Neste
fim-de-semana houve a segunda volta das eleições presidenciais no Egipto sob o
espectro da contestada decisão do Alto Supremo Tribunal Constitucional que descredibilizou
as eleições legislativas e os respectivos resultados e deixou o campo aberto
para os militares voltarem a assumir o poder.
Houve
eleições e, naturalmente, houve um vencedor.
Perdão,
um vencedor não! Dois vencedores e um único perdedor!
De facto,
os dois concorrentes, Mohamed Morsi, presidente do Partido Justiça e Liberdade
(fundado e apoiado pela Irmandade Muçulmana) e de Ahmed Shafiq, o último
primeiro-ministro de Mubarak, seu antigo ministro da Aviação e também
considerado como o candidato dos militares, já anunciaram, em plenos pulmões,
que venceram o pleito eleitoral. São os dois vencedores.
As
primeiras projecções dão uma certa primazia do candidato islamita com algumas
sondagens a darem-lhe uma vitória por volta dos 56%. Todavia Morsi diz que
venceu com cerca de 52%. Um extremista islamita moderado?...
O único
perdedor, pelo menos até voltar a despertar, foi o povo egípcio que não só
perde um resultado eleitoral que abriria as portas a uma nova Constituição como
teve de se afrontar entre um extremista islâmico e um “travesti” (nas palavras
de Mohamed ElBaradei).
Uma das
consequências da pouca vontade em escolher um deles está no facto de só cerca
de 46% dos 52 milhões de eleitores terem comparecido às mesas de voto.
Outra das
consequências que formalizaram a derrota dos egípcios está no facto dos
militares se terem comprometido em libertar o poder até 30 de Junho próximo e
agora afirmarem que só retomarão definitivamente aos quartéis quando for
elaborada uma nova Constituição, facto que, também, impedirá o novo presidente
de governar e ser empossado!
Vamos
aguardar pelos resultados oficiais e quais as respectivas consequências…
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