"Esta história dos vistos ditos ilegais que cidadãs angolanas teriam obtido, segundo deram entender as autoridades de migração e fronteiras brasileiras, e que levou dois grupos de viajantes serem devolvidas a Luanda, ainda vai dar muito que falar.
E disso não tenham nenhuma dúvida. Até porque a comunicação social angolana não está calada e os comentários que se lêem em alguns portais dão mostras do incómodo que a notícia provocou e das ondas que a mesma, se não for mesmo bem explicada, poderá causar.
Estava em Luanda quando isso aconteceu. Televisionei e ouvi a notícia, nomeadamente na TV Zimbo – uma televisão que ainda sem anunciantes privados, mostra, todavia, já ter muita qualidade – relativa aos dois grupos de cidadãs angolanas que viram a sua entrada no Brasil barrada por pretensa ilegalidade na emissão dos vistos que teriam sido emitidos na embaixada da República Federativa do Brasil, em Luanda.
Só que aconteceram dois casos que deverão ser objecto de análise e ponderação pelas diferentes autoridades.
Num, que considero grave, porque parece, talvez extemporaneamente e com o único intuito de salvaguardar a imagem do povo angolano, ter sido adoptado o bom estilo Bush-texano de “dispara (leia-se, detenha-se) primeiro e pergunte depois” – apesar de ouvir numa rádio luandense quando regressava de Cabinda, não pude confirmar pelo que devo colocar esta informação sob reserva – terá sido levado a efeito pelo DNIC que às chegada das cidadãs as deteve.
A confirmar-se, não me parece correcto, mesmo tendo em conta uma eventual salvaguarda da imagem do país e dos angolanos. Nunca é bom haver condenação antes da audição e do julgamento. Por certo que isto terá servido de lição para não adoptarmos como bom tudo o que do exterior vem como acusatório.
E não foi correcto porque, como depois se comprovou, até porque uma das cidadãs entrevistadas afirmava convictamente que já não era a primeira vez que entrava no Brasil com aquele visto – tinha um visto de 365 dias –, os visto eram todos legítimos e regulares.
Só não entendi a afirmação de um responsável da embaixada brasileira e que, substancialmente teria dito que um visto é um convite a visitar o país mas não significa uma entrada aberta e franca no citado país.
Como se Brasil fosse ali na esquina e se não entrarmos hoje entramos noutro dia, pelo que podemos sempre voltar para casa de origem que os bilhetes são quase grátis… (…)" (continue a ler aqui ou aqui).
Publicado como Manchete do , de hoje, sob o título "História dos vistos «ilegais» carece de (boa) explicação"
E disso não tenham nenhuma dúvida. Até porque a comunicação social angolana não está calada e os comentários que se lêem em alguns portais dão mostras do incómodo que a notícia provocou e das ondas que a mesma, se não for mesmo bem explicada, poderá causar.
Estava em Luanda quando isso aconteceu. Televisionei e ouvi a notícia, nomeadamente na TV Zimbo – uma televisão que ainda sem anunciantes privados, mostra, todavia, já ter muita qualidade – relativa aos dois grupos de cidadãs angolanas que viram a sua entrada no Brasil barrada por pretensa ilegalidade na emissão dos vistos que teriam sido emitidos na embaixada da República Federativa do Brasil, em Luanda.
Só que aconteceram dois casos que deverão ser objecto de análise e ponderação pelas diferentes autoridades.
Num, que considero grave, porque parece, talvez extemporaneamente e com o único intuito de salvaguardar a imagem do povo angolano, ter sido adoptado o bom estilo Bush-texano de “dispara (leia-se, detenha-se) primeiro e pergunte depois” – apesar de ouvir numa rádio luandense quando regressava de Cabinda, não pude confirmar pelo que devo colocar esta informação sob reserva – terá sido levado a efeito pelo DNIC que às chegada das cidadãs as deteve.
A confirmar-se, não me parece correcto, mesmo tendo em conta uma eventual salvaguarda da imagem do país e dos angolanos. Nunca é bom haver condenação antes da audição e do julgamento. Por certo que isto terá servido de lição para não adoptarmos como bom tudo o que do exterior vem como acusatório.
E não foi correcto porque, como depois se comprovou, até porque uma das cidadãs entrevistadas afirmava convictamente que já não era a primeira vez que entrava no Brasil com aquele visto – tinha um visto de 365 dias –, os visto eram todos legítimos e regulares.
Só não entendi a afirmação de um responsável da embaixada brasileira e que, substancialmente teria dito que um visto é um convite a visitar o país mas não significa uma entrada aberta e franca no citado país.
Como se Brasil fosse ali na esquina e se não entrarmos hoje entramos noutro dia, pelo que podemos sempre voltar para casa de origem que os bilhetes são quase grátis… (…)" (continue a ler aqui ou aqui).
Publicado como Manchete do , de hoje, sob o título "História dos vistos «ilegais» carece de (boa) explicação"
1 comentário:
Só não entendi a afirmação de um responsável da embaixada brasileira e que, substancialmente teria dito que um visto é um convite a visitar o país mas não significa uma entrada aberta e franca no citado país.
Para entender basta ler a propia lei Angolana que regula a entrada, permanencia e saida de estrangeiros na RA. Visto é o mesmo que espectativa. E a maxima de direito que dita que o nao conhecimento da lei nao quer dizer que ela nao se aplique.
Quanto trafico de drogas, teriam de ser detidas caso fossem encontradas substancias ilicitas na sua posse.
Pagar causados apenas se os tribunais assim decidirem.
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