(Foto ©Expansão)
Esta
noite estive a telever o Telejornal da TPA (uma parte) e houve uma peça,
interessante, tanto pelo assunto como – principalmente, e não pelas boas razões
– pelo conteúdo. Era sobre a inauguração da “nova” linha férrea entre as províncias
do Namibe e a do Kuando-Kubango, ou seja, o Caminho-de-Ferro de Moçamedes, onde
o Governo gastou qualquer coisa como cerca de 3,3
mil milhões de dólares entre infraestruturas, modernização da linha férrea,
estações e afins.
Não está
em causa os gastos, por muito elevados que sejam, quando o que está subjacente
é os desenvolvimentos locais, regionais ou do País.
Espera-se
sempre que esses gastos sejam mesmo a favor das populações.
Agora,
se a inauguração é – seria, mais correctamente – um acto normal numa
Governação, independentemente de quem mais beneficia desse acto, já não me
parece correcto, diria, digno, fazê-lo em plena campanha eleitoral e com evidente
imagens partidárias, conforme comprovaram as imagens televisivas que não o ocultaram,
bem pelo contrário, no caso do MPLA – onde um dos convidados mostrava
orgulhosamente o seu boné político – ou a presença massiva das senhoras da OMA.
Sendo um
bem público e multinacional, parece-me que seria melhor fazerem a inauguração
antes do início da campanha eleitoral (e depois mostrá-la quando e quantas
vezes o partido beneficiário quisesse no seu tempo de campanha) ou depois do
acto eleitoral.
Nessa
altura, os mesmos ou os novos vencedores com a natural presença – assim determina
o espírito democrático de um acto eleitoral – dos vencidos e impulsionadores da
modernização – e/ou de todas as modernizações – far-se-ia os actos
inaugurativos que fossem necessários.
Penso,
ate, que não estarei errado – corrijam-me se estiver – que esses actos são
vedados pela Lei Eleitoral e criticáveis pela CNE. Se não forem, deveria ser
ou, pelo menos, deveriam estar inferidos no bom senso eleitoral.
Pode ser
que tenha sido um caso sem caso e sem repetição.
O
problema, o problema, é que já não é caso virgem, nomeadamente, quando se (re)inaugura
coisas sem fim e, algumas delas já quase centenárias como, por exemplo
Considero
que é altura do bom-senso regressar a uma campanha eleitoral que, amanhã, terá
o seu último dia de suavidade climática, já que amanhã, 15 de Agosto acaba,
oficialmente, o Cacimbo e começo o calor que se almeja seja gradual, elegante e
de saudável amplitude térmica…
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