24 março 2014

Voo MH370 pode ter despenhado – comentário

(imagem da Internet)

Segundo a Malaysia Airlines o voo “perdido” há cerca de duas semanas ter-se-á despenhado no Oceano Índico, ao largo da cidade australiana de Perth, sem que haja sobreviventes.

Até aqui nada demais, se…

Se a rota indicada para a autonomia do voo – mesmo considerando um acréscimo previsto de mais uma hora de voo – não estivesse fora, e bem fora, a área indicada do possível despenhamento.

E como só agora uma empresa britânica é tão certa nas suas conclusões, quanto ao despenhamento do avião Boeing 777; ora segundo uma foto ontem divulgado o satélite Inmarsat estará posicionado numa área bem longe do previsível local da queda da aeronave, mas...

Se o voo “perdido” continuasse em zona de cruzeiro, ou seja, a 30 mil pés de altitude, cerca de 12 a 15 mil metros, e não, como estão fartos de indicar que o avião tenha descido para cerca de 1500 metros de altitude. Uma coisa é consumir combustível em voo de cruzeiro a altitude "normal", outra, bem diferente, é consumir substancialmente mais em voo de baixa altitude; logo, diria, impossível os destroços serem do voo MH370, salvo se…

Se os telemóveis/celulares não continuassem a recepcionar as transmissões que são feitos para eles, embora os seus donos e utilizadores não “respondam”.

Se tivesse despenhado e ficado destruído, como indicam as últimas notícias, não me parece que os referidos celulares continuassem a recepcionar as chamadas telefónicas, mas…

E é estranho que a companhia afirme que está confirmado o despenhamento e que o primeiro-ministro malaio também o confirme e não mostrem provas, efectivas desse despenhamento, salvo umas hipotéticas fotos de um satélite chinês e obtidas a demasiado altitude para um satélite e sem boa resolução.

Até agora não ouvimos as autoridades australianas afirmarem que recolherem peças identificadoras do avião malaio, que terá despenhado. Mas…

Mas, ainda bem que não somos das teorias da conspiração, principalmente depois de ter sido desviado, de haver conluio de ou dos pilotos, de…, enfim…

Parece haver, da parte da companhia malaia e depois de muitas críticas, uma vontade expressa de descartar qualquer intenção de manter a dúvida por mais tempo, mesmo que isso implique desvirtuar qualquer verdade do voo MH370.

Ou da companhia malaia ou das autoridades chinesas para não admitir que dentro do país também há vontades secessionistas que vão do Tibete aos territórios do noroeste de maioria islâmica.

14 março 2014

Os preços nos mercados (formal e informal) de Luanda...


Ficam aqui alguns produtos onde se registam diferenças assinaláveis entre o Mercado informal, no caso o Mercado de Catinton, no distrito urbano da Maianga (o antigo Mercado dos Materiais), e os preços nos Mercado dito formais.

Este gráfico está publicado no semanário Novo Jornal, edição 320, de hoje, nas páginas 18 e 19. Um gráfico bem elucidativo sobre como alguém anda a gasosar em demasia a vida dos luandenses...

Cada um tire as suas conclusões!

07 março 2014

Na crise ucraniana: a península de Qirin...

"Ponto prévio, a península de Qirin não é mais que o nome tártaro da região (os cita-tauri), e que foi traduzido pelos primeiros conquistadores modernos, os gregos (dórios e jónios), por Krimaia, ou seja, a península da Crimeia.

A península foi, sucessivamente, ocupada por cimérios (assírios), citas-sármatas (antigos povos persas), dórios e jónios (gregos), godos e hunos (germânicos), russos, turcos-bizantinos e mongóis, genoveses e turcos otomanos, estes até 1777, tornando-se, definitivamente, ocupado pelos russos em 1783.

A sua posição geoestratégica – autêntico checkpoint entre o Bósforo e o Mar Negro –, tal como hoje, sempre despertou o interesse das potências da altura. Recordemos a primeira guerra da Crimeia, entre 1853 e 1856, e que opôs os russos às forças conjuntas anglo-franco-sarda (Inglaterra, França e Sardenha) e otomanas com o apoio do império austro-húngaro. Apesar de, militarmente, os russos terem sido derrotados no cerco de Sebastopol (ontem, como hoje, sede da flotilha russa do Mar Negro) na realidade a coligação anglo-francesa acabou por ser arruinada por efeitos de várias doenças colhidas na região.

E se, apesar de, militarmente, o Império russo nunca ter aceitado os termos de rendição – oficialmente o conflito só terminou com o Tratado de Paris de 1856 que impedia a Rússia de ter bases navais na região e abandonar as pretensões expansionistas para os Balcãs –, politicamente a península ficou sempre na órbita russa até meados dos anos 50 do século passado (concretamente, até à declaração do Soviete Supremo de 19 de Fevereiro de 1954) quando o então secretário-geral do PCUS, Nikita Kruschev, por acaso originário de Kalinovka, aldeia localizada na fronteira russo-ucraniana, e antigo governador da Ucrânia, decidiu oferecer a península à República Socialista da Ucrânia.

