Depois do Futebol, o Ténis.
Angola pode vir a ser suspensa da Federação Internacional de Ténis (ITF) depois de, e pela segunda vez consecutiva, ter falhado a sua participação na Taça Davis, que iria ter lugar, desta feita, em Campala, Uganda, POR FALTA DE VERBAS.
Num país onde o dinheiro, em alguns sectores, parece nascer do nada e gastar-se por nada como se compreende que para fazer vingar a grande máxima social do desporto “Mens sana in corpore sano” não haja dinheiro para o Desporto.
Mais ainda, quando na Taça Davis, a ITF convida os países participantes e se encarrega dos gastos com o alojamento.
É o nome de Angola que se enlameia. Não são os dirigentes desportivos que parecem nada temer e nada fazer que são penalizados. É o país.
Têm a palavra os dirigentes máximos do país.
28 fevereiro 2005
27 fevereiro 2005
Eleições, Togo e Egipto a mesma preocupação
No Togo o auto-investido presidente Faure Gnassingbé renunciou à presidência do Togo "no interesse" do país, que não quer ver "exposto a novas sanções" internacionais e para garantir transparências nas eleições presidenciais que se avizinham e que o prmeiro-vice-presidente da Assembleia Nacional, eleito com presidente em exercício, anunciou para os próximos 60 dias conforme prevê a Constituição
No entanto, já foi avisando que seá candidato às próximas eleições presidenciais pelo partidoqe seu pai liderava, o União do Povo Togolês (RPT).
Já no Egipto, Mubarak reclamou hoje que a eleição presidencial no país deixe de ser colegial e passe a ser por via directa e universal.
Até ao presente, e de acordo com a Constituição vigente, um presidente egípcio é escolhido pela Assembleia Nacional, que escolhe previamente os candidatos, e plebiscitado por sufrágio popular.
Mubarak deseja que a alteração constitucional possa ser efectuada rapidamente a fim de haver mais candidatos populares.
Veremos com reage a Assembleia e ”os poderes instituídos”
No entanto, já foi avisando que seá candidato às próximas eleições presidenciais pelo partidoqe seu pai liderava, o União do Povo Togolês (RPT).
Já no Egipto, Mubarak reclamou hoje que a eleição presidencial no país deixe de ser colegial e passe a ser por via directa e universal.
Até ao presente, e de acordo com a Constituição vigente, um presidente egípcio é escolhido pela Assembleia Nacional, que escolhe previamente os candidatos, e plebiscitado por sufrágio popular.
Mubarak deseja que a alteração constitucional possa ser efectuada rapidamente a fim de haver mais candidatos populares.
Veremos com reage a Assembleia e ”os poderes instituídos”
Mudanças no MLSTP/PSD
Após 25 anos de liderança, divididos por dois períodos (1972-1990 e 1998-2205), Manuel Pinto da Costa decide que o tempo chegou ao fim.
O 4º Congresso do MLSTP-PSD vai eleger Guilherme Posser da Costa como o novo líder do antigo partido único, que adoptou a nova denominação após a implantação do multipartidarismo.
Veremos como irá “sobreviver” o partido da independência santomense sem o seu carismático líder.
Até porque a separação anterior mostrou que o MLSTP sem Pinto da Costa parece ter dificuldades em se impor. As próximas eleições presidenciais e legislativas irão (será?) esclarecer estas dúvidas.
O 4º Congresso do MLSTP-PSD vai eleger Guilherme Posser da Costa como o novo líder do antigo partido único, que adoptou a nova denominação após a implantação do multipartidarismo.
Veremos como irá “sobreviver” o partido da independência santomense sem o seu carismático líder.
Até porque a separação anterior mostrou que o MLSTP sem Pinto da Costa parece ter dificuldades em se impor. As próximas eleições presidenciais e legislativas irão (será?) esclarecer estas dúvidas.
26 fevereiro 2005
Artigo de Opinião no AngoNotícias
Podem ler no Angonotícias, de hoje, um artigo de opinião meu:
Artigo de Opinião no AngoNotícias de hoje: "Há isenção na comunicação social angolana?"
Podem deixar lá, ou aqui, os vossos comentários.
Artigo de Opinião no AngoNotícias de hoje: "Há isenção na comunicação social angolana?"
Podem deixar lá, ou aqui, os vossos comentários.
Temos de proteger o nosso património cinegético
© www.lobito.web.pt
Há que proteger as nossas espécies cinegéticas tão fortemente abaladas durante as guerras fratricidas por que passámos.
Por isso considero importante o artigo do Apostolado, citado pelo AngoNotícias, sob o título "O regresso dos animais”, cujas primeiras linhas vos deixo:
“O Instituto de Desenvolvimento Florestal (IDF) está apreensivo com propensão para o abate indiscriminado de elefantes visando a comercialização do marfim. A preocupação decorre do abate, nos últimos tempos, de dois elefantes nas províncias do Cunene e da Huíla. No primeiro caso o caçador furtivo foi apanhado encontrando-se a contas com a justiça enquanto o segundo ocorreu no interior do parque nacional do Bicuar sem que os guardas florestais detectassem o seu autor.”
Podem ler o resto clicando aqui.
Há que proteger as nossas espécies cinegéticas tão fortemente abaladas durante as guerras fratricidas por que passámos.
Por isso considero importante o artigo do Apostolado, citado pelo AngoNotícias, sob o título "O regresso dos animais”, cujas primeiras linhas vos deixo:
“O Instituto de Desenvolvimento Florestal (IDF) está apreensivo com propensão para o abate indiscriminado de elefantes visando a comercialização do marfim. A preocupação decorre do abate, nos últimos tempos, de dois elefantes nas províncias do Cunene e da Huíla. No primeiro caso o caçador furtivo foi apanhado encontrando-se a contas com a justiça enquanto o segundo ocorreu no interior do parque nacional do Bicuar sem que os guardas florestais detectassem o seu autor.”
Podem ler o resto clicando aqui.
24 fevereiro 2005
Benfica 0 - Palancas 1
Como o meu Benfica só me faz crescer a hipertensão - hoje nem aos russos do CSKA que estão a começar a sua temporada conseguiram ganhar (já não lhe exigia a eliminatória, mas a vitória sim) - tenho os Palancas, só com a prata da casa, que ganharam aos congoleses por 2-0 e lá em Brazza.
Aos menos que sejam os Palancas Negras a darem-me algumas alegrias.
Bom!!! ainda não perdi a esperança de terça-feira, de manhã, me rir de alguns dragões... I hope!!!
Aos menos que sejam os Palancas Negras a darem-me algumas alegrias.
Bom!!! ainda não perdi a esperança de terça-feira, de manhã, me rir de alguns dragões... I hope!!!
23 fevereiro 2005
Antigo governador provincial condenado em Angola
Segundo o Panapress o ex-governador do Kuando-Kubango, Jorge Fernando Biwango, foi condenado pelo Tribunal Supremo (TS) a 12 anos de prisão por autoria moral do fuzilamento de oito cidadãos, em 2002, por alegadas práticas de feitiçaria.
Ainda de acordo com aquele órgão de informação pan-africano, Biwango, um alto militante do partido no poder em Angola, o MPLA, deverá igualmente pagar 20 mil kwanzas de imposto e emolumentos bem como 50 mil Kwanzas (?) de indemnização aos familiares das vítimas.
Tudo se deveu, segundo o TS, à atitude de uma comissão de inquérito teria, eventualmente, dado cobertura, em Junho de 2002, a um julgamento de indivíduos que, posteriormente, ficaram presos durante 66 dias antes de o então governador decidir pela aplicação do direito costumeiro local, o qual, se traduziram no fuzilamento de oito vítimas, numa acção executada por indivíduos da Defesa Civil e da Polícia em obediência às ordens do então governador da província do extremo sudeste de Angola.
Ainda assim, a pena foi atenuada devido não haver atenuantes criminais e ao excesso na crença no feiticismo. Por sua vez, o antigo comandante provincial da Polícia Nacional do Kuando-Kubango, Delo, acusado de cumplicidade no caso foi absolvido por ausência de provas. Já dos restantes arguidos, cerca de 28, entre elementos da Defesa Civil e agentes da Polícia Nacional, uns foram já condenados, em Dezembro de 2003, a penas de 9 a 10 anos de prisão, enquanto cinco foram absolvidos.
Não está em causa a Justiça e a pena, no que vem demonstrar que a Justiça angolana, aos poucos, faz prevalecer o primado do Direito sobre e perante os outros órgãos de soberania. Mas invocar razões de feitiçaria para menorar a pena, aí, desculpem, mas já não aceito.
Seria até um acto de educação cívica se essa fosse a razão para majorar a referida pena e nunca para torná-la mais suave. Seria bom que este julgamento fosse, e servisse, um exemplo do que deve ser erradicado de uma sociedade cívica e constitucionalmente forte.
Ainda de acordo com aquele órgão de informação pan-africano, Biwango, um alto militante do partido no poder em Angola, o MPLA, deverá igualmente pagar 20 mil kwanzas de imposto e emolumentos bem como 50 mil Kwanzas (?) de indemnização aos familiares das vítimas.
Tudo se deveu, segundo o TS, à atitude de uma comissão de inquérito teria, eventualmente, dado cobertura, em Junho de 2002, a um julgamento de indivíduos que, posteriormente, ficaram presos durante 66 dias antes de o então governador decidir pela aplicação do direito costumeiro local, o qual, se traduziram no fuzilamento de oito vítimas, numa acção executada por indivíduos da Defesa Civil e da Polícia em obediência às ordens do então governador da província do extremo sudeste de Angola.
Ainda assim, a pena foi atenuada devido não haver atenuantes criminais e ao excesso na crença no feiticismo. Por sua vez, o antigo comandante provincial da Polícia Nacional do Kuando-Kubango, Delo, acusado de cumplicidade no caso foi absolvido por ausência de provas. Já dos restantes arguidos, cerca de 28, entre elementos da Defesa Civil e agentes da Polícia Nacional, uns foram já condenados, em Dezembro de 2003, a penas de 9 a 10 anos de prisão, enquanto cinco foram absolvidos.
