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Há dias escrevi um artigo no sítio “Africamente” sobre a eventual criação de uma moeda única para África; o primeiro passo para a plena integração económica dos Estados africanos sob a égide da União Africana.
Pois eis que os governos que formam a SADC, Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, decidiram adoptar um visto comum da sub-região para as centenas de milhares de visitantes esperados no Campeonato Mundial de Futebol de 2010 organizado pela África do Sul.
A ideia é criar um visto-padrão para todos os visitantes provenientes Ásia, da Austrália, da Europa, do Médio Oriente e dos Estados Unidos durante toda a duração do Mundial de 2010 – uma ressalva que se verifica: os outros Estados do continente americano não parecem estar contemplados.
Ou seja, depois da integração económica, os Estados africanos, – de início só os que formam o cone sul austral – preparam-se para a plena integração social e, por extensão, política.
Tendo em consideração que, na prática, as fronteiras africanas são meramente virtuais – não sejamos ingénuos – o que se vai passar será a confirmação da realidade territorial: livre circulação das pessoas por um vasto território africano, independentemente da sua entrada no espaço africano austral.
Só uma pequena questão. Já sabemos que será a Bélgica a financiar este projecto – pelo menos assim o informou o secretário de imprensa da Embaixada da Zâmbia em Pretória, Samuel Ngoma, – mas qual será (serão) o Estado que se afirmará como aquele que regulará o sistema.
Teremos, como na Europa, uma águia bicéfala (Alemanha e França) com um falcão sempre à espreita (Reino Unido). E se assim for quem serão os candidatos?
Por mim só vejo dois galos com capacidade clara para tal – por acaso os dois principais clientes do falcão, em 2004 – África do Sul e Angola, a que se juntarão, com mais ou menos “bicos de pés”, o Congo, Moçambique e Zimbabwé.
Até lá, ainda haverão cinco anos para limar muitas arestas.
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