Note-se que por volta de 1917/1918, aproveitando a revolução bolchevique, os tártaros quiseram recuperar a sua antiga independência política e anunciaram o restabelecimento da república independente da Canato da Crimeia – chegou a ser, por volta do século XVIII, uma das maiores potências regionais –, mas sem sucesso.

Nesta doação à Ucrânia ficou salvaguardada a manutenção da frota russa do Mar Negro, em Sebastopol, com a presença de vários batalhões do exército russo. Todavia, a queda do Muro de Berlim e a subsequente independência da Ucrânia, tornou necessário um acordo entre os então presidentes Boris Yeltsin (Rússia), e Leonidas Kravchuk (Ucrânia), sobre a base naval de Sebastopol, ajuste que incluiu a divisão da antiga Frota Soviética do Mar Negro entre as duas Nações, em Junho de 1992, pelo acordo de Yalta. Em Maio de 1997, com a ratificação das novas fronteiras entre os dois países, Moscovo ficou com 80% da frota do Mar Negro e um acordo para conservar a base naval de Sebastopol por 20 anos, até 2017, bem como outras 77 importantes e estratégicas instalações. (...)" (continuar a ler aqui)

Publicado no semanário Novo Jornal, edição  319, de 7-Março-2014 (1º Caderno, pág. 22)

04 março 2014

A Guiné-Equatorial e as novas legislações pré-CPLP


De uma coisa ninguém pode duvidar, da honestidade dos políticos guinéus-equatorianos.


De acordo com o terceiro(?!?!)  vice-primeiro-ministro encarregado dos direitos humanos(!?!?!?) em Guiné Equatorial , o senhor Alfonso Nsue Mokuy, o seu governo «(...) acaba de assinar o decreto número 426/2014, da data de 13 de fevereiro, pelo qual se concede a amnistia temporária contra a pena de morte na República de Guiné equatorial».

Temporariamente!!! pelo menos, podem não cumprir com os direitos humanos, mas ainda são honestos...

E mais, a nova legislação, após a reforma da lei fundamental «prevê a limitação do mandato presidencial a dois mandatos consecutivos e a criação de órgãos novos como o Senado, o Conselho da República etc.»

No desejo de ser tão honesto o terceiro (?!?!) vice-primeiro-ministro - num país onde quem manda é o autoritário e ditatorial presidente saído de um golpe de Estado sangrento - só se esqueceu de anunciar que os mandatos serão de 20 anos (no mínimo) cada e começarão a contar a partir das próximas eleições presidenciais, ou seja, lá para o dia de são nunca à tarde (calma, também não podem copiar tudo igual aos seus mentores, mais a sul, de uma só vez)...

Já agora, e sabendo que a CPLP vai passar a ter, somente, dois Estados-associados, o Senegal e as Maurícias - dado que a Guiné-Equatorial vai passar a ser estado-membro em Junho próximo - e sabendo que Portugal e Timor-Leste desejam convidar para membros-associados Austrália e a Indonésia, para quando, também e por maior das razões, convidarem a serem membros-associados, pelo menos, Macau e Índia (Goa e territórios adjacente)?

Posteriormente (7-Março-2014) publicado no portal do Jornal Pravda.ru (http://port.pravda.ru/news/cplp/07-03-2014/36368-guine_equatorial-0/)

02 março 2014

A crise na Ucrânia – Comentário

"Começou por ser a Revolução Laranja (Pomarancheva revoliutsiya) e agora está na Revolução do Povo. Começou por ser uma revolta contra a corrupção e fraude eleitoral em 2004, que levou a uma alteração constitucional.

Agora há uma revolta popular por… as mesmas razões; corrupção, fraude pós-eleitoral, subjugação política, defesa de princípios políticos antagónicos. Uns querem a habitual e ancestral manutenção da ligação à Rússia; outros desejam um afastamento de Moscovo e uma maior aproximação às teses europeístas do Ocidente.

Talvez que ambos tenham razão. De um lado a História – que não deve ser esquecida – e os compromissos históricos dela decorrente; recordemos como a região ucraniana da Crimeia tem sido importante para a manutenção da qualidade potencial e da hegemonia russa na região. É na Crimeia que está “depositada” uma das principais flotilhas da armada russa. No outro espaço político-social estão aqueles que defendem que a liberdade e o desenvolvimento da Ucrância estão na aproximação à União Europeia (UE) e aos seus inafundáveis fundos estruturais.

Ambos têm razão que a força do Poder não pode evitar. A História não pode, nem deve, ser esquecida ao contrário do que praticam alguns dos actuais países da UE – os lusos e os gregos estão entre os políticos que se esqueceram da História com as consequências que ressaltam aos olhos dos seus povos – como é certo que foram os fundos da UE que permitiram que alguns países, nomeadamente os do Sul, se aproximassem, estruturalmente, da qualidade e do desenvolvimento económico dos países do Norte, como são os escandinavos, os alemães e os franceses. (...)" (continuar a ler aqui ou aqui)

©Publicado no portal “Pravda.ru”; Inicialmente enviado para um jornal russo a seu pedido e cooptado pelo jornal Pravda.ru (http://www.elcalmeida.net/content/view/952/46/