28 novembro 2011

Hoje há eleições em África…

A trilogia eleitoral deste fim-de-semana, iniciada em Marrocos, na sexta-feira, continua hoje em dois outros Estados africanos.

1. Num dos casos, no Egipto, começaram as eleições legislativas que decorrerão até 11 de Janeiro próximo. Sei que são cerca de 40 milhões de eleitores, mas tanto dias para umas eleições? Não haverão legítimas dúvidas no final das mesmas quanto há possibilidade de haver duplicação de votantes, mesmo que coloquem o “dedinho” no tinteiro. Parece-me que a chamada tinta indelével só dura, no máximo dos máximos, uma semana…

2. No outro caso ocorrem eleições legislativas e presidenciais. É na República Democrática do Congo (RDC) onde se prevê a reeleição de Kabila para um segundo mandato – na prática é um terceiro porque já se encontrava no poder há 5 anos quando foi legitimado pelo voto no primeiro turno – facto mais reforçado por ter provocado uma alteração constitucional onde a simples maioria simples e numa única volta é suficiente para ser (re)eleito.

Apesar desta simples equação, ou talvez por causa dela, já houve distúrbios no Shaba/Katanga na linha do que já tinham acontecido, por toda a RDC antes das eleições se iniciarem.

3. As eleições em Marrocos deram aos islâmicos moderados do Partido Justiça e Desenvolvimento (PJD), liderado por Abdelilah Benkirane, que terão obtido entre 80 e 107 – varia consoante as fontes lidas – das 395 cadeiras da Câmara de Representantes, correspondendo a 27% das vagas do Parlamento, o que faz com que o partido, ainda que vitorioso, seja obrigado a fazer alianças com outras siglas para obter uma maioria absoluta confortável para governar.

O PJD, ficou à frente do partido Istiqlal (Independência ou Partido Nacionalista), do atual premiê, Abbas el Fasi, que obteve 60 cadeiras, e da Reunião Nacional de Independentes (RNI), do ministro da Economia e Finanças, Salahedin Mezuar, com 52.

De registar que nestas eleições houve uma quota específica para jovens e mulheres (cerca de 90 assentos) e que tiveram como resultado final a igual supremacia do PJD com 24 lugares seguido do Istiqlal, com 13 deputados, do RNI, com 12 assentos, e do PAM (Partido Autenticidade e Modernidade), com outros 12 eleitos.

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