(Ontem como hoje as ocupações rebeldes continuam...; foto da Internet)
O movimento rebelde 23 de Março, reconhecido
internacionalmente por “M23” ocupou, na passada
terça-feira, a capital do Kivu Norte, Goma.
Onde estavam as forças das Nações Unidas (MONUSCO) que nada
fizeram – e estão mandatadas para impedir a progressão dos rebeldes –
permitindo a ocupação – nova ocupação, porque já o tinha sido em 1998, – da cidade
de Goma.
Será que a ONU só serve para acusar os rebeldes de serem apoiados pelo
Ruanda e Uganda, na linha do que também afirma Kinshasa e seus aliados ou para
fazer aprovar, por unanimidade, uma resolução (Resolução 2976/21Nov2012)
condenando e exigindo sanções aos rebeldes?
Vamos acolher como verídicas e sustentadas as informações
tanto da R.D. do Congo como da ONU que, de facto, Ruanda está a apoiar e armar
os rebeldes do M23 – com a particular anotação do facto do M23 dizer que está a defender as populações
locais das investidas dos rebeldes hutus da FDRL.
A confirmar-se tal facto, seria um enorme descrédito para
as duas potências regionais (África do Sul e Angola) que têm participado na
resolução dos conflitos dos Grandes Lagos e a celebração da força de um
pequeníssimo estado como é o Ruanda apesar de ter o apoio – parece que
inequívoco – do Uganda que, há muito, quer ser considerado como uma
proto-potência regional na região em claro confronto com o Quénia.
Ora, no Quénia registam-se, ultimamente, vários
confrontos entre quenianos e terceiros, nomeadamente, refugiados somalis e
apoiantes dos rebeldes ugandeses do Exército de Resistência do Senhor, de
Joseph Kony, que fazem pequenas surtidas no Quénia.
E, voltando ao M23 e á sua vontade de progredir até
Kinshasa, não esquecer que o actual inquilino presidencial deve a sua presença
no palácio da presidência à conquista militar feita pelo seu pai Joseph Kabila
com o apoio de terceiros que, hoje, se limitam a criticar e a condenar
as acções dos rebeldes e ver a agonia dos
congoleses democráticos…
Será que estamos na presença do velho adágio, “quem com
ferros mata…”.
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