1 e 2 de Dezembro serão dias históricos para Moçambique.
Não só porque há eleições mas também por causa delas.
Pela primeira vez a diáspora vai a votos. Que seja um case study a seguir pelos restante PALOP’s.
Força Moçambicanos. Continuem a mostrar o civismo que, com maior ou menor grau, mostraram ao longo da campanha eleitoral.
Como afirmou Jimmy Carter vocês começam a ser um exemplo a seguir.
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Anónimo
disse...
O PERCURSO De DR HUGO JOSÉ AZANCOT DE MENEZES
Hugo de Menezes nasceu na cidade de São Tomé a 02 de fevereiro de 1928, filho do Dr Ayres Sacramento de Menezes.
Aos três anos de idade chegou a Angola onde fez o ensino primário. Nos anos 40, fez o estudo secundário e superior em Lisboa, onde concluiu o curso de medicina pela faculdade de Lisboa. Neste pais, participou na fundação e direcção de associações estudantis, como a casa dos estudantes do império juntamente com Mário Pinto de Andrade ,Jacob Azancot de Menezes, Manuel Pedro Azancot de Menezes, Marcelino dos Santos e outros. Em janeiro de 1959 parte de Lisboa para Londres com objectivo de fazer uma especialidade, e contactar nacionalistas das colónias de expressão inglesa como Joshua Nkomo( então presidente da Zapu, e mais tarde vice-presidente do Zimbabué),George Houser ( director executivo do Américan Commitee on África),Alão Bashorun ( defensor de Naby Yola ,na Nigéria e bastonário da ordem dos advogados no mesmo pais9, Felix Moumié ( presidente da UPC, União das populações dos Camarões),Bem Barka (na altura secretário da UMT- União Marroquina do trabalho), e outros, os quais se tornou amigo e confidente das suas ideias revolucionárias. Uns meses depois vai para Paris, onde se junta a nacionalistas da Fianfe ( políticos nacionalistas das ex. colónias Francesas ) como por exemplo Henry Lopez( actualmente embaixador do Congo em Paris),o então embaixador da Guiné-Conacry em Paris( Naby Yola). A este último pediu para ir para Conacry, não só com objectivo de exercer a sua profissão de médico como também para prosseguir as actividades políticas iniciadas em lisboa. Desta forma ,Hugo de Menezes chega ao já independente pais africano a 05-de agosto de 1959 por decisão do próprio presidente Sekou -Touré. Em fevereiro de 1960 apresenta-se em Tunes na 2ª conferência dos povos africanos, como membro do MAC , com ele encontram-se Amilcar Cabral, Viriato da Cruz, Mario Pinto de Andrade , e outros. Encontram-se igualmente presente o nacionalista Gilmore ,hoje Holden Roberto , com o qual a partir desta data iniciou correspondência e diálogo assíduos. De regresso ao pais que o acolheu, Hugo utiliza da sua influência junto do presidente Sekou-touré a fim de permitir a entrada de alguns camaradas seus que então pudessem lançar o grito da liberdade.
Lúcio Lara e sua família foram os primeiros, seguindo-lhe Viriato da Cruz e esposa Maria Eugénia Cruz , Mário de Andrade , Amílcar Cabral e dr Eduardo Macedo dos Santos e esposa Maria Judith dos Santos e Maria da Conceição Boavida que em conjunto com a esposa do Dr Hugo José Azancot de Menezes a Maria de La Salette Guerra de Menezes criam o primeiro núcleo da OMA ( fundada a organização das mulheres angolanas ) sendo cinco as fundadoras da OMA ( Ruth Lara ,Maria de La Salete Guerra de Menezes ,Maria da Conceição Boavida ( esposa do Dr Américo Boavida), Maria Judith dos Santos (esposa de um dos fundadores do M.P.L.A Dr Eduardo dos Santos) ,Helena Trovoada (esposa de Miguel Trovoada antigo presidente de São Tomé e Príncipe). A Maria De La Salette como militante participa em diversas actividades da OMA e em sua casa aloja a Diolinda Rodrigues de Almeida e Matias Rodrigues Miguéis .
Na residência de Hugo, noites e dias árduos ,passados em discussões e trabalho… nasce o MPLA ( movimento popular de libertação de Angola). Desta forma é criado o 1º comité director do MPLA ,possuindo Menezes o cartão nº 6,sendo na realidade Membro fundador nº5 do MPLA . De todos ,é o único que possui uma actividade remunerada, utilizando o seu rendimento e meio de transporte pessoal para que o movimento desse os seus primeiros passos. Dr Hugo de Menezes e Dr Eduardo Macedo dos Santos fazem os primeiros contactos com os refugiados angolanos existentes no Congo de forma clandestina.
A 5 de agosto de 1961 parte com a família para o Congo Leopoldville ,aí forma com outros jovens médicos angolanos recém chegados o CVAAR ( centro voluntário de assistência aos Angolanos refugiados).
Participou na aquisição clandestina de armas de um paiol do governo congolês. Em 1962 representa o MPLA em Accra(Ghana ) como Freedom Fighters e a esposa tornando-se locutora da rádio GHANA para emissões em língua portuguesa.
Em Accra , contando unicamente com os seus próprios meios, redigiu e editou o primeiro jornal do MPLA , Faúlha.
Em 1964 entrevistou Ernesto Che Guevara como repórter do mesmo jornal, na residência do embaixador de Cuba em Ghana , Armando Entralgo Gonzales. Ainda em Accra, emprega-se na rádio Ghana juntamente com a sua esposa nas emissões de língua portuguesa onde fazem um trabalho excepcional. Enviam para todo mundo mensagens sobre atrocidades do colonialismo português ,e convida os angolanos a reagirem e lutarem pela sua liberdade. Estas emissões são ouvidas por todos cantos de Angola.
Em 1966´é criada a CLSTP (Comité de libertação de São Tomé e Príncipe ),sendo Hugo um dos fundadores.
Neste mesmo ano dá-se o golpe de estado, e Nkwme Nkruma é deposto. Nesta sequência ,Hugo de Menezes como representante dos interesses do MPLA em Accra ,exilou-se na embaixada de Cuba com ordem de Fidel Castro. Com o golpe de estado, as representações diplomáticas que praticavam uma política favorável a Nkwme Nkruma são obrigadas a abandonar Ghana .Nesta sequência , Hugo foge com a família para o Togo. Em 1967 Dr Hugo José Azancot parte com esposa para a república popular do Congo - Dolisie onde ambos leccionam no Internato de 4 de Fevereiro e dão apoio aos guerrilheiros das bases em especial á Base Augusto Ngangula ,trabalhando paralelamente para o estado Congolês para poder custear as despesas familhares para que seu esposo tivesse uma disponibilidade total no M.P.L.A sem qualquer remuneração.
Em 1968,Agostinho Neto actual presidente do MPLA convida-o a regressar para o movimento no Congo Brazzaville como médico da segunda região militar: Dirige o SAM e dá assistência médica a todos os militantes que vivem a aquela zona. Acompanha os guerrilheiros nas suas bases ,no interior do território Angolano, onde é alcunhado “ CALA a BOCA” por atravessar essa zona considerada perigosa sempre em silêncio.
Hugo de Menezes colabora na abertura do primeiro estabelecimento de ensino primário e secundário em Dolisie ,onde ele e sua esposa dão aulas.
Saturado dos conflitos internos no MPLA ,aliado a difícil e prolongada vida de sobrevivência ,em 1972 parte para Brazzaville.
Em 1973,descontente com a situação no MPLA e a falta de democraticidade interna ,foi ,com os irmãos Mário e Joaquim Pinto de Andrade , Gentil Viana e outros ,signatários do « Manifesto dos 19», que daria lugar a revolta activa. Neste mesmo ano, participa no congresso de Lusaka pela revolta activa. Em 1974 entra em Angola ,juntamente com Liceu Vieira Dias e Maria de Céu Carmo Reis ( Depois da chegada a Luanda a saída do aeroporto ,um grupo de pessoas organizadas apedrejou o Hugo de tal forma que foi necessário a intervenção do próprio Liceu Vieira Dias).
