14 fevereiro 2005

Ainda a liberdade e isenção em Angola

Falei num apontamento anterior sobre a liberdade e isenção de imprensa, que teve um comentário tão interessante, quanto inquietante, do luandense José Tramagal.

Hoje, vejo um apontamento no blogue moçambicano “Macua” sobre a liberdade religiosa, retirado do Angonotícias de Janeiro passado, que, pela sua actualidade, nomeadamente, face á vitória dos xiitas religiosos, no Iraque, merece uma chamada de atenção.

Sob o título “Muçulmanos angolanos apreensivos” retiro os dois primeiros parágrafos do artigo:

Muçulmanos angolanos apreensivos
A comunidade angolana de muçulmanos está apreensiva com o seu destino devido à ameaça de encerramento das mesquitas. O seu Secretário Geral, David Njayi, frisou este sentimento em entrevista concedida hoje à Ecclesia na sequência das recentes declarações do Director Nacional para os Assuntos Religiosos do Ministério da Cultura, Lisboa Santos.
Segundo o referido Director, o Estado angolano poderá proibir proximamente as Igrejas e religiões não reconhecidas e encerrar os respectivos locais de culto. O Secretário Geral da Comunidade Islâmica de Angola apelou para o reconhecimento da comunidade islâmica, recordando que a mesma se implantou no país desde 1978, dispondo hoje em dia de várias mesquitas na capital. «Estamos a trabalhar para que haja o reconhecimento», afirmou, desejando, do lado dos Ministérios da Justiça e Cultura, «a abertura» que faltou até aqui, e o fim da «confusão do Islame ao terrorismo».

O restante deverão ler na página respectiva do Angonotícias com particular destaque para o interessante comentário do escritor moçambicano João Craveirinha.

1 comentário:

Anónimo disse...

Somente hoje descobri este interessante blog PULULU…
(http://pululu.blogspot.com/2005/02/ainda-liberdade-e-iseno-emangola.html#comments) –, presumo seja de angolanos ou a Angola ligado...recentemente estive na Escandinávia – Suécia e passei pela Dinamarca a caminho da Alemanha (Colónia e Frankfurt) e regresso a Estocolmo na minha "cruzada inglória" pela afro - lusofonia e pude verificar junto da pequena comunidade angolana de Estocolmo o alto nível de abertura em termos de respeito pelas opções quer políticas quer religiosas dos outros. Nesse aspecto me parece que a influência da sociedade sueca nos seus aspectos positivos tem sido salutar na comunidade angolana (e moçambicana) há mais de 15 anos vivendo na Escandinávia. A Suécia é um País europeu do topo e impar mundialmente em termos de solidariedade social e cristão nas suas raízes culturais no entanto o Islamismo também é professado com direito a livre culto e cemitério próprio dentro do cemitério geral sueco a par do cemitério judaico.

Em Angola (e Moçambique) não é somente receber donativos internacionais há que colher de alguns dos Países doadores certos aspectos salutares de coexistência e interiorizar que as sociedades modernas são abertas às formas de expressão religiosas sem que isso coloque em cheque outras liberdades, direitos e garantias nacionais.... E o facto de Moçambique ser "tolerante" face à presença Histórica Islâmica no País nada tem a ver pois esse islamismo resistiu durante a perseguição colonial católica mais ou menos aberta contra o Islamismo em Moçambique ao longo da sua História colonial com ênfase na década de 1950 e no período Machelista pós Independência (1975). Essa perseguição anti religiosa fez hoje aumentar o que esteve recalcado e oprimido numa explosão de religiões e grupos religiosos nunca antes vistos incluindo o Islamismo após a abertura de 1992 a 2005.

Roma combateu o cristianismo e viria a se transformar na sede desse mesmo cristianismo.

No Iraque o ditador Saddam Hussein oprimia os muçulmanos xiitas pró iranianos hoje os xiitas tomaram o poder, contraditoriamente com apoio dos americanos que os consideram mais extremistas que os sunitas. Para bom entendedor....

Finalizando pode se dizer que pior coisa é dizer-se ser democrata e logo a seguir manifestar atitudes anti – democratas. Mas acredito que o bom senso dos ANGOLANOS prevalecerá. Inch ‘Allah, Oxalá – queira Deus –, o mesmo de todos.