Não está em causa a Justiça e a pena, no que vem demonstrar que a Justiça angolana, aos poucos, faz prevalecer o primado do Direito sobre e perante os outros órgãos de soberania. Mas invocar razões de feitiçaria para menorar a pena, aí, desculpem, mas já não aceito.
Seria até um acto de educação cívica se essa fosse a razão para majorar a referida pena e nunca para torná-la mais suave. Seria bom que este julgamento fosse, e servisse, um exemplo do que deve ser erradicado de uma sociedade cívica e constitucionalmente forte.
As eleições presidenciais na Guiné-Bissau
Nas consultas separadas que o chefe do Estado guineense Hemrique Rosa está a levar a efeito para ouvir a posição dos partidos políticos guineenses antes de avançar para a marcação de uma data para o escrutínio presidencial, as três principais forças políticas parlamentares da Guiné-Bissau, PAIGC, PRS e PUSD, defenderam, por razões diferentes, a realização de eleições o mais breve possível.
O Chefe de Governo e do PAIGC, Carlos Gomes Júnior, deseja que as eleições se realizem antes da época das chuvas, ou seja, entre os meses de Maio e Outubro.
Por sua vez, e invocando o preceituado na Carta de Transição Política o PRS e o PUSD propõe que as mesmas se realizem no mês de Maio. O PUSD propõe mesmo as datas e 15 ou 22 de Maio e 19 ou 26 de Junho para uma eventual 2ª. Volta.
Já o presidente, evocando a necessidade de fazer um recenseamento de raiz, considera que Novembro seria o mês mais aconselhável.
Será da reunião com o Comité Militar (CMROCD) que lderou o golpe contra Yalá que irá sair, por certo, a data mais provável.
Até la, vários candidatos a candidatos vão despontando.
O Chefe de Governo e do PAIGC, Carlos Gomes Júnior, deseja que as eleições se realizem antes da época das chuvas, ou seja, entre os meses de Maio e Outubro.
Por sua vez, e invocando o preceituado na Carta de Transição Política o PRS e o PUSD propõe que as mesmas se realizem no mês de Maio. O PUSD propõe mesmo as datas e 15 ou 22 de Maio e 19 ou 26 de Junho para uma eventual 2ª. Volta.
Já o presidente, evocando a necessidade de fazer um recenseamento de raiz, considera que Novembro seria o mês mais aconselhável.
Será da reunião com o Comité Militar (CMROCD) que lderou o golpe contra Yalá que irá sair, por certo, a data mais provável.
Até la, vários candidatos a candidatos vão despontando.
Zimbabue e as sanções da UE
Depois de ver um dos seus principais correlegionários apresntar uma candidatura contra um seu protegido eis que Mugabe vê a UE prorrogar por mais um ano as sanções que mantém há três contra o seu regime (e por extensão contra o povo zimbabueano).
Uma das justificações - como se elas fossem necessárias - devem-se ao facto do regime ditatorial de Mugabe não ter dado provas de qualquer abertura à democracia nem, tão pouco, mostrar vontade de mudanças.
Ou me engano muito ou, em brave, um qualquer diplomata deum dos 25 será "convidado" a abandonar o país.
Uma das justificações - como se elas fossem necessárias - devem-se ao facto do regime ditatorial de Mugabe não ter dado provas de qualquer abertura à democracia nem, tão pouco, mostrar vontade de mudanças.
Ou me engano muito ou, em brave, um qualquer diplomata deum dos 25 será "convidado" a abandonar o país.
Aly candidato?
Ora aí temos o "ditadura do consenso" de volta e em força e, segundo parece, com ideias.
Ou será só para "pedrar" o charco, que bem precisa.
Bem vindo Aly, que os cartazes estão magnficiamente bem dirigidos.
Ou será só para "pedrar" o charco, que bem precisa.
Bem vindo Aly, que os cartazes estão magnficiamente bem dirigidos.
21 fevereiro 2005
Mugabe desafiado, Ministro na rua
Mais uma do senhor Mugabe.
Há muito que Robert Mugabe parecia estar em "licença sabática".
Por outro lado parecia que começava a dar algum descanso às suas sempre belas travessuras governativas, ao ponto de afirmar querer eleições para breve e que as mesmas seriam o mais livre possível.
Eis que senão:
“O Presidente do Zimbabwe, Robert Mugabe, demitiu este fim-de-semana o ministro da Informação, Jonathan Moyo, depois de desafiar a ZANU-PF (partido no poder) e decidir apresentar-se como candidato independente nas eleições legislativas de 31 de Março próximo.
A ZANU-PF impediu Moyo de se candidatar pelo partido para a circunscrição de Tsholotsho, acusando-lhe de ter conspirado para a mudança de liderança da formação política no seu congresso em Dezembro de 2004, que provocou a sua divisão.
Contudo, oficialmente, a razão é que a circunscrição foi reservada para uma candidata do partido às eleições de Março.
Mugabe disse que Moyo, que até agora era um dos ministros zimbabweanos mais influentes, foi também expulso do partido e do Parlamento por decidir apresentar-se como candidato independente às eleições.” (in: Angop, 21.02.2005)
Ou seja, no Zimbabwe as eleições continuam a ser um simpático brinquedo nas mãos de Mugabe e seus comparsas.
Há muito que Robert Mugabe parecia estar em "licença sabática".
Por outro lado parecia que começava a dar algum descanso às suas sempre belas travessuras governativas, ao ponto de afirmar querer eleições para breve e que as mesmas seriam o mais livre possível.
Eis que senão:
“O Presidente do Zimbabwe, Robert Mugabe, demitiu este fim-de-semana o ministro da Informação, Jonathan Moyo, depois de desafiar a ZANU-PF (partido no poder) e decidir apresentar-se como candidato independente nas eleições legislativas de 31 de Março próximo.
A ZANU-PF impediu Moyo de se candidatar pelo partido para a circunscrição de Tsholotsho, acusando-lhe de ter conspirado para a mudança de liderança da formação política no seu congresso em Dezembro de 2004, que provocou a sua divisão.
Contudo, oficialmente, a razão é que a circunscrição foi reservada para uma candidata do partido às eleições de Março.
Mugabe disse que Moyo, que até agora era um dos ministros zimbabweanos mais influentes, foi também expulso do partido e do Parlamento por decidir apresentar-se como candidato independente às eleições.” (in: Angop, 21.02.2005)
Ou seja, no Zimbabwe as eleições continuam a ser um simpático brinquedo nas mãos de Mugabe e seus comparsas.
O escritor Raul David despede-se desta vida
© Foto Angop
Mais um notável intelectual angolano desaparece.
Raul David, um gandense nascido a 23.04.1918, faleceu ontem, dia 20 de Fevereiro, após doença.
Autor de várias obras como Colonizados e colonizadores (1974), Poemas (1977), Narrativas ao acaso (1981), Cantares do nosso povo (1987), Contos tradicionais da nossa terra (1979), Brado patriótico, Crónicas de ontem para ouvir e contar, Contra lei e pela grei (1988), Do julgamento tradicional dos umbundus, (1997).
Ultimamente estava a rever provas de um inédito a ser publicado pela UEA e deixou inacabadas duas obras “Benguela no espaço e o tempo” e a “Baronesa entre rios” .
Raul David foi ainda agraciado com um prémio Menção Honrosa pelo Instituto Camões.
Mais um notável intelectual angolano desaparece.
Raul David, um gandense nascido a 23.04.1918, faleceu ontem, dia 20 de Fevereiro, após doença.
Autor de várias obras como Colonizados e colonizadores (1974), Poemas (1977), Narrativas ao acaso (1981), Cantares do nosso povo (1987), Contos tradicionais da nossa terra (1979), Brado patriótico, Crónicas de ontem para ouvir e contar, Contra lei e pela grei (1988), Do julgamento tradicional dos umbundus, (1997).
Ultimamente estava a rever provas de um inédito a ser publicado pela UEA e deixou inacabadas duas obras “Benguela no espaço e o tempo” e a “Baronesa entre rios” .
Raul David foi ainda agraciado com um prémio Menção Honrosa pelo Instituto Camões.
20 fevereiro 2005
Mudanças em Portugal
Portugal mudou claramente de cor e de Governo.
Salva qualquer surpresa de última hora, o Partido Socialista, mais do que ter sido o grande vencedor, obteve a maioria absoluta (digo salvo qualquer surpresa porque me lembro do que aconteceu à três anos em que a situação era similar e depois só obtiveram 50% do Parlamento, ficando a 1 deputado da referida maioria).
Pois bem, houve, vai haver, mudanças de Governo e, talvez, de formas de governação - as experiências anteriores não me deixam sossegado - mas, e quanto às Relações Externas.
Volto a afirmar o que escrevi num artigo para o Angonotícias.
Nenhum dos principais partidos candidatos ao hemiciclo apresentaram ideias concretas quanto às Relações Exteriores e, em particular, quanto às relações com África.
Mais! Quantos deputados, provenientes de África, foram eleitos para o Parlamento português, com a incumbência clara de defenderem os interesses dos potenciais eleitores dos PALOP.
E dos que foram eleitos quantos têm, claramente, assumido a sua ascendência.
Tirando Vítor Ramalho, do PS, não me ocorre mais algum; e o PS e o PSD têm eleito alguns deputados das ex-colónias ou que lá fizeram a sua maior parte da vida (Almeida Santos, João Cravinho, Cardoso e Cunha, só para citar alguns).
Salva qualquer surpresa de última hora, o Partido Socialista, mais do que ter sido o grande vencedor, obteve a maioria absoluta (digo salvo qualquer surpresa porque me lembro do que aconteceu à três anos em que a situação era similar e depois só obtiveram 50% do Parlamento, ficando a 1 deputado da referida maioria).