Em 1977 é convidado para o cargo de director do hospital Maria Pia onde exerce durante alguns anos .
Na década de 80 exerce o cargo de presidente da junta médica nacional ,dirige e elabora o primeiro simpósio nacional de remédios.
Em 1992 participa na formação do PRD ( partido renovador democrático). Em 1997-1998 é diagnosticado cancro.
A 11 de Maio de 2000 morre Azancot de Menezes, figura mítica da historia Angolana.
MOVIMENTO POPULAR DE LIBERTAÇÃO DE DE ANGOLA M.P.L.A. 51,Avenue Tombeur de Tabora LEOPOLDVILLE
COMITÉ DIRECTOR
NACIONALISTAS ANGOLANOS
Transcreve-se a nota Nº .A/M/F enviada ,em 10.11.1961, ao comité Executivo da União das populações de ANGOLA:
“ Como V.Exas. Sabem, em nove de setembro de 1961, uma esquadra da nossa organização militar, que se dirigia a Nambuangongo em missão de socorro às populações cercadas pelas tropas portuguesas , foi , pela traição, cercada e feita prisioneira por grupos armados da União das Populações de Angola que actuam no corredor de entrada e saída dos patriotas angolanos.
Desde aquela data até hoje, mantendo - se embora vigilante e tendo conhecimento , não sem revolta, dos maus tratos que foram infligidos por militantes da UPA aos nossos compatriotas, o comité Director do M.P.L.A. Esperou ver qual seria o comportamento dos órgãos dirigentes da UPA Diante desse crime de lesa - pátria e que enodoa o digno movimento patriótico do povo angolano.
O Comité Director do M.P.L.A. Faz o mais enérgico protesto contra esse acto anti - patriótico, que visa a enfraquecer a resistência armada do povo angolano e que introduz, por iniciativa da UPA, a luta fratricida nos campos de batalha de Angola. Sob pena desse “ affaire “ ser levado imediatamente ao conhecimento da opinião pública e dos organismos internacionais , o comité Director do MPLA
“ - exige a imediata libertação de todos os nossos compatriotas; “ - exige a entrega de todos as armas, munições e demais bagagens
“ - que foram retirados aos guerrilheiros daquela nossa esquadra ; e
“ - responsabiliza, desde já , a união das populações de Angola pela
“ - vida desses nossos valorosos compatriotas.
“ Na expectativa, subscrevemo-nos
Atenciosamente
(ass) Mario Pinto de Andrade Viriato da cruz Matias Miguéis Eduardo dos Santos Hugo de Menezes
Os camaradas do centro acabam de pôr ao corrente do teu bilhete, a propósito da minha ida para Accra. Por isso me apresso a responder. A ideia da minha ida continua de pé. Pelo meu lado,ela depende só mente da obtenção de documentação necessária para viajar. Com efeito, até à data não a conseguiu obter e, com a recente alteração aqui registada, tudo teve de voltar ao ponto zero, dado terem advindo alterações nos organismos encarregados das relações com os movimentos. Porem , essas relações encaminham-se para a normalização e é de esperar que, dentro de 15 dias, se possa tornar a pôr a questão. Daí o não poder indicar-te nome para o bilhete. Dada esta regularização, pelo lado, e a necessária aquiscência das autoridades daí, creio que o melhor será continuarmos a tratar, cada um, da resolução destes dois problemas fundamentais ,com a vigência necessária e , logo que eles estiverem resolvidos. Comunicamos mútua e imediatamente a sua solução. Assim ,logo que esteja em condições de poder viajar comunicar-te-ei imediatamente. Li atenciosamente o exemplar do “Faúlha” que enviaste ao centro e, francamente , fiquei animado com a linha política que ele defende e com o nível, a um tempo acessível e aprofundado ,das questões expostas. As possibilidades que um tal jornal oferece à Revolução nas colónias portuguesas são imensas e ele vem , assim, cobrir a falta que fazia notar, de um orgão ideológico. Se fosse possível ( Sei que o teu tempo é extraordinariamente sobrecarregado) gostaria que me pusesses a par das tuas ideias sobre a linha política do jornal, as necessidades imediatas a que ele tem de responder e , a longo termo, as grandes linhas sobre as quais ele se deve desenvolver, com o decorrer do tempo. Isto permitir-me-ia enquadrar-me , desde já, na própria ideologia do jornal e, assim, no meio de Argel, procurar contactar pessoas ( Se achares válido) que possam colaborar, assim como material de informação e estudo que poderão ser úteis.
Antes de terminar, gostaria de expressar as minhas sinceras felicitações pelo número que saiu, felicitações redobradas, se se levar em linha de conta todas as dificuldades que se te deparam e que tiveste de ultrapassar para a sua aparição.
Um grande abraço do Camarada,
Hélder Neto
Carta pertencente ao espolio do Dr Hugo José Azancot de Menezes ( um dos fundadores do M.P.L.A.)
CORPO VOLUNTÁRIO ANGOLANO DE ASSISTÊNCIA AOS REFUGIADOS ( C.V.A.A.R.) B.P.856, LÉOPOLDVILLE
5 de Outubro de 1962
DR. HUGO DE MENEZES
BUREAU OF AFRICAN AFFAIRS P. O. BOX M24
ACCRA
GHANA
Caro compatriota, Estamos a enviar-lhe cópia da resposta à carta em que nos pediam um endereço em Ghana para onde mandar medicamentos para os refugiados angolanos. Esperamos que não seja muito difícil remeter depois o estoque para LÉO.
Pelo despacho nº 5781 de 2 de Outubro do primeiro Burgomestre de Lèopoldville, o C.V.A.A.R. tem já autorização oficial a partir de 10 de Setembro de 1962. Junto enviamos-lhe a credencial para actuar aí na medida do possível. Continua a aumentar o número de refugiados e há uma falta enorme de medicamentos tanto nos dez postos actuais ( Luali, Moanda- Banana , Boma, Matadi, Songololo, Moerbeke, Lukala, Kindopolo, Kimpangu e Malele) como no dispensário central. A segunda turma do curso de enfermagem começa no dia 8 deste com 42 alunos inscritos. Há quase mil crianças e adultos a frequentar já e inscritos nas campanhas de escolarização e alfabetização lançadas pelo C.V.A.A.R. Precisamos de dinheiro para transportar os medicamentos , etc.,à fronteira, manter os enfermeiros e alunos , livros ,etc. Para qualquer coisa que precisar daqui, eis -nos ao seu dispor .
La lutte pour la Liberation de notre peuple a été combattue par la repression la plus barbare et jalousement cachée et dissimulée par les Portuguais, aux dépans d´une censure sévère et menteuse campagne d`auto- propagande. Mais les masscres méthodiquement organisés n`ont pas été capables de nous détournér de notre objectif ou de diminuer la foi et la toujours croissante participation des Africains dans la bataille anti- colonialiste. Le Mouvemet Anti- Colonialiste (Mac) est une organization de lutte et de revendication de tous les peuples africains sous domination Portuguaise - de l´Angola, du Mozambique, dela Guinée, de ´L´Archipel de Cap Vert, des Îles de S. Thomé et Principe.
L`objectif suprême du Mac c´est l´independance et la rehabilitation de 11 millions d´Africains d´une Afrique de 2 millions de kilomètres carrées. Le Mac veut démasquer, devant les Africains , et les autres peuples épris de justice, les assassinats en masse dont ont été victimes les peuples Africains, le regime esclavagiste, le regime de travail forcé en vigueur dans les territoires Africains dominés par le Portugal et tout l´abject systéme colonial Portuguais.
