12 novembro 2006

Moçambique, nada de novo com a Frelimo?

Quando se esperava que o IX Congresso da Frelimo - onde se prevê gastos perto de um milhão de USdólares - a decorrer em Quelimane nos viesse trazer não só sangue novo, em função da rotatividade aprovada no último Congresso com a entrada de novos membros para o Comité Central – vão ser substituídos 40% dos actuais membros –, como também novas linhas programáticas – mais modernas e preparadas para a alternância – eis que se repara, a fazer fé num artigo da Angop, a partir de Maputo, que tudo se vai manter na mesma.
Senão, vejamos este magnífico parágrafo: “A FRELIMO continua a ser dominada pela geração da luta armada contra os portugueses e que vai governar o país pelo menos até 2014, quando termina o segundo e último mandato presidencial de Armando Guebuza”.
Ora, se Armando Emílio Guebuza, o actual presidente de Moçambique, ainda está no seu primeiro mandato presidencial, iniciado em Fevereiro de 2005.
Será que têm alguma premonição que não haverá candidatos disponíveis para contra ele concorrer ou quererá a ilustre Angop dizer que Guebuza vai provocar um “golpe” palaciano e fazer manter-se no poder durante os dois mandatos.
Temos de reconhecer que é uma acusação disparatada – então Moçambique não está entre as democracias mais estabilizadas de África? – e extemporânea.
Há que avisar a Angop que nem todos gostam de copiar as coisas menos correctas dos vizinhos ou parceiros, nem mesmo dos amigos de peito…

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