“Somália/ Jornalista assassinado, o quinto em 2012, véspera
do Dia Internacional da Liberdade de Imprensa
PARIS, França, 03 de Maio 2012/African Press Organization (APO) / - Repórteres
sem Fronteiras tomou conhecimento, com tristeza do assassinato do jornalista James
Farhan Abdulle, ontem pelas 20 horas. Quando estava voltando para casa na
aldeia de Garsor, perto de Galkayo, a capital da região de Mudug da Somália (Nordeste),
duas pessoas não identificadas atiraram várias vezes sobre ele, ferindo-o mortalmente.”
Assim vamos e continuamos
a comemorar a Liberdade de Imprensa que, assuma-se e clame-se, não existe na
grande totalidade dos Países.
Sejamos honestos! Nem nos
países mais livres essa Liberdade existe, há sempre qualquer coisa que impede
que certas verdades sejam escamoteadas e certas liberdades postas em causa
devido aos superiores interesses de Estado.
Se isto é assim, nos
chamados países mais livres, onde a imprensa pode derrubar presidentes e líderes
governamentais, como esperam que países, um deles bem próximo de mim , onde só há um jornal diário e oficial, duas
empresas de televisão – ambas detidas pelo poder ou por pessoas próximas do
poder – e quatro rádios, sendo um oficial, com várias extensões a nível do pais,
outra religiosa e uma terceira partidária, mas que só podem emitir na capital e
em zona restrita, e a quarta afecta a pessoas próximas do poder e com emissão
na capital e numa outra grande cidade do país.
Todavia não podemos
esquecer que ainda existem no País alguns semanários que com maior ou menor
dificuldade vão sobrevivendo com alguma liberdade, apesar de, na sua grande
maioria, ter o seu capital detido por pessoas próximas do poder e do maioritário.
Só que, e isso tenho de reconhecer,
alguns deles dão-nos matérias que, de certo, não serão do agrado de quem
investiu nas empresas que suportam esses semanários e, apesar da
responsabilidade dos artigos de opinião serem de quem escreve, devemos
reconhecer que, por vezes, os directores e editores também acabam penalizados.
Todavia, ou talvez por
isso, já vi textos meus serem impedidos de publicação por ter linguagem que não
agradava ou à administração, ou ao director e, naturalmente, a quem manda. Mas,
não deixa de ser surpreendente que também saiba que há que esteja próximo do
poder e não deseje que os meus textos sejam impedidos de ver a estampa. Talvez
achem, desejem e esperem que quem se estampe seja eu. Naturalmente…
Até lá, vamos esperar que
um dia, haja mesmo um verdadeiro Dia de Liberdade de Imprensa.
Porque também só haverá
uma efectiva Liberdade de Imprensa quando todos estiverem cientes que a Liberdade
de cada um acaba quando começa a Liberdade do outro!
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