Le Mac appuiera tous les mouvement africains que se dirigent vers l´independance. Le Mac estime trouver l`appui de tous les mouvement africains qui s`engagent dans la lutte anti - colonialiste.
En saluant le parti Democratique Ginéen, le mouvement Anti colonialiste s´adresse á son Bureau politique, dans l´espoir de voir bien acptées les propositions qui lui sont formulées:
1- Qu`il soit accordé au MAC la creation d`un bureau dans la Republique de Guinée.
2- Que soit concedé asile, dans la Republique de Guinée, aux membres du MAC qui en auront besoin.
3- Qu´il leur soit concedé le passeport Guinéen.
4- Qu´il soit permis au MAC l´utilization de la Radio de la Republique de la Guinée.
5 - Qu´il soit accordé , au Mac, un prêt, remboursable après la libération. 6- Que soient controlées les activités, dans la Republique de Guinée de ceux qui proviennent des territoires dominés par Portugal.
7- Que des mesures urgentes soient prises dans le but d`incomber au gouvernement Portuguais le massacre de 30 Africains , en Bissao , et que soient imediatement liberés les 250 Africains arrêtés en Guinée dite Portuguaise.
RÉPUBLIQUE DU CONGO ( LÉOPOLDIVILLE) NEW YORK, LE 3 OCTOBRE 1961
MONSIEUR FREITAS
DÉLEGATION AUPRÉS DE C/O CREDIT CONGOLAIS L´ORGANIZATION DES NATIONS UNIES LEOPOLDVILLE/ RÉPUBLIQUE DU CONGO 145 EAST 49th STREET NEW YORK 17, N.Y.
Nº ----------------------------------------------
OBJET:
Cher Monsieur Feitas,
Vous aurez la surprise d´apprendre Que je suis à NEW YORK oú je fais partie de la Délégation Congolaise à L´Assemblée Génerale des Nations Unies.
Au cours de nos travaux, le problème de l´Angola Va être discuté et spécialement la question des Refugiés Angolais au congo.
Nos amis qui travaillent à la commission chargèe de ces problèmes, se trouvent devant la carence de renseignements etde documents de base. Je vous serais très obligé d´établir au sein du Comité Directeur du MLPA um mémorandum comportant notamment le nombre de réfugiés, Les régions occupées, les conditions de vie, et l´état du service sanitaire alloué à ceux- ci.
IL conviendrait de coordonner vos tensionamento avec ceux que détient le camarade KULUMBA, Ministre de L´intérieur de la province de L´éopoldville, et ceux en possession du Ministére des Affaires Etrangéres. Ce document deviendrait ainsi officiel et pourrait être transmis par le département des Affaires Etrangéres à la Délégation auprés de l´organization des Nations Unies dont l´adresse figure ci- dessus . IL va sans dire que vous me transmettrez directement une copie du document établi, á la même adresse. Ce document a un caractère d´extrême urgence.
Je vous en remercie d´avance et vous prie de croire, cher Monsieur Freitas , à mês amités.
A. KIWEWA
( Documento pertence ao espolio do Dr Hugo José Azancot deMenezes um dos fundadores do MPLA).
REPERCUSSÃO DO JORNAL FAULHA E SUA DIVULGAÇÃO; JORNAL CRIADO PELO DR HUGO JOSÉ AZANCOT DE MENEZES CUJO PRIMEIRO NÚMERO FOI RECEBIDO PELO POLÍTICO LUIS CABRAL ,IRMÃO DO AMILCAR CABRAL, TESTEMUNHANDO A RECEPÇÃO DO JORNAL COM O ENVIO DESTA MENSAGEM.
LISN LISN 21/ SET/ 65
WK32 CKFTNR 9 CTTNAKRY 32 22
1010 TFC =
LT THE SPARK PUBLICATIONS PORTUEUSE VERS ION POBOX
M171 ACCRA =
VOUS ADRESSONS FELICITATIONS CHALEUREUSES MOTI F PARUATION
PREMIER NUMERO FAULHA STOP POUVEZ COMPTER NOTRE COLLABORATION
FA TERNELLE SERVICE L IQUIDATION URGENTE COLONIALISME
( DOCUMENTO PERTENCENTE AO ESPOLIO DO DR HUGO JOSÉ AZANCOT DE MENEZES, UM DOS FUNDADORES DO M.P.L.A.)
MOUVEMENT DE DÉFENSE DES INTÉRÊTS DE L´ANGOLA. LÉOPOLDVILLE,29 AVRIL 1961 “M.D.I.A” A SON EXELLENCE OLIVEIRA SALAZAR B.P.2729 PRÉSIDENT DU CONSEIL DE PORTUGAL Á LEOPOLDVILLE LISBONNE
EXCELLENCE, Nous avons eu l`honneur de vous adresser le 4 de ce mois une lettre dans laquelle nous formulions des mesures qui nous semblaient propres à faciliter, dans le calme et la concorde, l’émancipation des colonies portugaises dans le cadre défini par L´Assemblée Géneral des Nations Unies dès le 14 décembre 1960 (en annexe copie de la lettre du avril 1961). Nous ne désirons pas voir la destruction de l´oeuvre réalisée depuis cinq siécles par le Portugal sur notre sol et ce, parce que nous voulons sauvegarder le patrimoine économique et industriel de l` Angola. Nous n´aimons pas voir notre Patrie S`engager dans la voie de la guerre où Angola et Portugais payeraient de leur sang cette lutte inhumaine et stérile. Nous n`admettons pas que notre pays devienne une seconde Algérie et que les ruines, les deuil et la misère s`y accumulent. Le peuple portugais vante la sagesse de leur chef qui a su maintenir et devedores l`économie portuguaise. Nous voudrions ,Excellence, que cette sages se vous fasse comprendre que l´intérêt de nos deux différents peuples (Angolais et Portuguais) est de nous entendre et non de nous entretuer. Nous voudrions que cette sagesse vous permette de sentir l`impérieuse nécessité qui nous fait - dans l` Afrique en pleine évolution - réclamer des droits à l`Autodétermination et à l` indépendence, droits que fréres des autres territoires africains ont tous obtenus. Le Mouvement De Defense Des Interets De L ´Angola “ M.D.I.A.” vous a déjà clairement d´fini sa position. Nous n`entendons pas chasser les portuguais. Nous entendons coopérer et poursuivre l`oeuvre entreprise dans la PAIX et L ´ORDRE mais SOUS LA DIRECTION DU PEUPLE ANGOLAIS,
Le mouvement De DEFENSE DES INTERETS DE L`ANGOLA “M.D.I.A.” est prêt à prendre contact avec les Représentants qualifiés de votre Gouvernement et à discuter avec eux L ´application des mesures et des réformes préconisée par la plus Haute Instance Internationale ( O.N.U.) en vue de L` accession à l` independance de notre pays, l` Angola. Espérant, Excellence, qu`il vous sera possible de donner une suite á notre demande et dans l` attente du plaisir de vous lire par retour du courrier croyez à l `expression de notre plus haute consideration.
Pour Le COMTE- DIRECTEUR;
Le Secretaire Géneral, Le President Géneral --------JP. MBALA_ __ A. MATUNDU-
(Carta enviada pelo presidente Dr Agostinho Neto ao Dr Hugo José Azancot de Menezes ,um dos Fundadores do M.P.L.A.) ( Carta pertencente ao espolio do Dr Hugo José Azancot de Menezes).
MOVIMENTO POPULAR DE LIBERTAÇÃO DE ANGOLA M.P.L.A.
B. P. 2353 Tèl. 49-15 BRAZZAVILLE Brazzaville, 6 de janeiro de 1965 RÉPUBLIQUE DU CONGO Dr Hugo de Menezes Po; Box. 1633 ACCRA
Camarada:
Agradecemos o favor de informar se podem ser conseguidos condições em Accra para tratamento gratuito de camaradas de Pterigeons.
