Há cerca de dois dias – deixei claramente passar este período para ver se havia alguma clarificação às declarações proferidas – o ministro da Administração do Território e coordenador da Comissão Interministerial para o Processo Eleitoral (CIPE), Virgílio Pereira, terá afirmado aos jornalistas que caso haja eleições em 2007 – quer isto dizer que não serão certas – as mesmas a acontecer serão efectuadas, e passo a citar, “seguramente ocorrerão no período chuvoso”.
Bom, alguma coisa começa a não estar bem no seio governamental.
O presidente Eduardo dos Santos terá declarado ao primeiro-ministro português, José Sócrates na última visita deste a Angola, que as eleições serão, o mais tardar no próximo ano.
Ora como estamos em 2006, infere-se que o próximo ano será – seria – 2007.
Também os norte-americanos andam para aí dizer que as eleições em Angola acontecerão brevemente, em princípio no próximo ano, até para credibilizar ainda mais o governo angolano e o desenvolvimento social(?) do país.
Ora como estamos em 2006, infere-se que o próximo ano será – seria – 2007.
Bom, realmente, alguma coisa começa a não estar bem no seio governamental.
Se duas entidades, mais que credíveis, quer interna, quer externamente, dizem que as eleições serão o mais tardar no próximo ano, e o próximo ano é 2007; se o coordenador da CIPE afirma que se inscreveram, em todo o país, 57.353 candidatos a comissários (leia-se brigadistas, não sei porquê mas isto soa-me a Comecom) de recenseamento – todavia dos cerca de 14000 necessários, ainda só foram empossados 3000 para um período de recenseamento que vai de 15 de Novembro próximo a 15 de Junho de 2007 – como explica a dúvida até, porque o coordenador e ministro afirma, também, que educação cívica para o registo eleitoral começa já no próximo dia 3 de Outubro.
E mais porque é tão peremptório em afirmar que “seguramente” as eleições serão no período chuvoso?
... e se em 2007 houver um período de seca?
Incongruências, ou, como alguém há dias me comentava… “para bom entendedor, meia palavra…”.
1 comentário:
Meu caro,
Essa de inferir que se estamos em 2006 o próximo ano será... 2007, não corresponde, creio, ao calendário angolano. Aliás, creio que Hugo Chávez (que por sinal quer ser presidente vitalício) levou para Luanda um calendário em que indica que a seguir a 2006 não vem, obrigatoriamente, 2007...
Kandando
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