31 maio 2011

Bicesse, foi há 20 anos!

(O aperto de mão nos Acordos de Bicesse; foto oficial da Internet)

Faz hoje 20 anos que, em Bicesse, Estoril, Portugal, UNITA e MPLA sob a supervisão restrita – como se veio a verificar – de Portugal, o mediador coadjuvado pelos EA e pela antiga URSS (hoje, unicamente, Rússia) foram assinados aqueles que viriam a ser reconhecidos pelos Acordos de Bicesse.

Estes acordos permitiram o termo da guerra-civil angolana, da primeira guerra civil, o fim do monopartidarismo que vigorava sob a égide do MPLA com a subsequente abertura ao pluripartidarismo, o fim da economia centralizada e a unificação das forças militarizadas dos dois contendores – a transformação das FAPLA (MPLA e das FALA (UNITA) em FAA (Forças Armadas de Angola) – e convocação de eleições eleitorais legislativas e presidenciais

Infelizmente, e tal como se já tinha verificado em Acordos anteriores, nenhum dos contendores sob conviver irmãmente sob o mesmo tecto nem os presumíveis observadores da implementação dos Acordos souberam aquilatar das verdadeiras necessidades que cada um dos contendores considerava como prioritário.

E, o resultado, foram os descalabros ocorridos no pós-resultados eleitorais em que se nas legislativas, com maior ou menos dificuldade sempre se conseguiu criar a Assembleia Nacional já nas presidenciais nunca houve a realização da a tão necessária 2ª volta entre os dois candidatos mais votados.

Este é um facto que ainda não se normalizou com a Paz conseguida onze anos depois!

28 maio 2011

Ndalatando e Dondo em festa

(a belíssima barragem de Cambambe, ©foto João M. Neto)

A bela capital do Kwanza Norte, a cidade de Ndalatando, cujo nome colonial, Salazar, e a data que hoje se celebra não podem ser dissociados, faz hoje 55 anos que foi elevada à categoria de cidade.

Uma das cidades mais belas que conheci – estive nesta, então pequena e acolhedora cidade em 1972 enquanto atleta escolar – está, segundo pede constatar por imagens recentes, tão bela e florida como já então era.

À cidade da rainha Jinga Ndongo os meus parabéns!

Já agora, não posso deixar de celebrar os 35 anos da cidade rainha do Kwanza, da barragem de Cambambe – que visitei vaias vezes (incluindo o seu interior) – e da loira e fresca Eka, a cidade do Dondo, que se comemora amanhã.

27 maio 2011

Dos Santos em presidência aberta ou… em pré-campanha?

(O Presidente em Luanda; foto castrada dado que me esqueci de solicitar autorização ao fotografado e ao fotógrafo, que fui eu…)

José Eduardo dos Santos, presidente de Angola ainda que nunca o tenha sido sancionado eleitoralmente, está, desde ontem, em presidência aberta pela província de Luanda.

Ontem visitou um dos maiores bairros (Municípios) da capital e hoje a nova zona industrial de Viana-Bengo onde apresentou várias iniciativas e outras novas áreas industriais, nomeadamente nas províncias de Cabinda, do Zaire, de Benguela, de Malange e da Huíla onde estão previstos sejam criados cerca de 9000 postos de trabalho directo e mais de 30000 indirectos.

Mas o que mais saltou aos nossos ouvidos foi o desafio de Eduardo dos Santos aos nossos investidores e criadores de projectos. Que os diferentes artefactos industriais e agrícolas necessários para a implementação destes novos projectos económicos sejam montados ou mesmo fabricados com material e mão-de-obra nacional e no País.

Ora, um desafio que se saúda e que se espera tenha tido bons ouvidos a recebê-lo, mesmo que mais não seja que uma boa forma de fazer política eleitoral para o período que se aproxima.