Desejamos-lhe um ano novo muito feliz.
Saudações cordiais. Vitoria ou morte
Dr Agostinho Neto
Presidente
Movimento Popular de Libertação de Angola (M.P.L.A.)
A Força Do M.P.L.A, RESIDE NO APOIO QUE LHE CONCEDEM AS CAMADAS POPULARES NO INTERIOR DO PAIS(Conferência de Quadros do M.P.L.A, - 3 a 10 de Janeiro de 1964).
LA FORCE DU M.P.L.A. RESIDE DANS LE SOUTIEN QUE LUI ACCORDENT LES MASSES POPULAIRES DANS L` INTERIEUR DU PAYS. (Conférence des cadres du M.P.L.A.- 3 a 10 janvier 1964)
O nosso colega Videira pediu - me, em Paris , para entrar em contacto consigo a fim de que me esclarecesse sobre um número de pontos concernentes à nossa actividade médica, como veis membros duma organização para assistência aos refugiados , organização esta que , por meu irmão , vim a saber que se intitulava ( CORPO VOLUNTÁRIO DE ASSISTÊNCIA AOS REFUGIADOS).
Esclareço que por mim, se fora só, escrever - lhe apenas à pedir instruções para seguir logo que elas chegassem.
Como minha mulher e meu filho me acompanharão é pensando neles lhe peço o favor de enviar informações sobre o seguinte:
a) ALOJAMENTO,
b)LOCAL OU LOCAIS DE TRABALHO,
c) MEIOS DE DESLOCAÇÃO,
d) URGÊNCIA DA MINHA PRESENÇA
e) HONORÁRIOS.
Aguardando a sua resposta termino enviando as cordiais saudações a todos os amigos e colegas. Creia - me inteiramente solidário com tão nobre causa e receba um abraço de quem atenciosamente se subscreve,
MARIO AFONSO D`ALMEIDA
( CARTA PERTENCENTE AO ESPOLIO DE UM DOS FUNDADORES DO M.P.L.A. ,Dr Hugo José Azancot de Menezes)
Dr Hugo Menezes B. P 856, LÉO Representante do M.P.L.A. 3 de Agosto de 1962 Bureau Of African Affairs P.O. BOX M 24 Accra - Ghana
Prezado compatriota : Esperamos que a tua família tenha feito uma boa viagem e que todo o trabalho esteja a decorrer bem no teu novo posto. Esta é para te participar o seguinte: dentro em breve deverão prosseguir os preparativos para o congresso da mulher angolana aí. Em reuniões que tivemos com 2 elementos da UPA nos dias 1 e 2 deste, determinou-se que o Comité preparatório que vai trabalhar aí seja constituído pelas seguintes pessoas: Maria Ruth Costa ( 3, Rue Rodin, Rabat, Marrocos, D Bernarda de Sousa e Santos e uma “ neutra “ que é a cunhada da tua irmã. Recomendamos e frisamos insistentemente que nenhuma decisão nem démarche do Comité preparatório se torna válida sem a colaboração e o acordo das 3 - por meio das respectivas assinaturas, por exemplo.
Carecemos do teu auxílio no sentido de esclareceres o Bureau aí o facto de o actual Comité preparatório que deve trabalhar em Accra o fazer sempre como um bloco e o Bureau não dever reconhecer pedido nem proposta nenhuma que engaje as mulheres angolanas , sem o acordo desses elementos. Pedimos que faças também um bom corredor para obteres os bilhetes que faltam para o Comité preparatório entrar logo em acção aí: Um para a Ruth e outro para a D. Bernarda Santos . A terceira componente já tem o seu e parte para aí a manhã, mas convém que todas comecem a trabalhar ao mesmo tempo em Accra para se evitarem os golpes usuais . Agarra - te às cunhas altas que já conseguiste.
Por favor , despacha -te com os bilhetes. Manda-nos dizer o que conseguires com a urgência que puderes. Obrigado por tudo e Bom trabalho.
Mário de Andrade 14 Rue de Monastir Rabat, le 2 janvier 65 Rabat
Meu caro Hugo,
Embora tardiamente ,Sarah e eu próprio formulamos os melhores votos para 1965, à família Menezes … “ sita em Accra”.
Enviamos um telegrama (assinado pelo secretariado da CONCP) a saber exactamente quando pensavas fazer sair o primeiro número do jornal. Evidentemente, preparei algumas notas sobre a nova literatura e a revolução nas colónias portuguesas. Alem disso, penso que seria extremamente importante que o jornal fizesse eco regular das publicações da CONCP. Informo - te, a este respeito, que , em principio, terá lugar (passe o galicismo em Rabat, no fim desta semana a primeira reunião do comité preparatório da 2ª conferência das organizações - membros. Claro que mandarei o comunicado final. Como vão as démarches para o lançamento do jornal Faulha? Queres informar o DAMZ que “ Etincelle” chega-nos aqui via… marítima?
Gostaria de obter a referência do livro sobre as relações económicas com Portugal, de que me falaste. Poderei continuar a expedir outros livros de que necessites para os teus estudos. Diz algo, brevemente. Abraços do
Para que possas continuar a acompanhar os assuntos da nossa luta em especial ao desejado Front junto envio pelo Kassinda um dossier de todas as demarches efectuadas para prosseguimento do do acordo de principio aasinado entre Accra p elos três partidos que bem conheces. O dossier se destina ao presidente Krumah e por isso peço - te de o fazeres chegar ao destinatário . É nosso empenho para que essa entidade seja o juiz do processo e por essa razão pretendemos pôr -lhe ao corrente de todas as demarches efectuadas nesse sentido . Quanto ao governo do Congo tomamos agora uma posição séria. Apresentamos ontem um protesto ao Ministro de informação pelas noticias tendenciosas na Radio- difusão do chamado “Governo da República de Angola no Exílio” e seus “ministros “. Igualmente enviamos cópias do protesto ao Presidente da república, Primeiro Ministro do interior. Ultimamente a situação do refugiado em Léopoldville agrava-se pois que cobram actualmente para o “sejour “ 50 frs mensais. Já apresentamos também uma reclamação por tal facto porque achamos impróprio para com os refugiados que nada possuem. A situação no interior continua a mesma . Os nossos adversários continuam com as duas mentiras, simplesmente os 22 militares preparados não querem entrar no interior de Angola sem formação do verdadeiro Front . O soba da Sanzala muitas manobras utiliza para mante-los dentro mas parece nada resultar. Temos recebido muitas noticias do interior. O povo está exausto e impaciente com a desunião constante dos partidos. Esperamos que procures usar da tua influência junto do soba de lá para que a decisão penda para nós mesmo sem o Front. Esperamos que nos informes se há possibilidades de podermos mandar publicar ai o relatório do Padua . Agradecemos a informação ainda na volta do correio visto tratar-se de um assunto de importância e muito urgente. Eu não sei o se o Mário te falou desse assunto, mas posso assegurar-te que foi aprovado numa reunião do C.D ( comité director) a publicação do relatório. A Publicação pretende-se que seja em brochura, se demora para não perder a actualidade , visto os relatos apanhados no depoimento da Onu terem sido já publicados por 250 jornais conforme noticia em nosso poder. Temos de andar meu caro. Desejo-te bom trabalho e muito êxito. Aceite cumprimentos de todos. Do amigo e compatriota
13 comentários:
O PERCURSO De DR HUGO JOSÉ AZANCOT DE MENEZES
Hugo de Menezes nasceu na cidade de São Tomé a 02 de fevereiro de 1928, filho do Dr Ayres Sacramento de Menezes.
Aos três anos de idade chegou a Angola onde fez o ensino primário.
Nos anos 40, fez o estudo secundário e superior em Lisboa, onde concluiu o curso de medicina pela faculdade de Lisboa.
