pela Organização Não Governamental (ONG) Coligação para Acabar com o Uso de Crianças-Soldados, que analisou a situação em 196 países, desde 2001.
A mesma fonte refere que, com o fim dos conflitos no Afeganistão, Angola e Serra Leoa, cerca de 40 mil crianças-soldados foram desmobilizadas, mas, em contrapartida, só para os conflitos na Costa do Marfim e no Sudão, foram recrutadas 25 mil.”
Tudo isto, e muito mais, está num Relatório denominado "Relatório Global sobre Crianças-Soldados 2004" e citado pelo Notícias Lusófonas.
De notar que segundo este órgão só 11 dos 26 Estados africanos é que já ratificaram o Tratado da ONU sobre Crianças-soldados, promulgado em 2002.
Dos PALOP só Cabo Verde é que ratificou. Guiné-Bissau, assinou-o mas não o ratificou. Os restantes ainda nem o assinaram.
Mas se estados como o Burundi, República Democrática do Congo, Birmânia e Sudão usam ou usaram crianças nos seus conflitos, outros há, como a Colômbia, Uganda e Zimbabué, apoiaram grupos paramilitares e milícias que também recorreram a crianças-soldados, ou usaram as crianças como franco-atiradores, informadores e espiões, casos como o Nepal, a Palestina e a Indonésia, ou que cerca de 60 países ocidentais, onde se incluem Austrália, Áustria, Alemanha, Holanda, Reino Unido e Estados Unidos, que persistem em recrutar crianças de 16 e 17 anos.
Quando os conflitos acabam, ou são desmobilizadas, estas crianças serão o que?
Nota complementar: O semanário Expresso, ao contrário da generalidade dos jornais lusos, faz referência a este assunto neste fim-de-semana, de 20 de Novembro.
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