"Depois da queda do “Muro de Berlim” e do advento da democracia pluralista em África, era sentimento geral que, embora ninguém acreditasse que os ventos da mudanças fizessem logo efeito – em outras partes duraram décadas para se afirmarem – esperava-se, ao menos, que paulatinamente essa mudança minimamente assentasse nos jangos e nas roças da vida africana.
Passou já mais de uma dezena e meia de anos desde que a maioria dos Estados africanos adoptaram a democracia pluralista. E o que se observa e se objectiva?
A presença de uma cada vez maior afirmação de um despotismo iluminado, a confirmação da supremacia de certos partidos sob a capa de liberdade política, a existência de uma cada vez maior conexão entre a política e a economia, a manutenção, apesar de “ilegalizada” pela União Africana, de Golpes de Estado e Intentonas militares, fazem prever que uma pseudo-democracia bem autocrática está firmemente implantada em África.
Por exemplo, o prémio Mo Ibrahim para “boa governação” e que premeia os presidentes africanos que abdicaram democraticamente do poder, não tenha conferido a nenhum antigo líder este ano. As razões, talvez as encontremos nas palavras do presidente ugandês, Yoweri Museveni, quando terá afirmado “Cinco milhões de dólares para mim não é nada. Cinco milhões de dólares é como uma mesada!”. Pois é precisamente este o valor pecuniário do Prémio Mo Ibrahim a ser pago em tranches anuais de 250 mil dólares.
Ora quando um estadista africano, que quando chegou ao poder, em 1986, afirmava que um presidente africano só deveria manter-se no poder durante dois mandatos, e faz uma afirmação destas, pode-se afirmar que, no mínimo, é chocante e… desmotivante!
É que à mulher de César não basta parecer ser séria… (...)" (continuar a ler aqui)
Publicado no semanário , edição 239, de 7-Novembro-2009
Passou já mais de uma dezena e meia de anos desde que a maioria dos Estados africanos adoptaram a democracia pluralista. E o que se observa e se objectiva?
A presença de uma cada vez maior afirmação de um despotismo iluminado, a confirmação da supremacia de certos partidos sob a capa de liberdade política, a existência de uma cada vez maior conexão entre a política e a economia, a manutenção, apesar de “ilegalizada” pela União Africana, de Golpes de Estado e Intentonas militares, fazem prever que uma pseudo-democracia bem autocrática está firmemente implantada em África.
Por exemplo, o prémio Mo Ibrahim para “boa governação” e que premeia os presidentes africanos que abdicaram democraticamente do poder, não tenha conferido a nenhum antigo líder este ano. As razões, talvez as encontremos nas palavras do presidente ugandês, Yoweri Museveni, quando terá afirmado “Cinco milhões de dólares para mim não é nada. Cinco milhões de dólares é como uma mesada!”. Pois é precisamente este o valor pecuniário do Prémio Mo Ibrahim a ser pago em tranches anuais de 250 mil dólares.
Ora quando um estadista africano, que quando chegou ao poder, em 1986, afirmava que um presidente africano só deveria manter-se no poder durante dois mandatos, e faz uma afirmação destas, pode-se afirmar que, no mínimo, é chocante e… desmotivante!
É que à mulher de César não basta parecer ser séria… (...)" (continuar a ler aqui)
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