Neste pais, participou na fundação e direcção de associações estudantis, como a casa dos estudantes do império juntamente com Mário Pinto de Andrade ,Jacob Azancot de Menezes, Manuel Pedro Azancot de Menezes, Marcelino dos Santos e outros.
Em janeiro de 1959 parte de Lisboa para Londres com objectivo de fazer uma especialidade, e contactar nacionalistas das colónias de expressão inglesa como Joshua Nkomo( então presidente da Zapu, e mais tarde vice-presidente do Zimbabué),George Houser ( director executivo do Américan Commitee on África),Alão Bashorun ( defensor de Naby Yola ,na Nigéria e bastonário da ordem dos advogados no mesmo pais9, Felix Moumié ( presidente da UPC, União das populações dos Camarões),Bem Barka (na altura secretário da UMT- União Marroquina do trabalho), e outros, os quais se tornou amigo e confidente das suas ideias revolucionárias.
Uns meses depois vai para Paris, onde se junta a nacionalistas da Fianfe ( políticos nacionalistas das ex. colónias Francesas ) como por exemplo Henry Lopez( actualmente embaixador do Congo em Paris),o então embaixador da Guiné-Conacry em Paris( Naby Yola).
A este último pediu para ir para Conacry, não só com objectivo de exercer a sua profissão de médico como também para prosseguir as actividades políticas iniciadas em lisboa.
Desta forma ,Hugo de Menezes chega ao já independente pais africano a 05-de agosto de 1959 por decisão do próprio presidente Sekou -Touré.
Em fevereiro de 1960 apresenta-se em Tunes na 2ª conferência dos povos africanos, como membro do MAC , com ele encontram-se Amilcar Cabral, Viriato da Cruz, Mario Pinto de Andrade , e outros.
Encontram-se igualmente presente o nacionalista Gilmore ,hoje Holden Roberto , com o qual a partir desta data iniciou correspondência e diálogo assíduos.
De regresso ao pais que o acolheu, Hugo utiliza da sua influência junto do presidente Sekou-touré a fim de permitir a entrada de alguns camaradas seus que então pudessem lançar o grito da liberdade.
Lúcio Lara e sua família foram os primeiros, seguindo-lhe Viriato da Cruz e esposa Maria Eugénia Cruz , Mário de Andrade , Amílcar Cabral e dr Eduardo Macedo dos Santos e esposa Maria Judith dos Santos e Maria da Conceição Boavida que em conjunto com a esposa do Dr Hugo José Azancot de Menezes a Maria de La Salette Guerra de Menezes criam o primeiro núcleo da OMA ( fundada a organização das mulheres angolanas ) sendo cinco as fundadoras da OMA ( Ruth Lara ,Maria de La Salete Guerra de Menezes ,Maria da Conceição Boavida ( esposa do Dr Américo Boavida), Maria Judith dos Santos (esposa de um dos fundadores do M.P.L.A Dr Eduardo dos Santos) ,Helena Trovoada (esposa de Miguel Trovoada antigo presidente de São Tomé e Príncipe).
A Maria De La Salette como militante participa em diversas actividades da OMA e em sua casa aloja a Diolinda Rodrigues de Almeida e Matias Rodrigues Miguéis .
Na residência de Hugo, noites e dias árduos ,passados em discussões e trabalho… nasce o MPLA ( movimento popular de libertação de Angola).
Desta forma é criado o 1º comité director do MPLA ,possuindo Menezes o cartão nº 6,sendo na realidade Membro fundador nº5 do MPLA .
De todos ,é o único que possui uma actividade remunerada, utilizando o seu rendimento e meio de transporte pessoal para que o movimento desse os seus primeiros passos.
Dr Hugo de Menezes e Dr Eduardo Macedo dos Santos fazem os primeiros contactos com os refugiados angolanos existentes no Congo de forma clandestina.
A 5 de agosto de 1961 parte com a família para o Congo Leopoldville ,aí forma com outros jovens médicos angolanos recém chegados o CVAAR ( centro voluntário de assistência aos Angolanos refugiados).
Participou na aquisição clandestina de armas de um paiol do governo congolês.
Em 1962 representa o MPLA em Accra(Ghana ) como Freedom Fighters e a esposa tornando-se locutora da rádio GHANA para emissões em língua portuguesa.
Em Accra , contando unicamente com os seus próprios meios, redigiu e editou o primeiro jornal do MPLA , Faúlha.
Em 1964 entrevistou Ernesto Che Guevara como repórter do mesmo jornal, na residência do embaixador de Cuba em Ghana , Armando Entralgo Gonzales.
Ainda em Accra, emprega-se na rádio Ghana juntamente com a sua esposa nas emissões de língua portuguesa onde fazem um trabalho excepcional. Enviam para todo mundo mensagens sobre atrocidades do colonialismo português ,e convida os angolanos a reagirem e lutarem pela sua liberdade. Estas emissões são ouvidas por todos cantos de Angola.
Em 1966´é criada a CLSTP (Comité de libertação de São Tomé e Príncipe ),sendo Hugo um dos fundadores.
Neste mesmo ano dá-se o golpe de estado, e Nkwme Nkruma é deposto. Nesta sequência ,Hugo de Menezes como representante dos interesses do MPLA em Accra ,exilou-se na embaixada de Cuba com ordem de Fidel Castro. Com o golpe de estado, as representações diplomáticas que praticavam uma política favorável a Nkwme Nkruma são obrigadas a abandonar Ghana .Nesta sequência , Hugo foge com a família para o Togo.
Em 1967 Dr Hugo José Azancot parte com esposa para a república popular do Congo - Dolisie onde ambos leccionam no Internato de 4 de Fevereiro e dão apoio aos guerrilheiros das bases em especial á Base Augusto Ngangula ,trabalhando paralelamente para o estado Congolês para poder custear as despesas familhares para que seu esposo tivesse uma disponibilidade total no M.P.L.A sem qualquer remuneração.
Em 1968,Agostinho Neto actual presidente do MPLA convida-o a regressar para o movimento no Congo Brazzaville como médico da segunda região militar: Dirige o SAM e dá assistência médica a todos os militantes que vivem a aquela zona. Acompanha os guerrilheiros nas suas bases ,no interior do território Angolano, onde é alcunhado “ CALA a BOCA” por atravessar essa zona considerada perigosa sempre em silêncio.
Hugo de Menezes colabora na abertura do primeiro estabelecimento de ensino primário e secundário em Dolisie ,onde ele e sua esposa dão aulas.
Saturado dos conflitos internos no MPLA ,aliado a difícil e prolongada vida de sobrevivência ,em 1972 parte para Brazzaville.
Em 1973,descontente com a situação no MPLA e a falta de democraticidade interna ,foi ,com os irmãos Mário e Joaquim Pinto de Andrade , Gentil Viana e outros ,signatários do « Manifesto dos 19», que daria lugar a revolta activa. Neste mesmo ano, participa no congresso de Lusaka pela revolta activa.
Em 1974 entra em Angola ,juntamente com Liceu Vieira Dias e Maria de Céu Carmo Reis ( Depois da chegada a Luanda a saída do aeroporto ,um grupo de pessoas organizadas apedrejou o Hugo de tal forma que foi necessário a intervenção do próprio Liceu Vieira Dias).
Em 1977 é convidado para o cargo de director do hospital Maria Pia onde exerce durante alguns anos .
Na década de 80 exerce o cargo de presidente da junta médica nacional ,dirige e elabora o primeiro simpósio nacional de remédios.
Em 1992 participa na formação do PRD ( partido renovador democrático).
Em 1997-1998 é diagnosticado cancro.
A 11 de Maio de 2000 morre Azancot de Menezes, figura mítica da historia Angolana.
MOVIMENTO POPULAR DE LIBERTAÇÃO DE
DE ANGOLA
M.P.L.A.
