A Unita ameaça sair do GURN e do Parlamento, em grande parte, devido à não substituição dos 16 deputados não efectivos que se encontram na Grande Casa dos Angolanos – ou pelo menos assim deveria ser – que é a Assembleia Nacional. Samakuva considera que a não aprovação pelo Parlamento da substituição dos referidos deputados por aquele órgão é uma clara intromissão na vida interna do partido.
Quando estamos quase a comemorar mais um aniversário da PAZ em Angola não me parece que seja uma boa política esta atitude de Samakuva, não concordando, por isso e em absoluto, com ela.
Mas, todavia, não posso deixar de concordar quer com Filomeno Lopes, da Frente para a Democracia (FpD), quando afirma ser impensável tanta burocracia para uma simples substituição de deputados – e ele relembra a ainda não substituição do assassinado Mfulupinga Victor, do PDP/ANA, – como concordo com Luís Araújo, num artigo de opinião publicado no Angonotícias que a saída da Unita dos dois órgãos não pode ser considerado como um acto militar, porque neste momento só existe forças armadas sob o domínio do Governo.
No entanto, não considero que seja um acto meramente pacífico. A saída da Unita daqueles dois órgãos institucionais seria um revés na evolução política do país levando, provavelmente, o país para uma instabilidade política sem precedentes cujos contornos serão difíceis de prever. Pensar que isto é uma forma de pressão para o MPLA voltar ao calendário eleitoral, não me parece crível; apesar de coligação, o poder está quase concentrado neste partido.
Mas não deixa de ser cada vez mais premente a realização de eleições.
Só posso desejar que o bom-senso retorne aos políticos angolanos e aos seus principais dirigentes.
Angola precisa; Angola merece-o mais do que nunca.
2 comentários:
No essencial considero a sua opinião bastante razoável, tendo em consideração a situação política que pode surgir em Angola, face ao « medir de forças » entre o maioritário e a UNITA.
Convido-o a ler a minha opinião em http://angolasempre.blog.com.
Um abraço.
Carlos Lopes
Samakuva tem razão. Já há muito que o MPLA e o governo se intrometem na vida dos outros partidos. Estou-me a lembrar quando Chivukuvuku foi obrigado a resignar...
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