De uma só vez, Portugal viu desaparecer três vultos, cada um no seu mester.
Um militar que, em vida, foi considerado – bem ou mal não serei eu a pôr mais lenha na fogueira – um deficiente estratega militar, embora, um “grande” obreiro do 25 de Abril. Falo do general Vasco Gonçalves que, enquanto primeiro-ministro, levou o seu país para uma situação de caos social e económico até, então, sem precedentes. Nacionalizou grandes empresas como os seguros, a banca – mas não as casas de câmbio, já que seu pai era um cambista – e outros grandes empórios.
Era, no entanto, muito acarinhado e aclamado entre os seus camaradas dos antigos partidos únicos nos PALOP.
Um Político; de P grande porque, independentemente de nos encontrarmos os dois – ele não me conhecia, pelo menos assim o penso – nos antípodas das correntes políticas, considero(ava) ser Álvaro Cunhal o único Político vivo em Portugal. Abraçou, defendeu e viveu segundo as suas consciências político-sociais, mesmo quando elas já tinham perdido qualquer validade. Para ele a Internacional era o hino supremo.
Todavia, não foi só na política que Cunhal se evidenciou. Também na prosa deu mostras da sua versatilidade ao escrever várias, e excelentes, obras sob o pseudónimo Manuel Tiago.
Um Poeta; outro que merece, como ninguém, ser reconhecido pela letra grande. Eugénio de Andrade foi, tão só, o maior poeta português dos últimos 50 anos.
De seu verdadeiro nome, José Fontinhas, Eugénio de Andrade escreveu inúmeros poemas que clamavam pela Vida que tanto admirava e cantava. Começou a sua carreira literária aos 13 anos, quando escreveu os primeiros poemas cuja publicação aconteceu em 1939 com o poema “Narciso”.
Todavia, a consagração só surge em 1948 com a publicação de “As mãos e os frutos” a que se seguiram outras importantes obras como “As palavras interditas”.
Recebeu, entre outros, o Prémio da Associação Internacional dos Críticos Literários (1986) e o Prémio Camões, em 2001.
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