08 fevereiro 2006

Moçambique e os dirigentes vitimados

Primeiro foi o governo sul-africano, através do ministro da Segurança sul-africano, Charles Nqakula, a assegurar que deseja que seja ainda este ano divulgado o relatório sobre a “verdade” relativa ao acidente que vitimou o presidente Samora Machel na fatídica noite de 19 de Outubro de 1986 (sobre este assunto há poucos meses foi editado um livro de João Cabrita e citado em Janeiro pelo Pravda-online).
Agora, é o novo órgão informativo online moçambicano, o
Canal de Moçambique a questionar a veracidade oficial da morte de Eduardo Chivambo Mondlane, um dos fundadores e primeiro presidente da Frelimo.
De acordo com este órgão informativo online, Mondlane não terá morrido nas instalações da Frelimo, como oficialmente é apresentado mas num café onde Mondlane gostava de passar os seus momentos de lazer.
Segundo parece, a
morte terá ocorrido no café de Betty King, a secretária da viúva de Mondlane, Janet Mondlane que terá confirmado, recentemente, ao Canal essa versão.
Essa mesma versão terá sido, também, apresentada, na época, no Notícias moçambicano “(…) Mondlane, presidente da Frelimo, foi hoje assassinado num chalé situado numa praia nos subúrbios de Dar-Es-Salam, segundo noticiou esta noite o governo da Tanzânia [tendo sido vítima da explosão] de uma bomba relógio, teve morte instantânea, às 11.20 horas, [3 de Fevereiro de 1969 ] num luxuoso chalé propriedade de uma americana, «miss» Betty King, apenas a uma centena de metros da residência do presidente Nyerere”.
Toda esta questão surgiu devido a uma pergunta feita por um jornalista do Canal, a Joaquim Chissano, sobre a veracidade oficial, nas recentes comemorações da morte de um dos fundadores da Frelimo e que mereceu a confirmação daquele: “Sim. Confirmo que foi em casa de Betty King. Fui lá para ver o corpo”, provocando uma “apoplexia irritada” que terá vitimado, no momento, Marcelino dos Santos que só muito a custo conseguiu que Chissano nada mais dissesse.
Com um pouco de sorte saberemos também de outras verdades que terão vitimado outros dirigentes lusófonos que também terão perecido em circunstâncias nunca cabalmente clarificadas.
Como diz o povo, a verdade é como o azeite. Acaba por vir sempre ao de cima.

5 comentários:

CN disse...

também acho que há algumas histórias mal contadas, mas não sei a quem aproveitará a verdade... às vezes, mais vale deixar as coisas como estão.

Avó do Miau disse...

Gostei do blog, voltarei mais vezes para ler com mais calma.
Felicidades.

Anónimo disse...

concordo com o Carlos Narciso. Abraços.

Anónimo disse...

Sobre o 1º Presidente da FRELIMO, e até prova em contrário, fico com o que a Janet Mondlane conta no livro, a sua biografia, já saído após a morte de Samora e (mais) o fim da Guerra Fria. Quanto à morte do Presidente Machel, espero para ver (talvez um pouco mais curiosa). Abraço, IO.

Anónimo disse...

Eu acho completamente ultrapassadas as maneiras de reflectir do CN e o apoio redículo do Ojú. "Então..., às vezes é melhor deixar as coisas como elas estão"!!?? Essa é boa!!!
Coriosa maneira de intrepretar uma questão assim tão grave no tempo. Vocés, ou são reacionários ou o cúmulo da estupidez.
Aparentemente vocés não se deram conta (até aqui) que a verdade é a arma principal da justiça (!?).
E, não se deram também conta, que esses tipos, (que se matam e se esfolam entre eles) são, na realidade, uns assassinos e conspiradores ambiciosos do poder, uns piores... que outros!!
Que exemplo vamos dar aos nossos futuros jovens dirigentes a pensar como vocés?
De que planeta vocés vêm...?? Fiquem sabendo que a verdade é uma "arma fatal" que é em proveito da própria palavra VERDADE. Aconselho-vos a consultar um dicionário para constatar o que significa a palavra verdade.., se vocés são dos que falam por falar, eu acho melhor ficarem é calados