21 novembro 2007

Nyimpine versus Cardoso

A Dra. Suzete Madeira oferece-nos, a partir de Maputo, uma outra perspectiva do passamento de Nyimpine Chissano, uma perspectiva mais humana face aos parentes, em véspera da recordação do 7º aniversário do assassinato do jornalista moçambicano Carlos Cardoso, que Orlando Castro relembra citando Mia Couto.

Circularam quer pela Mcel quer pela Vodacom, provedoras de telefonia móvel em Moçambique, as mais caricatas mensagens sobre a morte de Nhiympine Chissano.
Antes de tecer qualquer comentário, quero de uma forma muito especial , deixar aqui os meus mais sentidos pêsames a mãe do malogrado. Paciência Mama Marcelina, ser mãe é isso mesmo.
Quando na manhã do dia 19/11/2007 ás 7h37, (visto ter sido por sms) recebi a notícia da morte do Nhiypine Chissano, a minha primeira reacção foi: Meu Deus, como estarão os pais...
A minha tristeza, o meu lamento foi para os pais, não me ocorreu sequer pensar nos seus filhos menores, nem na sua esposa que até conheço.
Mas a mãe e o pai.
Que Dor....
Contrariamente ao crime que vitimou Carlos Cardoso naquela fatídica 5ª feira mostrado quase que em directo pela TV de Moçambique, exasperou-me, revoltou-me, entristeceu-me, gritei, chorei, gritei, esmoreci o resto da noite, do dia seguinte e do seguinte e do seguinte dia.
Por incrível que possa parecer não é possível falar da morte de Nhiympine Chissano sem falar do crime que vitimou Carlos Cardoso.
O Ex. marido da Zé.
O revolucionário.
O combatente pela causa dos oprimidos
O lutador, lembro-me que ele abraçou a nossa causa e durante vários dias artigos por si assinados enchiam o notícia questionando as condições precárias em que trabalhávamos.
Ele conhecia bem, afina a Zé era sua amada.
Era o nosso herói rebelde.
Conversador, incidio e intuitivo era uma graça tê-lo como passageiro.
Perdoem –me mas Eu, nunca acreditei que Nhiympine tivesse alguma coisa haver com a sua morte.

SM

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