Pois bem, houve, vai haver, mudanças de Governo e, talvez, de formas de governação - as experiências anteriores não me deixam sossegado - mas, e quanto às Relações Externas.
Volto a afirmar o que escrevi num artigo para o Angonotícias.
Nenhum dos principais partidos candidatos ao hemiciclo apresentaram ideias concretas quanto às Relações Exteriores e, em particular, quanto às relações com África.
Mais! Quantos deputados, provenientes de África, foram eleitos para o Parlamento português, com a incumbência clara de defenderem os interesses dos potenciais eleitores dos PALOP.
E dos que foram eleitos quantos têm, claramente, assumido a sua ascendência.
Tirando Vítor Ramalho, do PS, não me ocorre mais algum; e o PS e o PSD têm eleito alguns deputados das ex-colónias ou que lá fizeram a sua maior parte da vida (Almeida Santos, João Cravinho, Cardoso e Cunha, só para citar alguns).
Chissano em Portugal para Honnoris Causa
Apesar de ter levantado a questão do “pedido de desculpas internacionais sobre a colonização e escravatura”, principalmente pelas potências europeias, durante o doutoramento “Honnoris Causa” na Universidade do Minho, Joaquim Chissano, numa entrevista ao português Diário de Notícias (dois artigos) afirmou que “o fantasma das caravelas, esse, já não existe”.
Mas, mais interessante, ainda, foi a sua resposta a uma questão posta pela jornalista sobre a corrupção, no caso, em Moçambique, mas que Chissano, inteligentemente e pela forma como respondeu, repercutiu a toda a África “É.... a corrupção é uma outra forma de sida, pode alastrar se não for estancada, se não houver medidas preventivas e curativas, e nós estamos à procura de tudo isso.”
Este, a par da apetência castrense pelo poder, é, de facto e ainda, um dos grandes problemas do continente africano
Mas, mais interessante, ainda, foi a sua resposta a uma questão posta pela jornalista sobre a corrupção, no caso, em Moçambique, mas que Chissano, inteligentemente e pela forma como respondeu, repercutiu a toda a África “É.... a corrupção é uma outra forma de sida, pode alastrar se não for estancada, se não houver medidas preventivas e curativas, e nós estamos à procura de tudo isso.”
Este, a par da apetência castrense pelo poder, é, de facto e ainda, um dos grandes problemas do continente africano
17 fevereiro 2005
Nova Rádio em STP
São Tomé e Príncipe vai ter uma nova estação emissora de radiodifusão.
Denominar-se-á Rádio Jubilar, de cariz católico, cuja construção e equipagem de estúdio terá a contribuição da Fundação "Ajuda à Igreja que Sofre" (in: Jornal de São Tomé).
Um contributo maior para o desenvolvimento social e democrático do país.
Denominar-se-á Rádio Jubilar, de cariz católico, cuja construção e equipagem de estúdio terá a contribuição da Fundação "Ajuda à Igreja que Sofre" (in: Jornal de São Tomé).
Um contributo maior para o desenvolvimento social e democrático do país.
Aeroportos angolanos degradados
Do Jornal de Angola (edição online, página Especial), de 17 de Fevereiro, retirei este artigo, sob o título “Aeroportos degradados” que pela preocupação que encerra merece ser lido, analisado e, porque não, comentado a quem de direito (por razões que nada têm a haver com qualquer política de bem-criticar os erros ortográficos, coloquei o artigo como o tirei).
Gasta-se tanto dinheiro para coisas tão fúteis (pelo menos no imediato) como colocar bilhetes electrónicos nos transportes públicos angolanos, quando nem a Intenet está devidamente expandida pelo país - e se esta é um factor primordial nos novos Índices de Desenvolvimento Humano…-; mas também se lêem aqui uns mimos...
Por não receberem obras de grande vulto, os aeroportos do país, na sua maioria, erguidos há mais de 50 anos, apresentam ainda uma imagem pobre, degradante, do ponto de vista de infraestruturas e inadequadas, do ponto de vista de operações aeroportuárias. Traçamos aqui o quadro real de 16, dos 18 principais aeroportos existentes em Angola.
Aeroporto Internacional “4 de Fevereiro”: Existe uma procura reprimida por parte de companhias aéreas internacionais que aguardam condições para utilizarem Luanda como escala dos seus voos. Neste momento tal não é possível, porque a sua placa tem uma capacidade diminuta para parqueamento de aeronaves. As salas de embarque e desembarque já não satisfazem a demanda.Ele necessita de intervenções urgentes para que seja liberto de muitas das suas deficiências e insuficiências e lhe seja reconhecido confiabilidade nacional e internacional. Trata-se de uma acção que não pode ser protelada por muito tempo sob pena de o mesmo entrar em rotura.
Os seus responsáveis precisam nesta fase de pelo menos 30 milhões de dólares para a reabilitação da pista, placa, aerogar e iluminação ao longo das bermas das duas pistas.Todavia, a mudança da sua imagem está praticamente dependente da execução do Plano Director Estratégico, aprovado há cinco anos pelo Governo, entretanto engavetado. A implementação desse programa é um imperativo pelo seguinte: possui 603 hectares de domínio público aeroportuário e com a remodelação passará a ter 1012 hectares. Presentemente naquele aeroporto são transportados cerca de 825 mil passageiros por ano, portanto menos de 1 milhão.Por exemplo, o aeroporto do Porto tem 320 hectares e transporta cerca de 2,3 milhões de passageiros /ano, o de Barcelona com 1200 hectares transporta cerca de 15 milhões de passageiros/ano.
Se considerarmos uma duplicação do tráfego de passageiros a cada período de 10 anos, é portanto de esperar que em 2010 teremos aproximadamente 2 milhões de passageiros/ano e no ano 2020, quatro milhões de passageiros.
Kuito: Não recebe aviões de médio e grande porte há mais de três anos. Em meados de 2003, a pista foi reparada e poucos dias depois voltou a degradar-se, o que levou a Presidência da República a mandar instaurar um inquérito para apurar os culpados da situação. Agora, o Ministério das Obras Públicas chamou a si a responsabilidade para a recuperação da pista. Mas até aqui, a coisa não anda nem desanda. Precisa também de intervenção no aerogar. O perímetro aeroportuário não tem vedação.
Huambo: Considerado a alternativa ao 4 de Fevereiro, o aeroporto Albano Machado, tem a pista operacional. Recebeu intervenção de vulto no aerogar, nas áreas de passageiros e de bagagem, bem como no edifício que alberga as áreas técnicas e administrativa. Não tem cadeiras, nem balcão de “chek in” e muito menos, tapetes rolantes. Durante os últimos anos recebeu algumas obras, a base de paliativos, nas áreas de serviço e na instalação do Protocolo de Estado. Necessita de 16 milhões de dólares para dotá-lo de duas pistas, sendo uma de “taxi way”.
Benguela: Está operacional, mas com algumas limitações, porque reclama por nova pista, estando a actual já cansada. O aeroporto não é vedado. Neste momento só recebe aeronaves de pequeno e médio porte. As de maior calibragem são obrigadas a aterrar no aeroporto militar da Catumbela.
Dundo (Lunda Norte): A sua pista está degradada e, como tal, precisa de trabalhos profundos. As obras até então feitas não foram consistentes, e quando chove ela fica coberta de buracos, provocados pelo peso das aeronaves. Neste momento, precisa de investimentos na ordem dos cinco milhões de dólares.
Mbanza Congo: Apesar de ser dos poucos aeroportos com vedação no país, não tem aerogar para acomodação dos passageiros. A sua pista está em bom estado, o que permite a aterrissagem e descolagem de aeronaves durante o dia.
Soyo: Por ser uma região de intensa exploração petrolífera, o seu aeroporto teve de ser equipado com meios de comunicação de ajuda à navegação aérea para atender a demanda. O grande “handicap” tinha a ver com a falta de vedação, coisa que, entretanto, vem sendo já solucionado desde a segunda quinzena do passado mês de Janeiro. Até Abril próximo, segundo previsões, o aeroporto do Soyo terá já a sua cercania, o que será uma mais valia para a segurança de navegação.Malanje: Está operacional, precisa de melhorias no seu aerogar, pois ainda apresenta sinais da guerra.
Uíje: Requer intervenção em todas as vertentes, desde a aerogar às áreas de movimento, nomeadamente a pista e placa. A sua reabilitação está enquadrada no Programa de Investimentos Públicos (PIP) a nível central. Há já estudos realizados visando a facilitação dos trabalhos.
Cabinda: Obras de grande vulto são feitas, com vista a dotar o seu aerogar de condições para satisfazer o tráfego local e regional. No entanto, a empreitada não corre a contento, está atrasada devido a falta de verba. Tanto quanto se sabe, o atraso dos trabalhos não permite saber com exactidão uma data para a sua conclusão. Noves fora a isso, o aeroporto mais ao Norte do país está em condições de realizar voos nocturnos e tem operacional um sistema de combate e extinção de incêndios.
Lubango: Está operacional, mas o seu aerogar reclama por uma intervenção de maior intensidade, a julgar pelo crescimento do tráfego. Não é tudo. Há problema de infiltração de água nas instalações, principalmente quando chove. O Governo local é aqui chamado a contribuir no pagamento das despesas daí decorrentes, uma vez a Enana não estar em condições para por si só suportar. Neste momento, o aeroporto da Mukanka obteve o estatuto internacional, uma vez que recebe voos de carreira provenientes da Namíbia e vice versa. Os meios de extinção de incêndio não constituem problema. Estão lá para as encomendas.
