01 novembro 2006

A crise de abundância cria um paradoxo absurdo

(Um Musseque de Luanda ©daqui)

Até há pouco tempo éramos nós, independentes e autores “anónimos” mas nem por isso menos contestados que reclamávamos do facto de Angola, um país riquíssimo, quer pelo seu povo quer, principalmente, pela abundância de matérias-primas de valor “muito acrescentado” apresentar um índice de pobreza elevado e paradoxal.
Criticavam-nos por excesso e por deformação da realidade.
Mas, como já alertou Orlando Castro e como realça o Notícias Lusófonas, agora que a Igreja católica, através da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST) vem, também ela, pôr em causa esse paradoxo da abundância através da Mensagem pastoral da II Assembleia Anual da CEAST ao afirmar que “os abundantes rendimentos colhidos através dos recursos naturais que Deus outorgou ao povo angolano devem ser universalmente utilizados no combate à pobreza e à miséria de tantos irmãos, acabando com o escândalo do paradoxo da abundância”, pode ser que passe a ser reconhecido como verdadeiro.
Como a paciência é um dos grandes atributos do povo angolano, provavelmente vai ser recompensada.

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