25 maio 2011

Dia da (des)Unidade Africana

"Quase meio século após o seu nascimento por incentivo e dedicação de Hailé Selassié, o falecido imperador do mais antigo país independente de África, a Etiópia, o Continente Africano, berço da Humanidade, continua a procurar aquilo que tenta desde a sua implementação: a Unidade Africana.


Todavia, a pobreza, a corrupção, a má gestão pública, a má distribuição das riqueza nacionais – com a presença de personalidades demasiado endinheiradas sem que o justifiquem em contraste com a excessiva pobreza de muitos sectores populacionais –, a lapidação quase endémica do erário público, o desmesurado e néscio culto das personalidades – felizmente, nem todos – que domina na grande maioria dos países africanos, a eterna subserviência de alguns políticos africanos às intromissões externas, além de outras causas estranhas, tudo tem motivado para a continuada desunidade africana.


Quase meio século depois da formação da antiga OUA, hoje União Africana, que defendia a Liberdade, a Independência, a Justiça Social para os nossos Povos, continuamos à espera de um Messias que consiga, realmente, unir os Africanos sem que estes percam a sua identidade própria e endógena e consigam transmitir ao Mundo que estão preparados para gerir os seus destinos sem estarem dependentes – leia-se, subservientes quase escravos – das potências externas e dos fundos que chegam do exterior.


África pode, deve, tem de provar, e de uma vez, que mais que fornecedor de mão-de-obra irregular, a maior parte, – especializada e não-especializada – para a Europa ou Américas, produtor de matérias-primas primárias e, ou hidrocarbonetos para os dois colossos dos BRICS (Índia e China, os quais armazenam a maior parte da produção petrolífera do Mundo, destronando os EUA), tem capacidade para transformar, manufacturar, exportar produtos finais com valor acrescentado de modo a melhor a qualidade de vida dos seus filhos. (...)" (continuar a ler aqui ou aqui).

Publicado como Manchete do , de hoje

10 maio 2011

Mulher Africana nº2

Já foi apresentada a edição nº 2, de Maio de 2011, da Revista Africana e de acordo com a informação da editora ocorreu na ilha de Luanda «no Hotel Palm Beach, no passado sábado, durante um encontro que juntou muitos amigos, prestigiado pela presença de altas individualidades, designadamente a ministra da Cultura, ministra e vice-ministra da Família e Reinserção Social, general Massano, embaixadores da Argélia e do Gabão, membros do Corpo Diplomático e representantes de diversas associações.

A revista, propriedade do GMA (Grupo da Mulher Africana)e produzida pela empresa Isabel Flores -Produção e Representações, esta edição, traz na capa uma bonita foto do fotógrafo (também produtor e realizador) Nguxi dos Santos, tem como tema principal o papel da mulher no desenvolvimento rural e o compromisso da secretária de Estado Filomena Delgado em promover e garantir esse desenvolvimento.

Para além dos temas com chamada de capa, a revista está recheada assuntos de interesse, que vão da saúde e bem-estar à moda e beleza, sem contar, naturalmente, com as notícias e as reportagens da intensa actividade» do do grupo editor, de destacar a proposta efectuada pelo grupo CIPSI, que coordena 48 associações de solidariedade internacional e da ChiAma Africa, emergida em Dakar, Senegal, durante o seminário internacional "Novo Pacto de Solidariedade entre Europa e África"; candidatura da Mulher Africana ao Prémio Nobel da Paz 2011!

Subscrevo, totalmente, esta proposta!!

03 maio 2011

Liberdade de Imprensa...

Comemora-se nesta data, por acaso o dia em que o semanário angolano A Capital comemora o seu aniversário, o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa.

Tal como anos e períodos anteriores a Comunicação Social mantém-se na primeira linha de fogo daqueles que não gostam da Liberdade dos Médias (Imprensa e seus colaterais como a Internet e Blogues sociais, por exemplo) que, “de uma forma inaudita” descobrem os “podres” das sociedades totalitárias, autocráticas ou, simplesmente, hipócritas deste nosso Mundo.

