(imagem ©daqui)
Em Moçambique uma missionária foi assassinada – segundo parece, já foram detidos os hipotéticos assassinos – e a imprensa portuguesa fez, naturalmente, parangonas sobre a sua morte sem se esquecer – nunca – que ela era uma missionária.
Esta madrugada, infelizmente, outro missionário, desta feita brasileiro, foi assassinado em Timor-Leste quando viajava numa carrinha que conduzia; é a primeira vítima não timorense – apesar de clamar isso mesmo – desde o início dos distúrbio no país.
Tal como a missionária portuguesa, este era um missionário, só que brasileiro e evangélico.
Talvez por isso, a uma parte da imprensa, em Portugal, se esteja a esquecer de sublinhar que era missionário (pelo menos duas televisões portuguesas fizeram questão de passar por cima deste facto; primeiro anunciavam a “morte do missionário” e no corpo da notícia só como “brasileiro”; também de notar que o despacho da Lusa, por acaso a partir do Brasil se esquece daquele pequeno pormenor).
Porque será? Por ser brasileiro, ou por ser evangélico?
Será que em Moçambique o missionarismo é pouco relevante e, por esse facto, se tenha de vincar que a assassinada era missionária enquanto em Timor-Leste, o principal, senão mesmo o único, país católico da região, esse facto a ser relevado poderia ser pouco abonatório para os governantes locais?
Será por não ser católico? Não o é, por certo, por ser brasileiro; nem tão-pouco por Timor-Leste, antes da independência, ter sido território indonésio…
Não quero crer neste facto porque isto seria um puro acto de jingoísmo e os portugueses e a imprensa portuguesa não o são, pois não???
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