16 novembro 2006

R.D.Congo, Kabila sucede a Kabila

(Joseph Kabila, (re)eleito presidente; imagem ©daqui)

Segundo a Comissão Eleitoral, Joseph Kabila venceu a segunda volta das presidenciais obtendo 58% dos votos contra 42% alcançados por Jean-Pierre Bemba que, embora pronuncie ter havido algumas irregularidades no apuramento eleitoral, parece ter aceite o resultado, enquanto Kabila apela à calma.
A confirmação deste resultado final só depende do Supremo Tribunal de Justiça que terá de o ratificar.
Numa altura em que a tensão social no país vem aumento exponencialmente não seria de surpreender, até porque as declarações de partidários de Bemba fora do país e do arcebispo de Kinshasa, cardeal Frederic Etsou, a isso o induzem, que se perspective um pouco saudável período pós-resultados; a missão das Nações Unidas no Congo Democrático (Monuc), temendo o recomeço dos conflitos entre simpatizantes dos dois candidatos já destacou importantes meios militares para as ruas de Kinshasa.
Até porque essa tensão começou ainda este fim-de-semana quando foram divulgados resultados parciais que já indiciavam uma vitória de Kabila e só estavam escrutinados pouco mais de 50% dos 65% de votantes, algumas das principais zonas de votação ainda não o tinham sido.
Para uma divulgação de resultados que apontava, claramente, para a data limite – 19 de Novembro – parece ter havido uma rapidez pouco habitual na contagem dos votos, principalmente num país onde, há muitos anos, não havia eleições.
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ADENDA: Infelizmente a política internacional, em geral, e o africano, em particular, começa a ser cada vez mais parecida com o desporto português: "o que é verdade agora é mentira daqui a bocado". Tudo isto porque depois de, numa primeira reacção ter dito que aceitava os resultados, Jean-Pierre Bemba vem agora dizer que não só os contesta como vai pedir a sua impugnação.

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