É por isso que se deve levar em muito boa conta o lema que as Nações Unidas divulgaram para esta data “Os médias no Século 21: Novas Fronteiras, Novas Barreiras” no mesmo ano em que se comemora o 20º aniversário da Declaração de Windhoek, que promulgou a necessidade de se fomentar a existência de uma Comunicação Social independente e pluralista como condição fundamental para a consolidação da democracia e do desenvolvimento socioeconómico de todos os países.

É a pensar nas diferentes problemáticas, nomeadamente no que se refere às protecções e segurança dos jornalistas, em geral, e dos novos meios de informação digital que o Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA) se associou às manifestações desta data alertando para os riscos que a profissão de jornalista sofre.

Recordemos que no ano de 2010 foram mortos cerca de 60 profissionais da Comunicação Social enquanto os Repórteres sem Fronteiras (RSF) se viram na necessidade de apoiar jurídica e economicamente cerca de 230 jornalistas em todo o Mundo, particularmente no Irão onde apoio cerca de 56% dos casos e África com 16%.

É também por causa dos novos meios de comunicação que o SJA alerta para os riscos que contempla(va)m a proposta de lei do Governo angolano sobre a regulamentação das tecnologias de informação e comunicação e dos serviços da sociedade da informação.

É certo que muitos jornalistas se curvam perante as diferentes arbitrariedades do Poder. Mas também é vero que uma grande maioria prefere manter a espinha erecta e denunciar os casos menos claros desse mesmo Poder mesmo que para isso seja obrigado a contar todos os cêntimos do seu bolso a vergarem-se aos ditames autocráticos ou hipócritas de quem decide do que deve ser ou não publicado.

Recordemos que no ranking da Liberdade de Imprensa dos RSF, no ano de 2010, Angola se situava no lugar nº 104 enquanto Portugal ocupava o 40ª, Brasil o 58º, Cabo Verde o 26º (o melhor de todos), Guiné-Bissau o 67º, Moçambique o 98º e Timor o 94º, respectivamente. São Tomé e Príncipe não está referenciado.

Publicado no Notícias Lusófonas, secção "Colunistas" de hoje

02 maio 2011

Bin Laden out?

De acordo com uma notícia veiculada por muitos órgãos de informação, o presidente Obama terá ontem, dia 1 de maio de 2011, dia da beatificação do papa João Paulo II, anunciado a morte do homem mais procurado pelos EUA: Usāmah Bin Muhammad bin 'Awæd bin Lādin mais reconhecido por Osama bin Laden!

Segundo Omaba o cérebro do 11 de Setembro e do primeiro ataque ao metro das torres gémeas, cerca de 2 ou 3 anos antes, terá sido abatido após confrontos com forças especiais no Paquistão e, cumprindo as tradições muçulmanas de imediato enterro, enviado o seu corpo para o mar.

Ou seja, os EUA evitam um lugar de peregrinação ao mártir islâmico mas criam um natural e mais que certo ponto de conflito para as autoridades de Islamabad.

Por certo que os seguidores de bin Laden e a al-Qaeda não ficarão sossegados.

E para que o dia não acabasse só com esta emoção, pelo manos para os norte-americanos e para todos os que, directa ou indirectamente, já foram afectados pela al-Qaeda e suas ramificações, o Ocidente - leia-se a NATO - atacou uma eventual base militarizada da família Kadhafi provocando, segundo fontes próximas deste. a morte do filho mais novo e de três netos.

De acordo com essa mesma fonte, Kadhafi estaria no local atingido mas que teria sobrevivido.

O certo é que as imagens mostram três ou quatro corpos amortalhados mas nunca o rosto das vítimas como também não mostraram o líder líbio após o ataque.

Pelo que todas as conjecturas são válidas...

Uma coisa é clara; se as eleições presidenciais norte-americanas fossem hoje bem que poderia não haver opositores porque Barak Obama estaria reeleito com maioria mais que qualificada!