51,Avenue Tombeur de Tabora
LEOPOLDVILLE
COMITÉ
DIRECTOR
NACIONALISTAS ANGOLANOS
Transcreve-se a nota Nº .A/M/F enviada ,em 10.11.1961, ao comité Executivo da União das populações de ANGOLA:
“ Como V.Exas. Sabem, em nove de setembro de 1961, uma esquadra da nossa organização militar, que se dirigia a Nambuangongo em missão de socorro às populações cercadas pelas tropas portuguesas , foi , pela traição, cercada e feita prisioneira por grupos armados da União das Populações de Angola que actuam no corredor de entrada e saída dos patriotas angolanos.
Desde aquela data até hoje, mantendo - se embora vigilante e tendo conhecimento , não sem revolta, dos maus tratos que foram infligidos por militantes da UPA aos nossos compatriotas, o comité Director do M.P.L.A. Esperou ver qual seria o comportamento dos órgãos dirigentes da UPA
Diante desse crime de lesa - pátria e que enodoa o digno movimento patriótico do povo angolano.
O Comité Director do M.P.L.A. Faz o mais enérgico protesto contra esse acto anti - patriótico, que visa a enfraquecer a resistência armada do povo angolano e que introduz, por iniciativa da UPA, a luta fratricida nos campos de batalha de Angola.
Sob pena desse “ affaire “ ser levado imediatamente ao conhecimento da opinião pública e dos organismos internacionais , o comité Director do MPLA
“ - exige a imediata libertação de todos os nossos compatriotas;
“ - exige a entrega de todos as armas, munições e demais bagagens
“ - que foram retirados aos guerrilheiros daquela nossa esquadra ; e
“ - responsabiliza, desde já , a união das populações de Angola pela
“ - vida desses nossos valorosos compatriotas.
“ Na expectativa, subscrevemo-nos
Atenciosamente
(ass) Mario Pinto de Andrade
Viriato da cruz
Matias Miguéis
Eduardo dos Santos
Hugo de Menezes
Alger,1. Agosto. 1965
Caro camarada,
Cordiais saudações.
Os camaradas do centro acabam de pôr ao corrente do teu bilhete, a propósito da minha ida para Accra. Por isso me apresso a responder.
A ideia da minha ida continua de pé. Pelo meu lado,ela depende só mente da obtenção de documentação necessária para viajar. Com efeito, até à data não a conseguiu obter e, com a recente alteração aqui registada, tudo teve de voltar ao ponto zero, dado terem advindo alterações nos organismos encarregados das relações com os movimentos. Porem , essas relações encaminham-se para a normalização e é de esperar que, dentro de 15 dias, se possa tornar a pôr a questão. Daí o não poder indicar-te nome para o bilhete.
Dada esta regularização, pelo lado, e a necessária aquiscência das autoridades daí, creio que o melhor será continuarmos a tratar, cada um, da resolução destes dois problemas fundamentais ,com a vigência necessária e , logo que eles estiverem resolvidos.
Comunicamos mútua e imediatamente a sua solução.
Assim ,logo que esteja em condições de poder viajar comunicar-te-ei imediatamente.
Li atenciosamente o exemplar do “Faúlha” que enviaste ao centro e, francamente , fiquei animado com a linha política que ele defende e com o nível, a um tempo acessível e aprofundado ,das questões expostas.
As possibilidades que um tal jornal oferece à Revolução nas colónias portuguesas são imensas e ele vem , assim, cobrir a falta que fazia notar, de um orgão ideológico.
Se fosse possível ( Sei que o teu tempo é extraordinariamente sobrecarregado) gostaria que me pusesses a par das tuas ideias sobre a linha política do jornal, as necessidades imediatas a que ele tem de responder e , a longo termo, as grandes linhas sobre as quais ele se deve desenvolver, com o decorrer do tempo.
Isto permitir-me-ia enquadrar-me , desde já, na própria ideologia do jornal e, assim, no meio de Argel, procurar contactar pessoas ( Se achares válido) que possam colaborar, assim como material de informação e estudo que poderão ser úteis.
Antes de terminar, gostaria de expressar as minhas sinceras felicitações pelo número que saiu, felicitações redobradas, se se levar em linha de conta todas as dificuldades que se te deparam e que tiveste de ultrapassar para a sua aparição.
Um grande abraço do
Camarada,
Hélder Neto
Carta pertencente ao espolio do Dr Hugo José Azancot de Menezes ( um dos fundadores do M.P.L.A.)
CORPO VOLUNTÁRIO ANGOLANO DE ASSISTÊNCIA AOS REFUGIADOS
( C.V.A.A.R.)
B.P.856, LÉOPOLDVILLE
5 de Outubro de 1962
DR. HUGO DE MENEZES
BUREAU OF AFRICAN AFFAIRS
P. O. BOX M24
ACCRA
GHANA
Caro compatriota,
Estamos a enviar-lhe cópia da resposta à carta em que nos pediam um endereço em Ghana para onde mandar medicamentos para os refugiados angolanos. Esperamos que não seja muito difícil remeter depois o estoque para LÉO.
Pelo despacho nº 5781 de 2 de Outubro do primeiro Burgomestre de Lèopoldville, o C.V.A.A.R. tem já autorização oficial a partir de 10 de Setembro de 1962. Junto enviamos-lhe a credencial para actuar aí na medida do possível.
Continua a aumentar o número de refugiados e há uma falta enorme de medicamentos tanto nos dez postos actuais ( Luali, Moanda- Banana , Boma, Matadi, Songololo, Moerbeke, Lukala, Kindopolo, Kimpangu e Malele) como no dispensário central.
A segunda turma do curso de enfermagem começa no dia 8 deste com 42 alunos inscritos. Há quase mil crianças e adultos a frequentar já e inscritos nas campanhas de escolarização e alfabetização lançadas pelo C.V.A.A.R. Precisamos de dinheiro para transportar os medicamentos , etc.,à fronteira, manter os enfermeiros e alunos , livros ,etc.
Para qualquer coisa que precisar daqui, eis -nos ao seu dispor .
Cordialmente,
Deolinda Almeida
CONAKRY, le 31 aut 1959
Au Bureau politique du parti Democratique Guinéen
La lutte pour la Liberation de notre peuple a été combattue par la repression la plus barbare et jalousement cachée et dissimulée par les Portuguais, aux dépans d´une censure sévère et menteuse campagne d`auto- propagande.
Mais les masscres méthodiquement organisés n`ont pas été capables de nous détournér de notre objectif ou de diminuer la foi et la toujours croissante participation des Africains dans la bataille anti- colonialiste.
Le Mouvemet Anti- Colonialiste (Mac) est une organization de lutte et de revendication de tous les peuples africains sous domination Portuguaise - de l´Angola, du Mozambique, dela Guinée, de ´L´Archipel de Cap Vert, des Îles de S. Thomé et Principe.
L`objectif suprême du Mac c´est l´independance et la rehabilitation de 11 millions d´Africains d´une Afrique de 2 millions de kilomètres carrées.
Le Mac veut démasquer, devant les Africains , et les autres peuples épris de justice, les assassinats en masse dont ont été victimes les peuples Africains, le regime esclavagiste, le regime de travail forcé en vigueur dans les territoires Africains dominés par le Portugal et tout l´abject systéme colonial Portuguais.
Le Mac appuiera tous les mouvement africains que se dirigent vers l´independance.
Le Mac estime trouver l`appui de tous les mouvement africains qui s`engagent dans la lutte anti - colonialiste.
En saluant le parti Democratique Ginéen, le mouvement Anti colonialiste s´adresse á son Bureau politique, dans l´espoir de voir bien acptées les propositions qui lui sont formulées:
1- Qu`il soit accordé au MAC la creation d`un bureau dans la Republique de Guinée.
