Apesar do Conselho de Segurança de ONU, reunido em Nairobi, ter advertido que qualquer incursão ruandesa na RDC poderia ameaçar estabilidade regional, o Ruanda avisou que atacaria os rebeldes dentro da República Democrática do Congo a menos que sejam desarmados.
De notar que os rebeldes citados pelo presidente Kagame são compostos por milícias Hutu "Interahamwe" e por antigos militares das Forças Armadas do Ruanda (FAR) que tomaram parte no genocídio de 1994 (ver o tocante testemunho de Yolanda Mukagasana “Não tenhas medo de saber”.
O líder ruandês, Paul Kagame, avisou que se a "comunidade internacional e o Congo não podem cuidar deste problema, também nós simplesmente não poderemos continuar a estar socando bolas para estes criminosos".
Todavia, tanto o CS como o Congo consideram esta atitude ruandesa um pouco extemporânea e, no caso congolês, arrogante.
Só que os ruandeses estão fartos de tantos ataques às suas fronteiras, a partir do Congo, e aproveitam-se, também, da fraqueza do regime de Kabila que, parece já não contar com um apoio inequívoco quer de Angola quer do Zimbabwe.
Também a África do Sul, que não deseja perder protagonismo nesta região para Angola nem permitir que o Ruanda consiga manter a sua influência militar na zona, considerou, na última reunião havida durante a Conferência para os Grandes Lagos que os capacetes azuis das NU deveriam ter maior capacidade para desarmar os rebeldes mesmo que pela força.
Em vésperas da Cimeira da Francofonia, uma interessante dança de influências nos Grandes Lagos, principalmente se nos recordarmos que há dez anos a França e a Bélgica foram dois dos principais pilares do genocídio do Ruanda.
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