22 novembro 2012

Na R.D.Congo o “M23” avança no Kivu Norte…


(Ontem como hoje as ocupações rebeldes continuam...; foto da Internet)

O movimento rebelde 23 de Março, reconhecido internacionalmente por “M23” ocupou, na passada terça-feira, a capital do Kivu Norte, Goma.

Onde estavam as forças das Nações Unidas (MONUSCO) que nada fizeram – e estão mandatadas para impedir a progressão dos rebeldes – permitindo a ocupação – nova ocupação, porque já o tinha sido em 1998, – da cidade de Goma.

Será que a ONU só serve para acusar os rebeldes de serem apoiados pelo Ruanda e Uganda, na linha do que também afirma Kinshasa e seus aliados ou para fazer aprovar, por unanimidade, uma resolução (Resolução 2976/21Nov2012) condenando e exigindo sanções aos rebeldes?

Vamos acolher como verídicas e sustentadas as informações tanto da R.D. do Congo como da ONU que, de facto, Ruanda está a apoiar e armar os rebeldes do M23 – com a particular anotação do facto  do M23 dizer que está a defender as populações locais das investidas dos rebeldes hutus da FDRL.

A confirmar-se tal facto, seria um enorme descrédito para as duas potências regionais (África do Sul e Angola) que têm participado na resolução dos conflitos dos Grandes Lagos e a celebração da força de um pequeníssimo estado como é o Ruanda apesar de ter o apoio – parece que inequívoco – do Uganda que, há muito, quer ser considerado como uma proto-potência regional na região em claro confronto com o Quénia.

Ora, no Quénia registam-se, ultimamente, vários confrontos entre quenianos e terceiros, nomeadamente, refugiados somalis e apoiantes dos rebeldes ugandeses do Exército de Resistência do Senhor, de Joseph Kony, que fazem pequenas surtidas no Quénia.

E, voltando ao M23 e á sua vontade de progredir até Kinshasa, não esquecer que o actual inquilino presidencial deve a sua presença no palácio da presidência à conquista militar feita pelo seu pai Joseph Kabila com o apoio de terceiros que, hoje, se limitam a criticar e a condenar as acções dos rebeldes e ver a agonia dos congoleses democráticos…

Será que estamos na presença do velho adágio, “quem com ferros mata…”.

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