Supostamente a CEDEAO como organização regional dentro da
União Africana e a esta subordinada – assim o pensamos – deveria condenar, com
todas as forças toda e qualquer atitude que pusesse em causa os princípios
constitucionais dos seus Estados-membros e,, naturalmente, Estados subscritores
das determinações dimanadas da Comissão da União Africana e dos seus Conselhos
de Ministros.
Deveria, mas como recentemente verificámos com os golpes
de Estado no Mali e na Guiné-Bissau isso não está a acontecer.
Ou seja, quando caminhamos para a celebração dos 49 anos
da Unidade Africana constatamos que ainda perdura a vontade das armas – a grande
maioria dos Golpes de Estado têm forças castrenses por detrás – ou a supremacia
neocolonial – quase sempre nas crises da África Central e do Sahel, está o Quai d’ Orsay / DGSE
e ou o Foreign Office
/ SIS.
Pois ao arrepio de tudo o que a União Africana tem
preconizado e declarado, a CEDEAO, apesar de criticar e sancionar os golpistas
não só nada fez contra eles como tem implantado novos Presidente e Governos.
Foi assim no Mali onde o novo presidente reconhecido pela CEDEAO é o líder golpista como o
foi na Guiné-Bissau onde o presidente em exercício até futuras – nem que seja lá
para as calendas – eleições é o antigo presidente da Assembleia Nacional
Popular e, pasme-se – ou talvez não – o terceiro posicionado nas recentes e não
completadas eleições presidenciais, Serifo Nhamadjo, e um Governo decidido entre os golpistas e as poucas
fontes que os apoiam.
Se na Guiné-Bissau ainda há alguma poeira no ar, embora
sem grandes tempestades, no Mali manifestantes invadiram o palácio
governamental e agredira o líder colocado no poder por acordo entre golpistas
e CEDEAO que teve de obter tratamento.
Triste, deplorável, que os dirigentes da CEDEAO também lá
não estivessem para poderem melhor ponderar o que lhes pode esperar.
É que um dos supostos actuais líderes da CEDEAO e seu actual presidente em exercício, parece
andar a esquecer como chegou ao poder…
3 comentários:
Festa na floresta
Era uma vez uma floresta tropical.
Esta floresta tinha árvores grandes e pequenas, tinha rios e riachos, tinha ervas, tinha capim;
Esta floresta tinha chuva, tinha sol; Tinha vida!
A floresta também tinha animais; todos os animais;
Tinha Leões, gazelas, lobos, tigres, hipopótamos, macacos, cães, porcos etc.;
Tinha também djugudés, camaleões e morcegos.
Os animais nem sempre viveram em harmonia, mas entendiam-se porque viviam todos na mesma floresta. A floresta era de todos!
Um dia veio a tempestade… uma tempestade que espalhou areia branca por toda a floresta.
Os animais começaram a desentender-se. A harmonia foi substituída pelo desentendimento, pela cegueira, pela morte.
Alguns animais, os macacos, julgaram-se “donos da floresta”. Armaram-se.
- Esta floresta não é de todos, é apenas nossa. Vamos fazer uma grande festa na floresta.
- Somos os “deus” da vida e da morte.
- O nosso chefe é o rei da floresta!
- Os porcos, que são nossos primos estão convidados para o banquete.
- Os djugudés, primos dos porcos, também estão convidados.
- A floresta é nossa!
- A floresta é do nosso rei. Viva o rei dos macacos!
- A floresta é também dos porcos que são nossos primos;
- A floresta também é dos djugudés que são primos dos porcos;
- Os djugudes são primos dos camaleões e estes dos morcegos…
- A floresta é nossa!
E assim a floresta vai andando sem paz e sem harmonia. A tempestade continua, tempestade de areia branca. TCS (Guineense)
Como sabem, e já isto foi por mais de uma vez aqui atestado com o limpar linear das mensagens assim, quando são anónimas não são consideradas.
Todavia, abri aqui uma excepção - como com toas as regras - porque achei interessante, não insultuoso e vou aproveitar como conto guineense para o Malambas.
Uma vez e não repitam por favor.
Identifiquem-se!
cumprimentos
Eugénio Almeida
De golpe em golpe até ao fim de um palop.
Os vizinhos da Guiné-Bissau, sabem muito bem como transformar a Guiné-Bissau num novo Casamance.
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