Depois dos distúrbios e dos zigue-zagues da primeira volta nas eleições presidenciais senegalesas, a segunda ronda deu um desfecho que só diz bem da democraticidade e da rectidão dos intervenientes.
Recordemos que a primeira volta ficou marcada pela contestação à tentativa de Abdoulaye Wade, presidente em exercício, de 85 anos e já com dois mandatos, em voltar a recandidatar-se aproveitando uma lacuna legislativa resultante das alterações constitucionais.
Uma situação que levou a inúmeras contestações por parte dos eleitores e candidatos senegaleses mas que não evitou a concretização do sonho de Wade e que o levou, juntamente com um dos seus mais fortes opositores e antigo primeiro-ministro e presidente da Assembleia Nacional, Macky Sall, à segunda volta.
A segunda ronda, ocorrida no final da última semana, demonstrou, apesar de todos e inúmeros receios, que Senghor deixou uma excelente e indelével marca de democraticidade e de probidade no País.
Quando, à revelia do que seria expectável por parte dos analistas locais e dada a manifesta firmeza de Wade em se recandidatar, ao contrário de tudo o que demonstrava bom senso, o presidente-recandidato, sem rebeldia e com demonstração de total respeitabilidade pelos votos expressos, aceitou a derrota e vitoriou, publicamente, o candidato Macky Sall.
Uma enorme, um hino, à demo-probidade que deveria ser estudado e acolhido por outros.
Todos temos um sonho e esse passa por que haja mais senegaleses em África…
Transcrito no portal do Jornal Pravda, sob o título "Mais senegaleses, por favor" (http://port.pravda.ru/news/mundo/28-03-2012/33175-mais_senegaleses-0/)
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