Cunene: Está com cara completamente nova. Recebeu intervenção de alta invergadura a nível da pista, trabalhos resumidos em recelagem, alargamento e extensão do piso e uma aerogar com os requisitos indispensáveis. Já está ao serviço dos utentes, desde os últimos três anos. O seu mobiliário permite a uma melhor acomodação dos passageiros, quer na sala de embarque, quer no desembarque e quer ainda nas áreas públicas. Especialistas em navegação dizem mesmo que a sua pista é uma das melhores que o país possui, a julgar pela sua qualidade e extensão. Alegam que já merece um estatuto internacional e mais do que isso ser a alternativa ao Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, quando este estiver indisponível. A sua reabilitação iniciou em meados de 2003 e terminou no mês de Agosto, tendo sido reinaugurado em Novembro do mesmo ano.
Moxico: Em tempos teve uma intervenção levada a cabo pelo Minopu. A pista está em condições para receber aviões de grande porte. Não tem condições para a navegação aérea à noite e o espaço não é vedado. A ausência de meios de extinção de incêndio é outro facto relevante.
Kuando Kubango: Apesar de estar operacional, a pista apresenta ainda algumas marcas da guerra. Existem vários buracos à berma da pista, razão pela qual requer intervenção de grande impacto. Para além de não estar vedado, o aeroporto do KK não possui equipa de bombeiros. No entanto, no ano passado ele beneficiou de novo mobiliário o que permite a uma melhor acomodação dos passageiros que escalam a região.Saurimo: O Minopu interviu com a realização de algumas obras. Agora, ele contratou uma empresa que executa trabalhos na pista, o permite a recepção de voos durante o dia.
Namibe: Não há, neste momento razões de queixa. O aeroporto “Yuri Gagarin” precisa apenas de pequenas obras no seu aerogar. Apesar de não ter meios de extinção de incêndios, ele pode receber voos a qualquer hora do dia.
Gasta-se tanto dinheiro para coisas tão fúteis (pelo menos no imediato) como colocar bilhetes electrónicos nos transportes públicos angolanos, quando nem a Intenet está devidamente expandida pelo país - e se esta é um factor primordial nos novos Índices de Desenvolvimento Humano…-; mas também se lêem aqui uns mimos...
Por não receberem obras de grande vulto, os aeroportos do país, na sua maioria, erguidos há mais de 50 anos, apresentam ainda uma imagem pobre, degradante, do ponto de vista de infraestruturas e inadequadas, do ponto de vista de operações aeroportuárias. Traçamos aqui o quadro real de 16, dos 18 principais aeroportos existentes em Angola.
Aeroporto Internacional “4 de Fevereiro”: Existe uma procura reprimida por parte de companhias aéreas internacionais que aguardam condições para utilizarem Luanda como escala dos seus voos. Neste momento tal não é possível, porque a sua placa tem uma capacidade diminuta para parqueamento de aeronaves. As salas de embarque e desembarque já não satisfazem a demanda.Ele necessita de intervenções urgentes para que seja liberto de muitas das suas deficiências e insuficiências e lhe seja reconhecido confiabilidade nacional e internacional. Trata-se de uma acção que não pode ser protelada por muito tempo sob pena de o mesmo entrar em rotura.
Os seus responsáveis precisam nesta fase de pelo menos 30 milhões de dólares para a reabilitação da pista, placa, aerogar e iluminação ao longo das bermas das duas pistas.Todavia, a mudança da sua imagem está praticamente dependente da execução do Plano Director Estratégico, aprovado há cinco anos pelo Governo, entretanto engavetado. A implementação desse programa é um imperativo pelo seguinte: possui 603 hectares de domínio público aeroportuário e com a remodelação passará a ter 1012 hectares. Presentemente naquele aeroporto são transportados cerca de 825 mil passageiros por ano, portanto menos de 1 milhão.Por exemplo, o aeroporto do Porto tem 320 hectares e transporta cerca de 2,3 milhões de passageiros /ano, o de Barcelona com 1200 hectares transporta cerca de 15 milhões de passageiros/ano.
Se considerarmos uma duplicação do tráfego de passageiros a cada período de 10 anos, é portanto de esperar que em 2010 teremos aproximadamente 2 milhões de passageiros/ano e no ano 2020, quatro milhões de passageiros.
Kuito: Não recebe aviões de médio e grande porte há mais de três anos. Em meados de 2003, a pista foi reparada e poucos dias depois voltou a degradar-se, o que levou a Presidência da República a mandar instaurar um inquérito para apurar os culpados da situação. Agora, o Ministério das Obras Públicas chamou a si a responsabilidade para a recuperação da pista. Mas até aqui, a coisa não anda nem desanda. Precisa também de intervenção no aerogar. O perímetro aeroportuário não tem vedação.
Huambo: Considerado a alternativa ao 4 de Fevereiro, o aeroporto Albano Machado, tem a pista operacional. Recebeu intervenção de vulto no aerogar, nas áreas de passageiros e de bagagem, bem como no edifício que alberga as áreas técnicas e administrativa. Não tem cadeiras, nem balcão de “chek in” e muito menos, tapetes rolantes. Durante os últimos anos recebeu algumas obras, a base de paliativos, nas áreas de serviço e na instalação do Protocolo de Estado. Necessita de 16 milhões de dólares para dotá-lo de duas pistas, sendo uma de “taxi way”.
Benguela: Está operacional, mas com algumas limitações, porque reclama por nova pista, estando a actual já cansada. O aeroporto não é vedado. Neste momento só recebe aeronaves de pequeno e médio porte. As de maior calibragem são obrigadas a aterrar no aeroporto militar da Catumbela.
Dundo (Lunda Norte): A sua pista está degradada e, como tal, precisa de trabalhos profundos. As obras até então feitas não foram consistentes, e quando chove ela fica coberta de buracos, provocados pelo peso das aeronaves. Neste momento, precisa de investimentos na ordem dos cinco milhões de dólares.
Mbanza Congo: Apesar de ser dos poucos aeroportos com vedação no país, não tem aerogar para acomodação dos passageiros. A sua pista está em bom estado, o que permite a aterrissagem e descolagem de aeronaves durante o dia.
Soyo: Por ser uma região de intensa exploração petrolífera, o seu aeroporto teve de ser equipado com meios de comunicação de ajuda à navegação aérea para atender a demanda. O grande “handicap” tinha a ver com a falta de vedação, coisa que, entretanto, vem sendo já solucionado desde a segunda quinzena do passado mês de Janeiro. Até Abril próximo, segundo previsões, o aeroporto do Soyo terá já a sua cercania, o que será uma mais valia para a segurança de navegação.Malanje: Está operacional, precisa de melhorias no seu aerogar, pois ainda apresenta sinais da guerra.
Uíje: Requer intervenção em todas as vertentes, desde a aerogar às áreas de movimento, nomeadamente a pista e placa. A sua reabilitação está enquadrada no Programa de Investimentos Públicos (PIP) a nível central. Há já estudos realizados visando a facilitação dos trabalhos.
Cabinda: Obras de grande vulto são feitas, com vista a dotar o seu aerogar de condições para satisfazer o tráfego local e regional. No entanto, a empreitada não corre a contento, está atrasada devido a falta de verba. Tanto quanto se sabe, o atraso dos trabalhos não permite saber com exactidão uma data para a sua conclusão. Noves fora a isso, o aeroporto mais ao Norte do país está em condições de realizar voos nocturnos e tem operacional um sistema de combate e extinção de incêndios.
Lubango: Está operacional, mas o seu aerogar reclama por uma intervenção de maior intensidade, a julgar pelo crescimento do tráfego. Não é tudo. Há problema de infiltração de água nas instalações, principalmente quando chove. O Governo local é aqui chamado a contribuir no pagamento das despesas daí decorrentes, uma vez a Enana não estar em condições para por si só suportar. Neste momento, o aeroporto da Mukanka obteve o estatuto internacional, uma vez que recebe voos de carreira provenientes da Namíbia e vice versa. Os meios de extinção de incêndio não constituem problema. Estão lá para as encomendas.
Cunene: Está com cara completamente nova. Recebeu intervenção de alta invergadura a nível da pista, trabalhos resumidos em recelagem, alargamento e extensão do piso e uma aerogar com os requisitos indispensáveis. Já está ao serviço dos utentes, desde os últimos três anos. O seu mobiliário permite a uma melhor acomodação dos passageiros, quer na sala de embarque, quer no desembarque e quer ainda nas áreas públicas. Especialistas em navegação dizem mesmo que a sua pista é uma das melhores que o país possui, a julgar pela sua qualidade e extensão. Alegam que já merece um estatuto internacional e mais do que isso ser a alternativa ao Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, quando este estiver indisponível. A sua reabilitação iniciou em meados de 2003 e terminou no mês de Agosto, tendo sido reinaugurado em Novembro do mesmo ano.
Moxico: Em tempos teve uma intervenção levada a cabo pelo Minopu. A pista está em condições para receber aviões de grande porte. Não tem condições para a navegação aérea à noite e o espaço não é vedado. A ausência de meios de extinção de incêndio é outro facto relevante.
Kuando Kubango: Apesar de estar operacional, a pista apresenta ainda algumas marcas da guerra. Existem vários buracos à berma da pista, razão pela qual requer intervenção de grande impacto. Para além de não estar vedado, o aeroporto do KK não possui equipa de bombeiros. No entanto, no ano passado ele beneficiou de novo mobiliário o que permite a uma melhor acomodação dos passageiros que escalam a região.Saurimo: O Minopu interviu com a realização de algumas obras. Agora, ele contratou uma empresa que executa trabalhos na pista, o permite a recepção de voos durante o dia.
Namibe: Não há, neste momento razões de queixa. O aeroporto “Yuri Gagarin” precisa apenas de pequenas obras no seu aerogar. Apesar de não ter meios de extinção de incêndios, ele pode receber voos a qualquer hora do dia.
Costa do Marfim recebe armas de Israel?