2- Que soit concedé asile, dans la Republique de Guinée, aux membres du MAC qui en auront besoin.
3- Qu´il leur soit concedé le passeport Guinéen.
4- Qu´il soit permis au MAC l´utilization de la Radio de la Republique de la Guinée.
5 - Qu´il soit accordé , au Mac, un prêt, remboursable après la libération.
6- Que soient controlées les activités, dans la Republique de Guinée de ceux qui proviennent des territoires dominés par Portugal.
7- Que des mesures urgentes soient prises dans le but d`incomber au gouvernement Portuguais le massacre de 30 Africains , en Bissao , et que soient imediatement liberés les 250 Africains arrêtés en Guinée dite Portuguaise.
Pour le Mouvement Anti Colonialiste
Hugo de Menezes
RÉPUBLIQUE DU CONGO ( LÉOPOLDIVILLE) NEW YORK, LE 3 OCTOBRE 1961
MONSIEUR FREITAS
DÉLEGATION AUPRÉS DE C/O CREDIT CONGOLAIS
L´ORGANIZATION DES NATIONS UNIES LEOPOLDVILLE/ RÉPUBLIQUE DU CONGO
145 EAST 49th STREET
NEW YORK 17, N.Y.
Nº ----------------------------------------------
OBJET:
Cher Monsieur Feitas,
Vous aurez la surprise d´apprendre
Que je suis à NEW YORK oú je fais partie de la Délégation Congolaise à
L´Assemblée Génerale des Nations Unies.
Au cours de nos travaux, le problème de l´Angola
Va être discuté et spécialement la question des Refugiés Angolais au congo.
Nos amis qui travaillent à la commission chargèe de ces problèmes, se trouvent devant la carence de renseignements etde documents de base. Je vous serais très obligé d´établir au sein du Comité Directeur du MLPA um mémorandum comportant notamment le nombre de réfugiés, Les régions occupées, les conditions de vie, et l´état du service sanitaire alloué à ceux- ci.
IL conviendrait de coordonner vos tensionamento avec ceux que détient le camarade KULUMBA, Ministre de L´intérieur de la province de L´éopoldville, et ceux en possession du Ministére des Affaires Etrangéres.
Ce document deviendrait ainsi officiel et pourrait être transmis par le département des Affaires Etrangéres à la Délégation auprés de l´organization des Nations Unies dont l´adresse figure ci- dessus . IL va sans dire que vous me transmettrez directement une copie du document établi, á la même adresse. Ce document a un caractère d´extrême urgence.
Je vous en remercie d´avance et vous prie de croire, cher Monsieur Freitas , à mês amités.
A. KIWEWA
( Documento pertence ao espolio do Dr Hugo José Azancot deMenezes um dos fundadores do MPLA).
REPERCUSSÃO DO JORNAL FAULHA E SUA DIVULGAÇÃO; JORNAL CRIADO PELO DR HUGO JOSÉ AZANCOT DE MENEZES CUJO PRIMEIRO NÚMERO FOI RECEBIDO PELO POLÍTICO LUIS CABRAL ,IRMÃO DO AMILCAR CABRAL, TESTEMUNHANDO A RECEPÇÃO DO JORNAL COM O ENVIO DESTA MENSAGEM.
LISN LISN 21/ SET/ 65
WK32 CKFTNR 9 CTTNAKRY 32 22
1010 TFC =
LT THE SPARK PUBLICATIONS PORTUEUSE VERS ION POBOX
M171 ACCRA =
VOUS ADRESSONS FELICITATIONS CHALEUREUSES MOTI F PARUATION
PREMIER NUMERO FAULHA STOP POUVEZ COMPTER NOTRE COLLABORATION
FA TERNELLE SERVICE L IQUIDATION URGENTE COLONIALISME
PORTUGAIS FRATERNELLEMET =
LUIZ CABRAL +
COLL M171 +
( DOCUMENTO PERTENCENTE AO ESPOLIO DO DR HUGO JOSÉ AZANCOT DE MENEZES, UM DOS FUNDADORES DO M.P.L.A.)
MOUVEMENT DE DÉFENSE DES
INTÉRÊTS DE L´ANGOLA. LÉOPOLDVILLE,29 AVRIL 1961
“M.D.I.A” A SON EXELLENCE OLIVEIRA SALAZAR
B.P.2729 PRÉSIDENT DU CONSEIL DE PORTUGAL Á LEOPOLDVILLE LISBONNE
EXCELLENCE,
Nous avons eu l`honneur de vous adresser le 4 de ce mois une lettre dans laquelle nous formulions des mesures qui nous semblaient propres à faciliter, dans le calme et la concorde, l’émancipation des colonies portugaises dans le cadre défini par L´Assemblée Géneral des Nations Unies dès le 14 décembre 1960 (en annexe copie de la lettre du avril 1961).
Nous ne désirons pas voir la destruction de l´oeuvre réalisée depuis cinq siécles par le Portugal sur notre sol et ce, parce que nous voulons sauvegarder le patrimoine économique et industriel de l` Angola.
Nous n´aimons pas voir notre Patrie S`engager dans la voie de la guerre où Angola et Portugais payeraient de leur sang cette lutte inhumaine et stérile.
Nous n`admettons pas que notre pays devienne une seconde Algérie et que les ruines, les deuil et la misère s`y accumulent.
Le peuple portugais vante la sagesse de leur chef qui a su maintenir et devedores l`économie portuguaise. Nous voudrions ,Excellence, que cette sages se vous fasse comprendre que l´intérêt de nos deux différents peuples (Angolais et Portuguais) est de nous entendre et non de nous entretuer.
Nous voudrions que cette sagesse vous permette de sentir l`impérieuse nécessité qui nous fait - dans l` Afrique en pleine évolution - réclamer des droits à l`Autodétermination et à l` indépendence, droits que fréres des autres territoires africains ont tous obtenus.
Le Mouvement De Defense Des Interets De L ´Angola “ M.D.I.A.” vous a déjà clairement d´fini sa position.
Nous n`entendons pas chasser les portuguais. Nous entendons coopérer et poursuivre l`oeuvre entreprise dans la PAIX et L ´ORDRE mais SOUS LA DIRECTION DU PEUPLE ANGOLAIS,
Le mouvement De DEFENSE DES INTERETS DE L`ANGOLA “M.D.I.A.” est prêt à prendre contact avec les Représentants qualifiés de votre Gouvernement et à discuter avec eux L ´application des mesures et des réformes préconisée par la plus Haute Instance Internationale ( O.N.U.) en vue de L` accession à l` independance de notre pays, l` Angola.
Espérant, Excellence, qu`il vous sera possible de donner une suite á notre demande et dans l` attente du plaisir de vous lire par retour du courrier croyez à l `expression de notre plus haute consideration.
Pour Le COMTE- DIRECTEUR;
Le Secretaire Géneral, Le President Géneral
--------JP. MBALA_ __ A. MATUNDU-
(Carta enviada pelo presidente Dr Agostinho Neto ao Dr Hugo José Azancot de Menezes ,um dos Fundadores do M.P.L.A.)
( Carta pertencente ao espolio do Dr Hugo José Azancot de Menezes).
MOVIMENTO POPULAR DE LIBERTAÇÃO
DE ANGOLA
M.P.L.A.
B. P. 2353 Tèl. 49-15
BRAZZAVILLE Brazzaville, 6 de janeiro de 1965 RÉPUBLIQUE DU CONGO Dr Hugo de Menezes
Po; Box. 1633
ACCRA
Camarada:
Agradecemos o favor de informar se podem ser conseguidos condições em Accra para tratamento gratuito de camaradas de Pterigeons.
Desejamos-lhe um ano novo muito feliz.
Saudações cordiais.
Vitoria ou morte
Dr Agostinho Neto
Presidente
Movimento Popular de Libertação de Angola (M.P.L.A.)
