06 setembro 2006

A Fortaleza Europeia e os clandestinos

(Os primeiros “balseros” da actualidade; imagem ©daqui)
Centenas de seres humanos (e digo centenas esperando que não sejam na realidade milhares) morrem afogados nas águas do Atlântico sem que nada possa evitá-lo... E interrogo-me, pergunto a todos, ao governo espanhol, à Europa efectivamente nada pode evitá-lo?”, assim pergunta Adán Martín, presidente do Governo das Canárias.
É assim que a Europa quer manter a sua “Fortaleza” incólume, pura e virginal qual noiva em vésperas da boda celestial?
É por isso que Espanha continua a tentar acordos com determinados países africanos para que os clandestinos e potenciais imigrantes africanos fiquem por onde não possam entrar na Europa?
É contê-los em quartéis desactivados e sem quaisquer condições e depois recambiá-los de qualquer forma para os eventuais – por vezes não são claros que o sejam – países de destino onde, sabe Deus como, sobreviverão? e se o país de acolhimento os deixarem sobreviver.
Ou seria preferível que a Europa criasse condições para que os clandestinos não tivessem necessidade de fugir.
Relembremos as promessas do G8, em Londres, em Julho de 2005. Onde está o início da concretização dessas promessas? Quem já criou condições efectivas para que a “Dívida dos pobres” possa, de facto, ser amenizada – ou perdoada como previa o plano Brown – de modo que os clandestinos não tenham de suportar condições sub-humanas nas sucessivas fugas para a “Fortaleza Europeia” o novo “el dourado” dos mais necessitados.

1 comentário:

Kamia disse...

Este é um assunto que Cabo Verde tem de acompanhar de perto visto que estamos a ponto de nos tornar a nova Canárias. E o nosso governo terá que desenvolver políticas responsáveis para lidar com a situação e não somente seguir as "sugestões" de Espanha e patrulhar as águas territorias para barrar o caminho aos ilegais.
Mas penso que os governos dos paises de onde são originários os ilegais não podem ficar de braços cruzados a ver os outros a lidar coma situação.