O director do Departamento África Ocidental e Central do Ministério israelita para os Negócios Estrangeiros, Yoël Barnea, negou quarta-feira qualquer implicação do seu país no tráfico de armas para a Côte d'Ivoire."Não vendemos armas à Côte d'Ivoire e, por conseguinte, não apoiamos nenhuma das partes beligerantes neste país", declarou o responsável israelita, sublinhando que o seu país deseja que os cidadãos ivoirenses reencontrem a estabilidade e a paz duradoira".
Diz-nos a experiência que os israelitas, por vezes, dizem uma coisa e praticam outra.
Esperemos que para bem do povo costa-marfinense de facto as armas não sejam judaicas e, se posssível, de ninguém que queira a paz no país que já foi considerado como a Suiça de África.
Diz-nos a experiência que os israelitas, por vezes, dizem uma coisa e praticam outra.
Esperemos que para bem do povo costa-marfinense de facto as armas não sejam judaicas e, se posssível, de ninguém que queira a paz no país que já foi considerado como a Suiça de África.
STP, o bom-senso foi mais forte
De acordo com o Panapress, a Assembleia Nacional de São Tomé e Príncipe decidiu levantar a imunidade aos cinco deputados, incluindo dois ex-primeiros-ministros, que estarão envolvidos no escândalo financeiro do Gabinete de Gestão das Ajudas (GGA).
Depois de ter recusado, por duas vezes, um pedido oficial da Procuradoria Geral da República para o levantamento das imunidades aos deputados, o Assembleia autorizou que os mesmos possam ser julgados na suposta implicação no desvio de cerca de 2,1 milhões USD do GGA.
Ou seja, o bom-senso prevaleceu e, a bem do bom-nome dos implicados, esse levantamento permitirá levar a efeito o julgamento, esclarecer (?) toda a verdade e, em caso disso, os implicados se defenderem em juízo.
Depois de ter recusado, por duas vezes, um pedido oficial da Procuradoria Geral da República para o levantamento das imunidades aos deputados, o Assembleia autorizou que os mesmos possam ser julgados na suposta implicação no desvio de cerca de 2,1 milhões USD do GGA.
Ou seja, o bom-senso prevaleceu e, a bem do bom-nome dos implicados, esse levantamento permitirá levar a efeito o julgamento, esclarecer (?) toda a verdade e, em caso disso, os implicados se defenderem em juízo.
“Palancas Negras” em perigo?
Oito milhões de dólares norte-americanos é quanto são precisos para que a selecção principal de futebol de Angola, vulgo “Palancas Negras”, cumpra com os seus programas internacionais(AngoNotícias).
Já não bastava o seu símbolo continuar, afinal, desaparecido e vamos ver a nossa selecção em perigo também.
Na semana passada o Sonangol do Namibe esteve em vias de ser logo eliminado fora das quatro linhas por não poder cobrir as despesas de estadia do seu adversário nas Afrotaças.
Agora, é a Selecção que até já desmarcou um jogo com o Braga, em Portugal, segundo parece por os jogadores angolanos, a jogarem em Angola, não estavam disponíveis e nunca por falta de dinheiro. Por favor!!!
O que vale é o senhor primeiro-ministro já ter vindo a terreiro afirmar que o Governo tudo fará para a Selecção ir o mais longe possível; estão "disponíveis para dar apoio e carinho".
Enfim; até se entende. Angola é um país pobrezinho, sem condições económicas nem matérias-primas lucrativas…
É fartar vilanagem!!!!
Já não bastava o seu símbolo continuar, afinal, desaparecido e vamos ver a nossa selecção em perigo também.
Na semana passada o Sonangol do Namibe esteve em vias de ser logo eliminado fora das quatro linhas por não poder cobrir as despesas de estadia do seu adversário nas Afrotaças.
Agora, é a Selecção que até já desmarcou um jogo com o Braga, em Portugal, segundo parece por os jogadores angolanos, a jogarem em Angola, não estavam disponíveis e nunca por falta de dinheiro. Por favor!!!
O que vale é o senhor primeiro-ministro já ter vindo a terreiro afirmar que o Governo tudo fará para a Selecção ir o mais longe possível; estão "disponíveis para dar apoio e carinho".
Enfim; até se entende. Angola é um país pobrezinho, sem condições económicas nem matérias-primas lucrativas…
É fartar vilanagem!!!!
15 fevereiro 2005
Governo angolano já dispõe de um calendário eleitoral?
Segundo o AngoNotícias, citando o jornal Apostolado, o governo angolano já tem, se bem que discreto, um calendário eleitoral elaborado.
Aleluiaaaaaaaaa!!!
De acordo com o Ministro da Administração do Território e Coordenador da Comissão Inter-Governamental para as eleições, Virgílio Pereira, “este importante guião compreende três fases, que vão do presente momento até 2006, ano previsto do pleito.”
Ora de acordo como Ministro, o “calendário eleitoral do governo já existe há bastante tempo. Aquilo que nós chamamos calendário indicativo”.
Já está em curso a primeira fase, também denominada de preparatória, ou seja estão a fazer o levantamento das necessidades.
A segunda fase, que será a do registo eleitoral, e deverá acontecer com o início do cacimbo, ou seja, nos meses de Maio e Junho. O Ministro diz que “aí que as pessoas podem transitar, podem ter acesso aos locais de registo”.
A última fase, a terceira, que o executivo angolano considera como a “derradeira e que versará na própria votação, cujo período, de facto, é indefinido. Uma indefinição relativamente compreensível porquanto condicionado a uma série de factores, entre os quais o melhor acerto entre o Poder e a Oposição”.
Ora bolas.
1º. O Ministro não fala na diáspora. Será que não terá direito ao voto?
2.º. O Ministro considera os eleitores angolanos pessoas pouco capacitadas para votar, ou para terem vontade de votar, ou ainda para minimizar a capacidade dos brigadistas (agentes de registo) se deslocarem de Sanzalas em Sanzalas, de Muceques em Muceques. Porque será?
3º. O Ministro deve achar que os escrutinadores são pessoas lentas e preguiçosas. Senão como admite que o período de votação é indefinido?
14 fevereiro 2005
Ainda a liberdade e isenção em Angola
Falei num apontamento anterior sobre a liberdade e isenção de imprensa, que teve um comentário tão interessante, quanto inquietante, do luandense José Tramagal.
Hoje, vejo um apontamento no blogue moçambicano “Macua” sobre a liberdade religiosa, retirado do Angonotícias de Janeiro passado, que, pela sua actualidade, nomeadamente, face á vitória dos xiitas religiosos, no Iraque, merece uma chamada de atenção.
Sob o título “Muçulmanos angolanos apreensivos” retiro os dois primeiros parágrafos do artigo:
“Muçulmanos angolanos apreensivos”
A comunidade angolana de muçulmanos está apreensiva com o seu destino devido à ameaça de encerramento das mesquitas. O seu Secretário Geral, David Njayi, frisou este sentimento em entrevista concedida hoje à Ecclesia na sequência das recentes declarações do Director Nacional para os Assuntos Religiosos do Ministério da Cultura, Lisboa Santos.
Segundo o referido Director, o Estado angolano poderá proibir proximamente as Igrejas e religiões não reconhecidas e encerrar os respectivos locais de culto. O Secretário Geral da Comunidade Islâmica de Angola apelou para o reconhecimento da comunidade islâmica, recordando que a mesma se implantou no país desde 1978, dispondo hoje em dia de várias mesquitas na capital. «Estamos a trabalhar para que haja o reconhecimento», afirmou, desejando, do lado dos Ministérios da Justiça e Cultura, «a abertura» que faltou até aqui, e o fim da «confusão do Islame ao terrorismo».
O restante deverão ler na página respectiva do Angonotícias com particular destaque para o interessante comentário do escritor moçambicano João Craveirinha.
Hoje, vejo um apontamento no blogue moçambicano “Macua” sobre a liberdade religiosa, retirado do Angonotícias de Janeiro passado, que, pela sua actualidade, nomeadamente, face á vitória dos xiitas religiosos, no Iraque, merece uma chamada de atenção.
Sob o título “Muçulmanos angolanos apreensivos” retiro os dois primeiros parágrafos do artigo:
“Muçulmanos angolanos apreensivos”
A comunidade angolana de muçulmanos está apreensiva com o seu destino devido à ameaça de encerramento das mesquitas. O seu Secretário Geral, David Njayi, frisou este sentimento em entrevista concedida hoje à Ecclesia na sequência das recentes declarações do Director Nacional para os Assuntos Religiosos do Ministério da Cultura, Lisboa Santos.
Segundo o referido Director, o Estado angolano poderá proibir proximamente as Igrejas e religiões não reconhecidas e encerrar os respectivos locais de culto. O Secretário Geral da Comunidade Islâmica de Angola apelou para o reconhecimento da comunidade islâmica, recordando que a mesma se implantou no país desde 1978, dispondo hoje em dia de várias mesquitas na capital. «Estamos a trabalhar para que haja o reconhecimento», afirmou, desejando, do lado dos Ministérios da Justiça e Cultura, «a abertura» que faltou até aqui, e o fim da «confusão do Islame ao terrorismo».
O restante deverão ler na página respectiva do Angonotícias com particular destaque para o interessante comentário do escritor moçambicano João Craveirinha.
13 fevereiro 2005
A Internet, um meio de desenvolvimento social
© DRAGON ELECTRONIC
Mais do que nunca os novos meios de comunicação são importantes para o desenvolvimento de um país.
Não é em vão que nos novos parâmetros do Desenvolvimento Humano esta alínea tenha um impacto deveras importante.
Daí que não se entenda que, em Angola, quando se gastam rios de dinheiro nos novos acessos às redes e telemóveis (basta ver os anúncios da “Unitel” e da “Movicel“ e as suas parcerias), os acessos á Internet continuem difíceis e, por vezes, impossíveis.
