03 dezembro 2007

“Guebuza não quer para si um louro que pertence a Chissano”

Em alusão ao artigo de Eugénio Almeida com título “Política e fisicamente a HCB é nossa, contabilisticamente ela continuará em mãos não-nacionais” , publicado na edição n.º 0111, recebemos a carta da leitora Ludovina Davi que a seguir publicamos na íntegra:
Bom dia,
A seguinte informação/frase “Guebuza quer para si um louro que pertence, por inteiro, a Joaquim Chissano A passagem da gestão de Cahora Bassa para Moçambique”. É absolutamente falsa, emotiva porque desprovida de fundamentos e oposicionista.
Pf. Opinem com isenção. O louro não pertence inteiramente a nenhum deles. Não sou admiradora de nenhum deles, mas pelo muito que sei deste processo e pelo muito ou pouco? Que vocês sabem deste processo, acredito que estão conscientes de que Guebuza não recebeu o processe concluído e nem lhe foi dado de Bandeja. É Falso.
Cumpts,
LD

Nota do Autor: É evidente que a leitora tem razão. Os louros não pertencem nem a um nem a outro.
Mas tão só á falta de visão estratégica de Portugal e da vontade que em Portugal se criou de se desfazer daquilo a que chamavam pejorativamente de “elefante branco”. E este epíteto se deve ao facto de muitos se terem locupletado do HCB. Cahora Bassa foi sempre um prato saboroso que todos se queriam tomar como sua gestão.
Que eu saiba nunca nenhum dos gestores portugueses convidados para a Administração do HCB recusou tal convite.
Nem mesmo quando grassava a guerra em Moçambique. Porque seria?
Quanto à afirmação de que o presidente Guebuza quis para si “para si um louro que pertence, por inteiro, a Joaquim Chissano” mais não é que uma constatação de um facto.
Quando Guebuza recebeu o processo quase fechado, ou seja, só faltava assinar, já Chissano tinha acordado com Portugal a transferência da gestão da HCB.
Se da parte moçambicana há louro para distribuir – e há-os – esses pertencerão por inteiro a “entourage” de Joaquim Chissano que soube negociar a entrega da HCB. Aproveitou-se, sabiamente, das tais falta de estratégia internacional portuguesa e do querer desfazer-se a qualquer custo de um objecto que ainda trazia a um certo sector português a imagem de um Portugal Colonial – o complexo da esquerda portuguesa de que nunca se libertará – e o facto dos milhões de dólares entregues servirem para Portugal minimizar a sua dívida externa e o respectivo rácio.
Em qualquer dos casos foi bom terem questionado a matéria. Sinal que estão atentos e que o O Observador é lido com ponderação crítica.*
* in O Observador, edição 113, de 3-dez-2007

1 comentário:

Anónimo disse...

Ilustre bloguista,

Com todo o respeito, você escreveu, escreveu, escreveu mas não disse nada. Ou melhor, não explicou como é que o seu raciocínio chegou à conclusão de que Guebuza quer os louros que pertencem a Chissano.
Em momento algum ouvi o meu presidente a afirmar tal coisa. Com excepção dos entusiásticos “já é nossa”, sem que daí consiga tirar a ilação que você tirou.
Portanto, subscrevo a posição da cara leitora Ludovina, e reiterava o pedido de explicação sobre como é que conseguiu chegar à conclusão de que Guebuza está a tentar ter os louros que são devidos a Chissano.

Abraço