Soube-se,
no decorrer desta semana que um órgão de informação nacional teve um percalço
na saída e terá sido impedido de percorrer as estradas nacionais de leitura
porque incluiria no seu interior uma peça jornalística que teria criado um
problema viral às pessoas que gerem o respectivo órgão informativo.
De
acordo com algumas vozes, a que o Sindicato dos Jornalistas terá feito eco,
tudo poderá haver estado baseado nas “palavras à Nação” de Samakuva, líder da
UNITA – numa réplica ao “Estado da Nação” do presidente dos Santos –, numa
atitude que se louva por ser o líder da Oposição e por mostrar que quer
participar no desenvolvimento do País.
Pessoalmente,
ainda não houve a oportunidade de ler, na íntegra, a mensagem de Samakuva,
apesar de ter a mesma em meu poder e do citado órgão, parece – o parece, hoje
em dia, está muito em voga, porque nada e é tudo parece – que acabou por
aparecer nas bancas, tardiamente, e com a referia comunicação encolhida.
A
ser verdade esta eventual atitude, deram mostras de não respeitar a liberdade
de cada um. A liberdade de quem escreveu, a liberdade de quem produziu e, mais
grave ainda porque a condiciona, a liberdade de escolha do leitor.
Porque
os jornais, a comunicação social, só existe porque há leitores, ouvintes e
telespectadores que lêem, ouve, ou vêem as notícias e as opiniões emitidas
para, posteriormente, terem a liberdade de as apreciar, citar ou questionar e
criticar as mesmas e delas tirarem as ilações possíveis.
Há
uma coisa que muita gente ainda hoje parece esquecer. Os órgãos de informação
têm directores e editores que apreciam, previamente, as matérias jornalísticas
e de opinião que se lhes deparam antes das publicações. E que os mesmos têm
toda a liberdade de, naturalmente e sempre que assim se justificar, mesmo que
não seja esse o entendimento do “produtor”, não publicar a matéria.
Se
ela foi publicada, como parece ter sido o caso, deveu-se ao facto dos
principais responsáveis assim o terem entendido para que a tal liberdade do
leitor nunca venha a ser condicionada e a verdade de cada um seja dilatada a
todos; e que todos, depois, a escalpelizem e saibam peneirar a fundamental
essência da matéria.
Ora
a ser verdade o que acusam as páginas sociais e o Sindicato dos Jornalistas,
embora citando terceiros, houve uma inequívoca violação à Liberdade de
expressão por parte de quem não deveria ter feito com a agravante desse
sacrilégio se reflectir em terceiros que, no mais certo, nada têm a ver com a
situação e não desejariam que tivesse acontecido. (...)" (continuar a ler aqui)
Publicado hoje, na edição 250, do semanário Novo Jornal (Angola), pág. 21 (citado no Angola24Horas - http://www.angola24horas.com/index.php?option=com_content&view=article&id=7296:a-liberdade-de-cada-um-nao-devera-ser-respeitada&catid=14:opiniao&Itemid=24)
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