É uma queixa que já tenho tido de várias pessoas; quantas vezes, devido às minhas pesquisas e investigações para o Doutoramento, e apesar da boa-vontade dos meus interlocutores e amigos, têm esbarrado na dificuldade de acessos e de retornos por via da Net.
Quantas vezes uma transmissão via fax é uma miragem; mesmo que a destinatária, ou remetente, seja para um dos serviços que melhor deveriam estar apetrechados: a Universidade Agostinho Neto – a universidade deve ser o principal veículo de transmissão de uma cultura avançada -; mas não parece ser essa a interpretação de quem manda, ou devia gerir os cérebros nacionais.
Os particulares têm dificuldades em aceder aos meios, e aqueles que os têm quixam-se dos custos e da manutenção como passo a citar José Tramagal num e-mail que me enviou: “O serviço é muito caro, e também deixa muito a desejar. Uma hora diária de utilização ao fim do mês são 100 Usd. Mais 25 Usd do IP. Para um país que está a renascer, é muito caro. Imagina que para fazer uma pesquisa bem feita, são necessárias pelo menos tres horas, se eu necessitar de quatro, dez pesquisas...”
Enfim, penso que é altura de se apostar nos novos meios de comunicação. Não esqueçamos que eles serão tão ou mais importantes que os meios televisivos ou falados.
Apesar de tudo, e dos novos e sofisticados meios de controlo (ou talvez por isso), a Net ainda é um veículo especial para se poder falar sem constrangimentos.
Deixo à consideração de quem manda, ou deve melhor gerir.
Mais do que nunca os novos meios de comunicação são importantes para o desenvolvimento de um país.
Não é em vão que nos novos parâmetros do Desenvolvimento Humano esta alínea tenha um impacto deveras importante.
Daí que não se entenda que, em Angola, quando se gastam rios de dinheiro nos novos acessos às redes e telemóveis (basta ver os anúncios da “Unitel” e da “Movicel“ e as suas parcerias), os acessos á Internet continuem difíceis e, por vezes, impossíveis.
É uma queixa que já tenho tido de várias pessoas; quantas vezes, devido às minhas pesquisas e investigações para o Doutoramento, e apesar da boa-vontade dos meus interlocutores e amigos, têm esbarrado na dificuldade de acessos e de retornos por via da Net.
Quantas vezes uma transmissão via fax é uma miragem; mesmo que a destinatária, ou remetente, seja para um dos serviços que melhor deveriam estar apetrechados: a Universidade Agostinho Neto – a universidade deve ser o principal veículo de transmissão de uma cultura avançada -; mas não parece ser essa a interpretação de quem manda, ou devia gerir os cérebros nacionais.
Os particulares têm dificuldades em aceder aos meios, e aqueles que os têm quixam-se dos custos e da manutenção como passo a citar José Tramagal num e-mail que me enviou: “O serviço é muito caro, e também deixa muito a desejar. Uma hora diária de utilização ao fim do mês são 100 Usd. Mais 25 Usd do IP. Para um país que está a renascer, é muito caro. Imagina que para fazer uma pesquisa bem feita, são necessárias pelo menos tres horas, se eu necessitar de quatro, dez pesquisas...”
Enfim, penso que é altura de se apostar nos novos meios de comunicação. Não esqueçamos que eles serão tão ou mais importantes que os meios televisivos ou falados.
Apesar de tudo, e dos novos e sofisticados meios de controlo (ou talvez por isso), a Net ainda é um veículo especial para se poder falar sem constrangimentos.
Deixo à consideração de quem manda, ou deve melhor gerir.
Angola, há isenção na comunicação social?
Um dos grandes problemas dos países democráticos é conseguir que “gregos” e “troianos” se sintam, simultaneamente, agradados e satisfeitos.
Para isso, muito contribui (deve contribuir) a comunicação social no todo.
E tem sido isso que tem acontecido, com maior ou menor, importância nas democracias mundiais.
Foi a imprensa com o “Watergate” conseguiu fazer demitir o presidente norte-americano Richard Nixon, foi a mesma comunicação social que ajudou a empurrar o presidente brasileiro Collor de Melo, foi também a imprensa que alertou para a chacina do Soweto, na África do Sul, e destacou a personalidade de Nelson Mandela ao ponto de muito ter colaborado para a sua libertação. É-o em Portugal onde o ainda primeiro-ministro, Santana Lopes, vem a terreiro reclamar de sondagens publicadas que lhe são pouco afectas, e que já o levou a ameaçar recorrer aos tribunais caso estas estejam longe da “sua verdade”.
Tudo isto vem ao caso da situação da imprensa angolana que parece estar num indeterminado limbo quanto á sua posição face ao poder.
Tudo isto porque um amigo, tentou denunciar uma eventual fraude na economia angolana e a grande maioria da imprensa ou não quis escutar ou exigiu-lhe pagamento para publicar a sua denúncia, mesmo sob anonimato.
A dúvida aqui reside em:
1. Ou a corrupção está de tal forma instalada no país que nem na comunicação social nos podemos agarrar como náufragos à porta da morte; e eu não quero acreditar nisto;
2. Ou o medo do poder é tão ilimitado que até da Justiça desconfiamos; porque é esta que nos deve proteger em caso de litígio com o poder instituído; e eu ainda acredito que a Justiça do meu país é livre – e alguns factos levam-me a acreditar nisso;
3. Ou, então, a imprensa entrou num ciclo de sobrevivência tal que só falado que é totalmente impossível desmentir, o que irá fazer perdurar caso que estejam, inteligentemente, a serem levados a cabo porque ninguém quer arriscar.
Ora se for esta a situação vigente no país, então é uma situação doentia que dificilmente poderá permitir a permuta democrática do poder no país.
Não faço, nem quero fazer acusações. Mas tenho conhecimento, por interposta pessoa, que um órgão de comunicação social solicitou dinheiro par divulgar essas eventuais fraudes. Acontece que o referido órgão é reconhecido como contrário ao “status quo” instituído, o que, a ser verdade, dói ainda mais.
E depois há aquele caso relatado pelo Notícias Lusófonas de, certas personalidades não identificadas, parecer terem tentado comprar notícias em Portugal.
E em “vésperas” de eleições gerais não abona o bom-nome de Angola nem dos seus governantes e, muito menos, da necessitada isenção dos órgãos de comunicação social angolanos.
Vamos esperar que tenham sido casos pontuais e acontecidos ao arrepio quer do poder (que por certo o não deseja) quer dos directores e editores dos referidos órgãos. Apesar do que se possa dizer sei que há directores que desejam manter uma certa equidade nas notícias publicadas, mesmo que isso lhes tragam alguns dissabores como os comentários que vemos, por vezes, publicados junto das mesmas.
A justiça e a igualdade de tratamentos a isso, por vezes e quase sempre, o obrigam.
Para isso, muito contribui (deve contribuir) a comunicação social no todo.
E tem sido isso que tem acontecido, com maior ou menor, importância nas democracias mundiais.
Foi a imprensa com o “Watergate” conseguiu fazer demitir o presidente norte-americano Richard Nixon, foi a mesma comunicação social que ajudou a empurrar o presidente brasileiro Collor de Melo, foi também a imprensa que alertou para a chacina do Soweto, na África do Sul, e destacou a personalidade de Nelson Mandela ao ponto de muito ter colaborado para a sua libertação. É-o em Portugal onde o ainda primeiro-ministro, Santana Lopes, vem a terreiro reclamar de sondagens publicadas que lhe são pouco afectas, e que já o levou a ameaçar recorrer aos tribunais caso estas estejam longe da “sua verdade”.
Tudo isto vem ao caso da situação da imprensa angolana que parece estar num indeterminado limbo quanto á sua posição face ao poder.
Tudo isto porque um amigo, tentou denunciar uma eventual fraude na economia angolana e a grande maioria da imprensa ou não quis escutar ou exigiu-lhe pagamento para publicar a sua denúncia, mesmo sob anonimato.
A dúvida aqui reside em:
1. Ou a corrupção está de tal forma instalada no país que nem na comunicação social nos podemos agarrar como náufragos à porta da morte; e eu não quero acreditar nisto;
2. Ou o medo do poder é tão ilimitado que até da Justiça desconfiamos; porque é esta que nos deve proteger em caso de litígio com o poder instituído; e eu ainda acredito que a Justiça do meu país é livre – e alguns factos levam-me a acreditar nisso;
3. Ou, então, a imprensa entrou num ciclo de sobrevivência tal que só falado que é totalmente impossível desmentir, o que irá fazer perdurar caso que estejam, inteligentemente, a serem levados a cabo porque ninguém quer arriscar.
Ora se for esta a situação vigente no país, então é uma situação doentia que dificilmente poderá permitir a permuta democrática do poder no país.
Não faço, nem quero fazer acusações. Mas tenho conhecimento, por interposta pessoa, que um órgão de comunicação social solicitou dinheiro par divulgar essas eventuais fraudes. Acontece que o referido órgão é reconhecido como contrário ao “status quo” instituído, o que, a ser verdade, dói ainda mais.
E depois há aquele caso relatado pelo Notícias Lusófonas de, certas personalidades não identificadas, parecer terem tentado comprar notícias em Portugal.
E em “vésperas” de eleições gerais não abona o bom-nome de Angola nem dos seus governantes e, muito menos, da necessitada isenção dos órgãos de comunicação social angolanos.
Vamos esperar que tenham sido casos pontuais e acontecidos ao arrepio quer do poder (que por certo o não deseja) quer dos directores e editores dos referidos órgãos. Apesar do que se possa dizer sei que há directores que desejam manter uma certa equidade nas notícias publicadas, mesmo que isso lhes tragam alguns dissabores como os comentários que vemos, por vezes, publicados junto das mesmas.
A justiça e a igualdade de tratamentos a isso, por vezes e quase sempre, o obrigam.
11 fevereiro 2005
Palanca Negra Gigante redescoberta?
