Esperemos que a Assembleia-Geral que hoje se inicia traga a Revolução que a ONU espera na comemoração dos seus 60 anos.
O primeiro passo foi dado na Assembleia-geral que antecede a Cimeira Mundial. Os Estados-membros chegaram a um acordo relativo à reforma da ONU e o desenvolvimento. Esperemos como vão implementar essas Reformas.
De entre destacam-se: a reforma administrativa (é preciso que os 5 grandes – mais concretamente os EUA e a China – o desejem, e não parece que essa seja a sua vontade); a reforma do decrépito e anti-democrático Conselho de Segurança (o Sistema Internacional de hoje nada tem a haver com o de há 60 anos, nem com o da Guerra-Fria); o estabelecimento de um actualizado Conselho dos Direitos Humanos com uma mais clara definição da "responsabilidade de protecção", para prevenir genocídios e abusos contra os Direitos Humanos (ou seja, um meio de se atingir os objectivos de Desenvolvimento do Milénio, a redução para metade da pobreza mundial até 2015); a não proliferação nuclear e a contenção à nova corrida ao “moderno” nuclear e o que ele encerra; a definição de terrorismo (como se houvesse necessidade de o definir); e o estabelecimento de uma Comissão de Construção da Paz, para ajudar os países saídos de conflitos e crises sociais e militares.
Os cerca de 170 Chefes de Estado e de Governo que se reúnem em New York estão muito descrentes. Só o Secretário-geral, Kofi Annan mantém o optimismo no documento que apresentou e ao qual o novo embaixador dos Estados Unidos nas Nações Unidas, John Bolton, fez o favor de introduzir 750 emendas ao texto.
Há texto algum que consiga sobreviver a tantas emendas? E só de uma parte?
Se Annan conseguir que, efectivamente, o documento vá para a frente, então será, apesar de todas as emendas que surjam, o grande vencedor. E com ele, todos aqueles que defendem a Reforma das Nações Unidas.
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