04 janeiro 2008

No dia dos Mártires da Baixa do Kassange…

Comemora-se hoje, 4 de Janeiro, mais um dia pelos Mártires de Kassange com os angolanos gozarem de um novo feriado em poucos dias e, interessantemente, o Jornal de Angola (não se consegue aceder ao portal, como há maioria dos portais noticiosos com base em Angola, mas está aqui citado) bater na mesma tecla do número de mortos que, analistas e, ou, historiadores angolanos já questionam; admitem que os números evocados se reportam aos manifestantes e revoltados mas não – como seria impossível dado o número de trabalhadores que havia na Cotonang – aos mortos.
Estamos muito ricos e muito desenvolvidos para nos darmos ao luxo de fazer feriados dia sim, dia não. Mais valia que o governo decretasse um período de férias agrupando o dia 1 e o dia 4 de Janeiro. Mas os Ministérios da Economia e do Trabalho lá devem saber o que fazem – na esperança que saibam mesmo…
E espero que o saibam porque parece-me que os Serviços Culturais da Embaixada de Angola, em Portugal, não estarão muito dentro da realidade angolana ou, então, somos nós, na Diáspora, que estamos completamento às escuras com a verdadeira realidade político-geográfica do País.
Dúvidas? Basta ver a imagem que encima este texto.
Por isso não me surpreende que quem defenda a secessão de Cabinda já tenha aplaudido a imagem.
Se os nossos representantes não sabem defender a intangibilidade das nossas fronteiras como poderemos criticar os que querem ou defendem, segundo a sua perspectiva histórica, a secessão de Cabinda?
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Nota Complementar: Apoio e subscrevo a proposta, hoje apresentada e defendida por historiadores angolanos, da criação de um Memorial a favor dos verdadeiros precursores do moderno Nacionalismo angolano, os massacrados da Baixa do Kassange!

2 comentários:

altohama disse...

Meu Caro,

A questão de Cabinda é um claro exemplo de que a força da razão (autonomia e/ou independêntia) está a perder a luta contra a razão da força (ocupação em função das riquezas). No entanto, para mim, é evidente que acabará por vencer a guerra.

Não adianta, por isso, lutar contra uma justiça que pode tardar mas acabará por chegar. A Angola chegou a 11 de Novembro de 1975. A Cabinda chegará um dia destes, seja qual for a tua ou a minha vontade.

Aliás, os angolanos só poderão ser totalmente felizes quando reconhecerem aos cabindas esse mesmo direito.

Kdd.

Brigida Rocha Brito disse...

A imagem é fantãstica :-)