De acordo com notícias veiculadas nos órgãos de comunicação social angolanos e retransmitidos na RDP África, o nosso célebre símbolo ainda não desapareceu de vez e, parece também, que não é uma miragem.
“A imponente Palanca Negra Gigante foi localizada na reserva especial de Luwana, na província do Kuando-Kubango. O facto foi anunciado à Rádio Nacional de Angola pelo Director do Instituto de Desenvolvimento Florestal, na província do Kuando-Kubango.
De acordo com Afonso Dala, a informação é verdadeira, porque “vimos com os nossos próprios olhos. Esse é um dado verdadeiro”, sublinhou.”
Será que, realmente, vamos poder ver o nosso símbolo noutros locais que não na cauda dos aviões da TAAG ou nas bandeiras das nossas selecções.
Como escrevia um leitor, biólogo, no Angonotícias, “É preciso que as nossas autoridades ligadas ao ambiente e a conservação actuem depressa para não corremos o risco de a Palanca Negra, símbolo nacional desapareça de vez das nossas paragens e reservas e se instale nas pastagens de nossos vizinhos quer sejam a Namibia ou o Congo kinshasa.”
Têm a palavra os nossos biólogos e ambientalistas.
Tentemos salvaguardar, de vez, aquilo que é nosso e que há cerca de vinte anos estava desaparecido.
10 fevereiro 2005
Francês pai da alterada constituição togolesa?
Depois da Costa do Marfim é o Togo.
Tal como previ no apontamento anterior em como a França, directa, ou indirectamente, estaria por detrás da tomada de poder por parte de Faure Gnassingbé, filho do falecido presidente Eyadéma, e dos militares, eis que o Panapress vem dizer que a Constituição togolesa foi alterada por antigo decano da Faculdade de Direito da Universidade de Aix e ex-conselheiro jurídico de Eyadéma, com vista ao assalto ao poder por Gnassingbé.
Apesar disso, a Federação Internacional das Ligas dos Direitos Humanos (FIDH), através de uma carta aberta subscrita por si e pelas suas representações em França e no Togo pediu ao Presidente francês, Jacques Chirac, o uso da influência internacional do seu país para restabelecer a ordem democrática no Togo.
Enquanto isso a oposição na diáspora afirmou que vai lutar pacificamente pela reposição da legalidade democrática pelo que pede aos Chefes de Estado da CEDEAO que intervenham e pressionem o novo regime de Lomé.
Todavia, através do sítio “republicoftogo.com” os togoleses (?) questionam a atitude da francofonia e da UA em condenar tão rapidamente o “coup d’état” e, paradoxalmente, fechar os olhos a outras situações bem mais graves em África.
“Sonner l'hallali contre un pays soucieux de stabilité et de démocratie et fermer les yeux sur des situations bien plus graves ailleurs en Afrique. Voila le paradoxe.”
É, realmente há paradoxos que não são compreensíveis; principalmente se o citado decano foi chamado ao Togo em menos de 24 horas e quando ainda se pensava transportar Eyadéma para fora do país a fim de ser tratado a uma doença grave acometida na manhã de sábado.
É… estranho.
Os nado-imigrantes e a nacionalidade portuguesa
Em regra, eu os comunistas portugueses estamos em completo e total antagonismo.
Todavia, e quando o caso merece a minha concordância, sou o primeiro a aplaudir qualquer ideia que possam transmitir – infelizmente as poucas que têm são, geralmente, impossíveis de levar à prática -; porém, a última que apresentaram aos representantes dos imigrantes, em Portugal, mesmo que impraticável, é pertinente e estranha-se que, só agora alguém tenha realmente falado nela com tanta clareza.
Pois a coligação CDU afirmou que vai propor, no próximo Parlamento, que os filhos de imigrantes nascidos em Portugal passem a gozar do direito de obtenção automática da nacionalidade portuguesa. Os comunistas consideram – e eu sublinho – “uma aberração” que aqueles direitos elementares de um qualquer cidadão, mesmo que imigrante, “não estejam reconhecidos”.
Ora, Angola tem mais de 20 mil imigrantes em Portugal, alguns dos quais nascidos neste país, mas que se vêem privados do direito à nacionalidade lusa; uma situação que deve ser alterada de imediato.
Todavia, e quando o caso merece a minha concordância, sou o primeiro a aplaudir qualquer ideia que possam transmitir – infelizmente as poucas que têm são, geralmente, impossíveis de levar à prática -; porém, a última que apresentaram aos representantes dos imigrantes, em Portugal, mesmo que impraticável, é pertinente e estranha-se que, só agora alguém tenha realmente falado nela com tanta clareza.
Pois a coligação CDU afirmou que vai propor, no próximo Parlamento, que os filhos de imigrantes nascidos em Portugal passem a gozar do direito de obtenção automática da nacionalidade portuguesa. Os comunistas consideram – e eu sublinho – “uma aberração” que aqueles direitos elementares de um qualquer cidadão, mesmo que imigrante, “não estejam reconhecidos”.
Ora, Angola tem mais de 20 mil imigrantes em Portugal, alguns dos quais nascidos neste país, mas que se vêem privados do direito à nacionalidade lusa; uma situação que deve ser alterada de imediato.
E as prisões têm capacidade?
Segundo pude ler no JA online, Neto de Miranda, juiz conselheiro do Tribunal Supremo, defende que todos os gestores que venham a ser responsabilizados e condenados por crimes de uso indevido de dinheiros públicos, deveriam não só devolver os respectivos fundos como cumprir pena de prisão.
Para aquele magistrado, um crime de peculato, quando efectuado com dolo, deve ser enquadrado por um tribunal criminal e, como tal, o gestor devrá ser severamente punido.
Segundo o juiz, e passo a citar “… quem comete um crime de peculato tem que, em primeira linha, responder criminalmente. E a pena da indemnização é uma pena acessória. Se um gestor está a apresentar mal as contas, e há esse sinal de que este gestor descaminhou valores, estamos perante uma questão que não é apenas de reintegração”.
E eu só pergunto. Haverá cadeias suficientes para acolher os citados gestores?
Para aquele magistrado, um crime de peculato, quando efectuado com dolo, deve ser enquadrado por um tribunal criminal e, como tal, o gestor devrá ser severamente punido.
Segundo o juiz, e passo a citar “… quem comete um crime de peculato tem que, em primeira linha, responder criminalmente. E a pena da indemnização é uma pena acessória. Se um gestor está a apresentar mal as contas, e há esse sinal de que este gestor descaminhou valores, estamos perante uma questão que não é apenas de reintegração”.
E eu só pergunto. Haverá cadeias suficientes para acolher os citados gestores?
08 fevereiro 2005
A Árvore da Vida moçambicana
Às vezes as nossas palavras são dispensáveis.
Daí que, com a devida vénia, retranscreva o artigo abaixo, da autoria de Gonçalo de Carvalho para a BBCPara África, sobre uma exposição artística moçambicana de conversão de armas em esculturas de Arte.
No Museu Britânico, no seu grande átrio central coberto logo à entrada, a Árvore da Vida, ou Tree of Life, serve de introdução à grande exposição sobre África, agora inaugurada.
Africa at the British Museum é o título genérico da exposição que vai permancer neste museu de Londres até ao próximo mês de Abril.
A Árvore da Vida, a simbolizar a dinâmica criativa dos africanos, é uma obra de artistas de Moçambique que, integrados no projecto TAE, "Transformar Armas em Enxadas", executam obras de arte a partir de armas do tempo da longa guerra civil que atingiu Moçambique.
"Este projecto incentiva outros a trocarem armas de morte por ferramentas para a vida". Dr Daleep Mukarji, director da Christian Aid.
O conflito de dezasseis anos, desde 1976 a 1992, deixou milhões de armas espalhadas por todo o país.
Era necessária uma iniciativa que convencesse a população a devolver as armas, de modo a que elas não viessem um dia a cair em mãos erradas.
Armas por Enxadas
Pormenor do tronco da Árvore da Vida
E assim surgiu em 1995 o projecto TAE, da autoria do Bispo Dom Dinis Sengulane em conjunto com o Conselho Cristão de Moçambique e com o apoio da ONG Christian Aid.
Inicialmente as armas eram todas destruídas mas, a certa altura, Dom Dinis considerou ser necessário deixar testemunhos para as próximas gerações.
E assim surgiu a ideia de transformar as antigas armas mortíferas da guerra em obras de arte.
O Museu Britânico teve conhecimento do trabalho que os artistas moçambicanos estavam a desenvolver e encomendou-lhes as obras que agora são uma das principais atracções da exposição Africa at the British Museum.
Tree of Life
A Árvore da Vida é uma escultura que pesa cerca meia tonelada e mede três metros de altura.
Feita inteiramente a partir de peças de armas de guerra, como metralhadoras AK-47, as conhecidas 'Kalashnikovs', pistolas e lança granadas, foram necessários três meses para a sua conclusão.
O Director do Museu Britânico, Neil MacGregor disse estar impressionado pelo modo como artistas moçambicanos constroem uma cultura de paz criando esculturas fascinantes a partir de armas mortíferas desmanteladas.
Como funciona o TAE?
"Trono" feito com armas entregues no projecto TAE
As populações moçambicanas, individualmente ou em grupo, devolvem o armamento que têm em seu poder ou cuja localização conheçam.
Em troca recebem instrumentos de trabalho que os possam ajudar a ganhar o seu sustento.
"Pode ser uma enxada, uma máquina de costura, uma bicicleta ou mesmo, no caso de uma aldeia que se juntou, um tractor". Hilário Nhatugueja, artista participante no TAE.
Esse instrumento de trabalho varia consoante o número de armas que forem entregues.
O tractor, por exemplo, foi trocado por 500 armas que a aldeia em conjunto recolheu.
O projecto TAE, nos seus nove anos de existência, já recolheu e desmantelou mais de 600.000 armas.
Mas há ainda milhões de pistolas, espingardas, metralhadoras e lança-granadas, que ainda não foram devolvidas.