A Força Do M.P.L.A, RESIDE NO APOIO QUE LHE CONCEDEM AS CAMADAS POPULARES NO INTERIOR DO PAIS(Conferência de Quadros do M.P.L.A, - 3 a 10 de Janeiro de 1964).
LA FORCE DU M.P.L.A. RESIDE DANS LE SOUTIEN QUE LUI ACCORDENT LES MASSES POPULAIRES DANS L` INTERIEUR
DU PAYS.
(Conférence des cadres du M.P.L.A.- 3 a 10 janvier 1964)
MÁRIO AFONSO D´ALMEIDA BirKesdorf, 8/9/1961
BIRKESDORF - DUREN (RHLD)
Durenerstrab ( 119) 25
ALLEMAGNE
Exmo. Snr.
Dr. E. Santos
B. P. 2353
BRAZZAVILLE
Meu cara Doutor,
O nosso colega Videira pediu - me, em Paris , para entrar em contacto consigo a fim de que me esclarecesse sobre um número de pontos concernentes à nossa actividade médica, como veis membros duma organização para assistência aos refugiados , organização esta que , por meu irmão , vim a saber que se intitulava ( CORPO VOLUNTÁRIO DE ASSISTÊNCIA AOS REFUGIADOS).
Esclareço que por mim, se fora só, escrever - lhe apenas à pedir instruções para seguir logo que elas chegassem.
Como minha mulher e meu filho me acompanharão é pensando neles lhe peço o favor de enviar informações sobre o seguinte:
a) ALOJAMENTO,
b)LOCAL OU LOCAIS DE TRABALHO,
c) MEIOS DE DESLOCAÇÃO,
d) URGÊNCIA DA MINHA PRESENÇA
e) HONORÁRIOS.
Aguardando a sua resposta termino enviando as cordiais saudações a todos os amigos e colegas. Creia - me inteiramente solidário com tão nobre causa e receba um abraço de quem atenciosamente se subscreve,
MARIO AFONSO D`ALMEIDA
( CARTA PERTENCENTE AO ESPOLIO DE UM DOS FUNDADORES DO M.P.L.A. ,Dr Hugo José Azancot de Menezes)
Dr Hugo Menezes B. P 856, LÉO
Representante do M.P.L.A. 3 de Agosto de 1962
Bureau Of African Affairs
P.O. BOX M 24
Accra - Ghana
Prezado compatriota :
Esperamos que a tua família tenha feito uma boa viagem e que todo o trabalho esteja a decorrer bem no teu novo posto.
Esta é para te participar o seguinte: dentro em breve deverão prosseguir os preparativos para o congresso da mulher angolana aí. Em reuniões que tivemos com 2 elementos da UPA nos dias 1 e 2 deste, determinou-se que o Comité preparatório que vai trabalhar aí seja constituído pelas seguintes pessoas: Maria Ruth Costa ( 3, Rue Rodin, Rabat, Marrocos, D Bernarda de Sousa e Santos e uma “ neutra “ que é a cunhada da tua irmã. Recomendamos e frisamos insistentemente que nenhuma decisão nem démarche do Comité preparatório se torna válida sem a colaboração e o acordo das 3 - por meio das respectivas assinaturas, por exemplo.
Carecemos do teu auxílio no sentido de esclareceres o Bureau aí o facto de o actual Comité preparatório que deve trabalhar em Accra o fazer sempre como um bloco e o Bureau não dever reconhecer pedido nem proposta nenhuma que engaje as mulheres angolanas , sem o acordo desses elementos. Pedimos que faças também um bom corredor para obteres os bilhetes que faltam para o Comité preparatório entrar logo em acção aí: Um para a Ruth e outro para a D. Bernarda Santos . A terceira componente já tem o seu e parte para aí a manhã, mas convém que todas comecem a trabalhar ao mesmo tempo em Accra para se evitarem os golpes usuais . Agarra - te às cunhas altas que já conseguiste.
Por favor , despacha -te com os bilhetes. Manda-nos dizer o que conseguires com a urgência que puderes. Obrigado por tudo e Bom trabalho.
Cordialmente ao dispor ,
DEOLINDA ALMEIDA
Secretária da OMA
SECÇÃO de LÉO ( LÉODPOLVILLE)
CC: Maria Ruth Costa
Mário de Andrade
14 Rue de Monastir Rabat, le 2 janvier 65
Rabat
Meu caro Hugo,
Embora tardiamente ,Sarah e eu próprio formulamos os melhores votos para 1965, à família Menezes … “ sita em Accra”.
Enviamos um telegrama (assinado pelo secretariado da CONCP) a saber exactamente quando pensavas fazer sair o primeiro número do jornal.
Evidentemente, preparei algumas notas sobre a nova literatura e a revolução nas colónias portuguesas. Alem disso, penso que seria extremamente importante que o jornal fizesse eco regular das publicações da CONCP. Informo - te, a este respeito, que , em principio, terá lugar (passe o galicismo em Rabat, no fim desta semana a primeira reunião do comité preparatório da 2ª conferência das organizações - membros. Claro que mandarei o comunicado final.
Como vão as démarches para o lançamento do jornal Faulha? Queres informar o DAMZ que “ Etincelle” chega-nos aqui via… marítima?
Gostaria de obter a referência do livro sobre as relações económicas com Portugal, de que me falaste. Poderei continuar a expedir outros livros de que necessites para os teus estudos.
Diz algo, brevemente. Abraços do
Mário (Mario Pinto de Andrade)
Ref.69/B/62 Léopoldville,21 de 1962
Caro Hugo
Saúde
Para que possas continuar a acompanhar os assuntos da nossa luta em especial ao desejado Front junto envio pelo Kassinda um dossier de todas as demarches efectuadas para prosseguimento do do acordo de principio aasinado entre Accra p elos três partidos que bem conheces. O dossier se destina ao presidente Krumah e por isso peço - te de o fazeres chegar ao destinatário . É nosso empenho para que essa entidade seja o juiz do processo e por essa razão pretendemos pôr -lhe ao corrente de todas as demarches efectuadas nesse sentido . Quanto ao governo do Congo tomamos agora uma posição séria. Apresentamos ontem um protesto ao Ministro de informação pelas noticias tendenciosas na Radio- difusão do chamado “Governo da República de Angola no Exílio” e seus “ministros “. Igualmente enviamos cópias do protesto ao Presidente da república, Primeiro Ministro do interior. Ultimamente a situação do refugiado em Léopoldville agrava-se pois que cobram actualmente para o “sejour “ 50 frs mensais. Já apresentamos também uma reclamação por tal facto porque achamos impróprio para com os refugiados que nada possuem. A situação no interior continua a mesma . Os nossos adversários continuam com as duas mentiras, simplesmente os 22 militares preparados não querem entrar no interior de Angola sem formação do verdadeiro Front .
O soba da Sanzala muitas manobras utiliza para mante-los dentro mas parece nada resultar. Temos recebido muitas noticias do interior. O povo está exausto e impaciente com a desunião constante dos partidos. Esperamos que procures usar da tua influência junto do soba de lá para que a decisão penda para nós mesmo sem o Front. Esperamos que nos informes se há possibilidades de podermos mandar publicar ai o relatório do Padua . Agradecemos a informação ainda na volta do correio visto tratar-se de um assunto de importância e muito urgente. Eu não sei o se o Mário te falou desse assunto, mas posso assegurar-te que foi aprovado numa reunião do C.D ( comité director) a publicação do relatório. A
Publicação pretende-se que seja em brochura, se demora para não perder a actualidade , visto os relatos apanhados no depoimento da Onu terem sido já publicados por 250 jornais conforme noticia em nosso poder. Temos de andar meu caro. Desejo-te bom trabalho e muito êxito. Aceite cumprimentos de todos.
Do amigo e compatriota
Graça
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