23 junho 2005

Em nome de um direito, mata-se!

Não costumo transcrever, na íntegra, notícias seja de que órgão for.
Mas, quando estamos em pleno século XXI e quando estamos no 30º ano da independência, dá para pensar que estarão a fazer os nossos psicólogos e governantes:

Do sítio angolano “O Apostolado”, sob o título “RITUAL DE JUSTIÇA TRADICIONAL MASSACRA NO BIÉ” (com a devida vénia e a certeza que não pedi autorização para a transcrição).

Sucedeu exactamente numa povoação do município do Cuemba, Nordeste da região, relatou hoje o correspondente local da Ecclesia.
As vítimas faziam parte de um grupo de 50 suspeitos processados por um tribunal tradicional, que sentenciou o “bulungo”.
Isto é, a obrigação do condenado ingerir um líquido do citado nome do idioma local, via de regra doseado com ingredientes tóxicos à medida do grau de presunção do juiz empírico.
27 réus resistiram ao passo que 23 sucumbiram.
O enterro das vítimas teve lugar a 12 de Junho corrente e o juiz místico pôs-se em fuga.
A ocorrência foi denunciada às autoridades judiciais da província por um dos sobreviventes, Simão Jamba, de 55 anos de idade.
A Polícia judiciária investiga o caso e crianças que ficaram órfãs na sequência da morte dos seus progenitores comovem a opinião pública local estes dias.
Um Psicólogo social ouvido pela Ecclesia atribuiu o drama à crise social que apoquenta as famílias angolanas, originando o intenso recurso à feitiçaria que ceifa vidas de anciãos e crianças.


De uma coisa podemos claramente inferir. O putativo juiz sabia que estava a praticar uma ilegalidade em nome de um direito consuetudinário absurdo e despropositado.

1 comentário:

Anónimo disse...

Mas em compensação deixa-se crianças e idosos morrerem à fome e de subnutrição só porque o governo angolano gasta dinheiro em armas quando estão em tempo de paz.
Deviam aproveitar esse dinheiro para educar e ensinar a produzir. Não acredito que as pessoas queiram receber esmolas. Eles querem fazer a sua própria comida.
Limpem as minas do país.
Desculpe o desabafo.