(c) Fotos e texto de José Silva Pinto
Que Tonspi me desculpe o abuso, mas as fotos e o texto são pungentes de mais para poderem aguardar uma autorização formal sua para serem publicados.
As fotos..., não foram tiradas em tempo de guerra, aquela guerra que todos sentimos na pele e que teve o seu epílogo há bem pouco tempo, são fotos tiradas no dia 22 de Outubro de 2004, no Hospital do Bailundo.
Raquel, assim se chama a menina, tem 3 anos, padece de desnutrição, luta pela vida, luta contra a morte. Ao que me dizem, a este hospital chegam mensalmente em média 45 crianças nas mesmas condições da Raquel, havendo muitas que não conseguem resistir dada a distância que as separa dos cuidados médicos, bem como do inexistente serviço de transportes e do miserável estado em que se encontram as estradas da região.
Sem querer fazer juízos, nem apontar o dedo a quem quer que seja, apetece-me perguntar a quem de direito, até quando as Raqueis da nossa TERRA, vão continuar a ser vítimas indefesas de um sistema que demonstra a cada dia que passa, uma total incapacidade para perceber que os Países não se constroem só com militantes e que o desperdicio de vidas nos conduzirá bem mais cedo do que pensamos a um beco cuja saída dificilmente seremos capazes de encontrar.
É que me dói terrivelmente perceber, que se houver um pouco de VONTADE e AMOR ao próximo, nada disto aconteceria. Afinal de contas, esta gente com quem eu tive o privilégio de privar nesta semana que passou, não pede quase nada e continua a sorrir com o sorriso próprio de quem já sofreu enormemente na carne e na alma, mas continua a acreditar que um dia, não teremos mais que assistir ao desabar da nossa dignidade, não teremos mais que mendigar o que é nosso por direito próprio, não teremos mais nenhuma Raquel de 3 anos de idade e 1/2 dúzia de Kgs de peso, a lutar, a lutar, a lutar...
Porque me senti absolutamente impotente, precisei de partilhar convosco o que me vai na alma.
De coração apertado e com os olhos rasos de lágrimas...
Tonspi
As fotos..., não foram tiradas em tempo de guerra, aquela guerra que todos sentimos na pele e que teve o seu epílogo há bem pouco tempo, são fotos tiradas no dia 22 de Outubro de 2004, no Hospital do Bailundo.
Raquel, assim se chama a menina, tem 3 anos, padece de desnutrição, luta pela vida, luta contra a morte. Ao que me dizem, a este hospital chegam mensalmente em média 45 crianças nas mesmas condições da Raquel, havendo muitas que não conseguem resistir dada a distância que as separa dos cuidados médicos, bem como do inexistente serviço de transportes e do miserável estado em que se encontram as estradas da região.
Sem querer fazer juízos, nem apontar o dedo a quem quer que seja, apetece-me perguntar a quem de direito, até quando as Raqueis da nossa TERRA, vão continuar a ser vítimas indefesas de um sistema que demonstra a cada dia que passa, uma total incapacidade para perceber que os Países não se constroem só com militantes e que o desperdicio de vidas nos conduzirá bem mais cedo do que pensamos a um beco cuja saída dificilmente seremos capazes de encontrar.
É que me dói terrivelmente perceber, que se houver um pouco de VONTADE e AMOR ao próximo, nada disto aconteceria. Afinal de contas, esta gente com quem eu tive o privilégio de privar nesta semana que passou, não pede quase nada e continua a sorrir com o sorriso próprio de quem já sofreu enormemente na carne e na alma, mas continua a acreditar que um dia, não teremos mais que assistir ao desabar da nossa dignidade, não teremos mais que mendigar o que é nosso por direito próprio, não teremos mais nenhuma Raquel de 3 anos de idade e 1/2 dúzia de Kgs de peso, a lutar, a lutar, a lutar...
Porque me senti absolutamente impotente, precisei de partilhar convosco o que me vai na alma.
De coração apertado e com os olhos rasos de lágrimas...
Tonspi
2 comentários:
Por vezes resta-nos apenas o silêncio...
Horácio
nessas hrs olhamos no espelho e vemos como reclamamos sem ter motivos,por futilidades e egoismo
fabiana
Enviar um comentário