(Mugabe, ainda se recorda dele?)
Já um tempo que não falo desta personalidade afro-austral porque, cada vez que o faço, ele arranja sempre algo mais actual para falar dele – e por mim há coisas mais importantes que dar guarida a um idiota que é acolhido na cena internacional para caricaturar a África dos nossos sonhos –, é como Mugabe estivesse a ler os meus apontamentos (passe o exagero e o alter-ego).
Há dias li, e vi umas fotos obtidas via satélite, onde um determinado bairro teria sido devastado por ordens do grande timoneiro zimbabweano; quem consegue manter no poder com um país com uma agricultura completamente devastada, e nada é feito internamente, só pode ser um timoneiro. Só que eu creio, e tenho a certeza, que os líderes seus vizinhos gostariam de ter um outro interlocutor para conversar – mas a cobardia política às vezes impede de falarem alto, curto e grosso como seria desejável, preferem pensar que a fruta cai de podre -; mas esquecem que até caírem as frutas boas desaparecem na podridão.
Entretanto o silêncio internacional, com particular destaque para o silêncio africano, vai continuando omnipresente.
Pois a devastação dos bairros limítrofes a algumas cidades é justificada como um acto para obrigar as populações a voltarem às zonas rurais. E quais? Como? Com quê, a sobrevivência?
Pois, eis que José Pimentel Teixeira, num excelente apontamento “Murambatsvina: o Zimbabwe e o Silêncio” traz-nos uma perspectiva pouco animadora de quem está, territorialmente, tão próximo e, simultaneamente, tão distante para poder apresentar a prosa como o faz.
Proponho uma leitura atenta a este apontamento.
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