19 fevereiro 2010

Níger, bem que a UA tenta, mas…

(imagem via Internet)


Uma vez mais a força das armas sobrepôs-se á prudência e à diplomacia em África.


Uma vez mais, ocorreu um Golpe de Estado no Continente africano, desta feita – como de outras quando convém e interesses externos são mais fortes – sob a capa de restauração da Democracia.


Começa ser panaceia de alguns títeres e seus aliados usar este estratagema para vingar Golpes. Até pode ter sido mesmo o caso. Mas isso teria de ter sido logo tomado em conta quando o presidente nigerino decidiu provocar uma alteração constitucional – como ocorreu em outros sítios, por exemplo na América Latina – para se manter, ou prorrogar, o seu cargo presidencial.


Ontem um grupo de militares acoitados numa sigla CSRD (Conselho Supremo para a Restauração da Democracia) derrubou o regime do presidente Mamadou Tandja, detendo-o, juntamente com outros ministros, num qualquer quartel, em Tondibia, creio, algures a sudoeste de Niamey, a capital do País e no edifício do Conselho Superior de Comunicação, que ficaria próximo ao palácio presidencial.


Segundo o porta-voz dos militares revoltosos, coronel Goukoye Abdoul Karimou, que reconheceram que na refrega do Golpe houve vítimas mortais entre seus camaradas que defendiam o palácio presidencial, o presidente derrubado estariam a ser bem tratado e que alguns ministros já estariam em situação de serem colocados em Liberdade.


Até pode ser verdade. Até pode ser indesmentível. Mas se existia um Parlamento era junto dele, apesar de todas as crises políticas que persistissem desde a tal alteração constitucional, que o Povo deveria pedir a demissão do presidente.


África, em geral, e nigerinos, em particular, teriam dado mostras de um civismo a toda prova.


Já bastou Madagáscar e Guiné-Konakri para mostrar como a vontade política da União Africana é igual a nada!


O problema do Níger, pode não dever se chamar Tandja, mas haver quem persista insinuar que o seu precioso urânio está – ou pode estar – a ser tradado pelos homens da Al-Qaeda (isso, se realmente ainda existir uma Al-Qaeda ou se esta já não será desculpa para certos factos que alguns querem aproveitar para benefício próprio, em nome de um dogma religioso, com o acordo tácito daqueles que mostram sempre necessitar de um “inimigo” para justificar actos menos próprios…)

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