26 agosto 2009

Pelos vistos os jardins é que estão a dar…

(maqueta da requalificação; imagem Club-K)

Os jardins em Angola parecem que estão para os políticos angolanos como as rotundas, rodovias e obras de fachada para os políticos portugueses, principalmente quando cheira a eleições (mesmo que sejam pelas calendas gregas)...

Ou seja, o que evidencia imagem pública aos olhos da população, mesmo que com exasperante e inqualificáveis despesas – autênticos esbanjamentos – do erário público, é que está a dar.

Depois de denunciarem o escândalo do
jardim de Benguela – primeiro negado, depois confirmado e que terá levado a uma eventual “transferência” do governador civil desta província bem como a inusitada presença do Tribunal de Contas – a Rádio Ecclésia-Emissora Católica de Angola (depois admiram-se que não lhes deixem expandir para o resto do País – vai-se ouvindo na Internet, embora com muitos cortes…) surge agora com o escândalo (por um montante ainda maior) de um jardim e requalificação de uma avenida no Namibe.

O caso do jardim de Benguela, referente à recuperação do jardim fronteiro ao Mercado Municipal da cidade, e que ficou reconhecido como o “
jardim milionário”, era uma coisa de “somente” cerca de 2 milhões de dólares.

No caso do Namibe a despesa fica-se “somente” por cerca de 5 milhões de dólares
para recuperar a Avenida Praia do Bonfim, actualmente reconhecida por Avenida Eduardo Mondlane (de acordo com a imagem acima o preço da obra é de 433.057.594,57 Kwanzas (AKZ) o que ao câmbio de compra de 26/Ago – fonte ANGOP – dá qualquer coisa como… 5.579.776,25 USD!!).

Nada tenho quanto à requalificação paisagísticas das nossas cidades – bem que Luanda anda a precisar de uma de alto a baixo – mas quando numa cidade onde, como o próprio governador civil o reconhece, pessoas morrem devido a um surto de cólera em vários pontos do interior da Província, devido a escassez de água que se faz sentir, o que leva as comunidades consumir água imprópria é incompreensível – principalmente quando o senhor governador civil reconhece que a situação persiste ciclicamente(?!) – que se gaste milhões numa obra onde provavelmente, bastariam milhares se devidamente escrutinados e bem geridos.

Sem comentários: