Guiné-Bissau a votos, mas…

Como se sabe hoje os Bissau-guineenses vão a votos para as presidenciais.

Entre os candidatos há 3 que se perfilam como potenciais vencedores: Malam Bacai Sanhá, apoiado pelo aparelho partidário que é o PAIGC no que também acontece com o aparelho de Estado, por Moammed Kumba Yalá, antigo presidente deposto e apoiado pelo PRS e com esperanças na etnia Balanta de que é membro destacado, e Henrique Rosa, que já chegou a presidir aos destinos da Nação guineense numa altura de transição complicada e que, á época, foi considerada como modelo.

Por razões particulares que se prendem com um trabalho que tenho em mãos, não só não segui em pormenor esta campanha como não fiz comentários que, por certo, seriam, na minha concepção, oportunos.

E nem pensava fazê-lo antes de saber como tinha decorrido o acto eleitoral apesar de saber que a afluência *as urnas, e ao contrário do habitual, estava a ser pouco significativa.

Mas quando, por metro acaso me deparei com uma notícia da rádio portuguesa TSF não pude deixar de comentar.

Segundo aquela rádio o candidato Kumba Yalá, durante a deposição do seu boletim de votos prestou declarações que, no mínimo além de extemporâneas são perigosas para o acto eleitoral e, particularmente, para os próximos dias, por, como se sabe, os militares ainda não estão imbuídos da verdade democrática na Guiné-Bissau e podem não gostar do panorama que vier ser apresentado.

Pois segundo Yalá as eleições já estão ganhas porque como «sempre dissemos que não temos adversário nestas eleições, apenas estamos a confirmar o que sempre dissemos. A minha candidatura já ganhou. Apelo aos meus militantes que, desde já, comecem a cantar a minha vitória».

Uma vez Yalá, sempre Yalá!