Daí que, com a devida vénia, retranscreva o artigo abaixo, da autoria de Gonçalo de Carvalho para a BBCPara África, sobre uma exposição artística moçambicana de conversão de armas em esculturas de Arte.
No Museu Britânico, no seu grande átrio central coberto logo à entrada, a Árvore da Vida, ou Tree of Life, serve de introdução à grande exposição sobre África, agora inaugurada.
Africa at the British Museum é o título genérico da exposição que vai permancer neste museu de Londres até ao próximo mês de Abril.
A Árvore da Vida, a simbolizar a dinâmica criativa dos africanos, é uma obra de artistas de Moçambique que, integrados no projecto TAE, "Transformar Armas em Enxadas", executam obras de arte a partir de armas do tempo da longa guerra civil que atingiu Moçambique.
"Este projecto incentiva outros a trocarem armas de morte por ferramentas para a vida". Dr Daleep Mukarji, director da Christian Aid.
O conflito de dezasseis anos, desde 1976 a 1992, deixou milhões de armas espalhadas por todo o país.
Era necessária uma iniciativa que convencesse a população a devolver as armas, de modo a que elas não viessem um dia a cair em mãos erradas.
Armas por Enxadas
Pormenor do tronco da Árvore da Vida
E assim surgiu em 1995 o projecto TAE, da autoria do Bispo Dom Dinis Sengulane em conjunto com o Conselho Cristão de Moçambique e com o apoio da ONG Christian Aid.
Inicialmente as armas eram todas destruídas mas, a certa altura, Dom Dinis considerou ser necessário deixar testemunhos para as próximas gerações.
E assim surgiu a ideia de transformar as antigas armas mortíferas da guerra em obras de arte.
O Museu Britânico teve conhecimento do trabalho que os artistas moçambicanos estavam a desenvolver e encomendou-lhes as obras que agora são uma das principais atracções da exposição Africa at the British Museum.
Tree of Life
A Árvore da Vida é uma escultura que pesa cerca meia tonelada e mede três metros de altura.
Feita inteiramente a partir de peças de armas de guerra, como metralhadoras AK-47, as conhecidas 'Kalashnikovs', pistolas e lança granadas, foram necessários três meses para a sua conclusão.
O Director do Museu Britânico, Neil MacGregor disse estar impressionado pelo modo como artistas moçambicanos constroem uma cultura de paz criando esculturas fascinantes a partir de armas mortíferas desmanteladas.
Como funciona o TAE?
"Trono" feito com armas entregues no projecto TAE
As populações moçambicanas, individualmente ou em grupo, devolvem o armamento que têm em seu poder ou cuja localização conheçam.
Em troca recebem instrumentos de trabalho que os possam ajudar a ganhar o seu sustento.
"Pode ser uma enxada, uma máquina de costura, uma bicicleta ou mesmo, no caso de uma aldeia que se juntou, um tractor". Hilário Nhatugueja, artista participante no TAE.
Esse instrumento de trabalho varia consoante o número de armas que forem entregues.
O tractor, por exemplo, foi trocado por 500 armas que a aldeia em conjunto recolheu.
O projecto TAE, nos seus nove anos de existência, já recolheu e desmantelou mais de 600.000 armas.
Mas há ainda milhões de pistolas, espingardas, metralhadoras e lança-granadas, que ainda não foram devolvidas.
07 fevereiro 2005
Togo, o poder no sector castrense
Vítima de crise cardíaca que, infelizmente, não foi possível debelar em tempo útil o presidente do Togo, o general Gnassingé Eyadema, faleceu no dia 5 de Fevereiro último.
Face à Constituição vigente, o presidente interino, até eleições presidenciais, seria o presidente da Assembleia Nacional.
Só que, emergiu o grande problema de África. A força do poder castrense.
De facto, e logo de imediato, as forças armadas togolesas entregaram o poder a Faure Gnassingbé, um dos filhos de Eyadéma, “forçando” os deputados da Assembleia Nacional, numa reunião extraordinária, aprovarem uma emenda constitucional referente ao exercício da presidência, em caso de morte do chefe de Estado.
Ou seja, os militares tomaram, de jure, o poder no país.
Senão vejamos.
De acordo com a Constituição oficial do Togo, por morte ou impedimento do Chefe de Estado, cabe ao presidente da Assembleia Nacional, Fambaré Ouattara, assumir, interinamente, o poder.
Ora, na emenda à Constituição, os parlamentares destituíram o presidente da Assembleia, ausente do país, e “impediram” o seu retorno ao Togo; aboliram a chefia interina e declaram que o novo presidente está legitimado no poder até completar o mandato do seu predecessor.
Só que a CEDEAO decidiu efectuar uma reunião extraordinária no Níger sobre a situação no Togo; note-se que o presidente em exercício da Comunidade, o nigerino Mamadou Tandja, já afirmou que a tomada de poder no Togo foi uma clara violação das disposições constitucionais togolesas
A confirmar-se, como parece, que houve uma tomada de poder inconstitucional no país, e de acordo com a Carta da União Africana, é muito possível que possa haver uma tomada de posição mais forte pela UA; o presidente em exercício, o nigeriano Obasanjo, já afirmou que "não aceitará qualquer transferência anticonstitucional do poder no Togo".
Também a UE, diz estar a seguir de perto a situação no país, sem que tenha tomado qualquer posição clara quanto a um reconhecimento da designação de Gnassingbé como presidente.
Não devemos esquecer a força da França e o discreto apoio togolês recebido na questão marfinense.
Face à Constituição vigente, o presidente interino, até eleições presidenciais, seria o presidente da Assembleia Nacional.
Só que, emergiu o grande problema de África. A força do poder castrense.
De facto, e logo de imediato, as forças armadas togolesas entregaram o poder a Faure Gnassingbé, um dos filhos de Eyadéma, “forçando” os deputados da Assembleia Nacional, numa reunião extraordinária, aprovarem uma emenda constitucional referente ao exercício da presidência, em caso de morte do chefe de Estado.
Ou seja, os militares tomaram, de jure, o poder no país.
Senão vejamos.
De acordo com a Constituição oficial do Togo, por morte ou impedimento do Chefe de Estado, cabe ao presidente da Assembleia Nacional, Fambaré Ouattara, assumir, interinamente, o poder.
Ora, na emenda à Constituição, os parlamentares destituíram o presidente da Assembleia, ausente do país, e “impediram” o seu retorno ao Togo; aboliram a chefia interina e declaram que o novo presidente está legitimado no poder até completar o mandato do seu predecessor.
Só que a CEDEAO decidiu efectuar uma reunião extraordinária no Níger sobre a situação no Togo; note-se que o presidente em exercício da Comunidade, o nigerino Mamadou Tandja, já afirmou que a tomada de poder no Togo foi uma clara violação das disposições constitucionais togolesas
A confirmar-se, como parece, que houve uma tomada de poder inconstitucional no país, e de acordo com a Carta da União Africana, é muito possível que possa haver uma tomada de posição mais forte pela UA; o presidente em exercício, o nigeriano Obasanjo, já afirmou que "não aceitará qualquer transferência anticonstitucional do poder no Togo".
Também a UE, diz estar a seguir de perto a situação no país, sem que tenha tomado qualquer posição clara quanto a um reconhecimento da designação de Gnassingbé como presidente.
Não devemos esquecer a força da França e o discreto apoio togolês recebido na questão marfinense.
06 fevereiro 2005
Quando as comadres começam a divergir
Interessante artigodo Semanário Angolense citado no AngoNotícias sobre as divergências entre o primeiro-ministro Fernando “Nando” dos Santos e o seu adjunto Aguinaldo Jaime, antigo Governador do Banco de Angola.
De acordo com o articulista desde que assumiu o cargo, “Nandó não só não tem escondido o desdém que tem pela chefia da equipa económica, como também já deu mostras que passa bem sem Aguinaldo Jaime”.
Ainda segundo o SA numa visita ao BNA, o primeiro-ministro, à frente de todo o seu staff ministerial fez saber a Jaime que a sua presença era pouco bem-vinda levando o adjunto a retirar-se “embaraçado quanto baste”.
Ainda de acordo com o SA o pm Nandó já terá solicitado ao presidente Eduardo dos Santos a demissão de Aguinaldo Jaime, pretensão essa que parece não ter nem provimento nem resposta.
Ora, segundo uma fonte anónima observadora (no que toca a Angola parece que as fontes agora são todas anónimas ou devida e providencialmente anonimizadas – veja-se o artigo do Notícias Lusófonas, que pelo conteúdo e por aquilo que tenho lido, me surpreendeu, ou talvez não tendo em conta a aproximação das eleições e da tentativa de apropriação de nomeações por parte de eventuais negociadores, - citado pelo SA, o pm deveria ter sugerido era a “extinção do seu próprio cargo. Se nem sequer consegue disciplinar os seus próprios filhos, frequentemente envolvidos em arruaças públicas, como é que pretende ser respeitado como primeiro-ministro?”
Por certo que o articulista e o tal observador se lembravam do caso das galhetas dadas por um dos filhos de Nandó ao representante adjunto do Banco Mundial em Angola, Onisie Lambert.
É certo que Aguinaldo Jaime nunca mostrou competência para o cargo onde esteve anteriormente )por razões profissionais estou à vontade para o afirmar), mas... algum dos outros seus colegas de bancada, também mostraram alguma competências em eventuais cargos anteriores (não foi o ministro das Obras Públicas sumária e singularmente despedido do cumulativo cargo de Coordenador da Comissão de gestão Administrativa de Luanda?) então porque não há-de estar mais um “deficitário” no Governo, como o sr. Aguinaldo Jaime.
Ora isto só parece uma zanga de comadres.
E em vésperas de eleições legislativas… os casos prometem.
04 fevereiro 2005
Eleições portuguesas
Divagações sobre as eleições portuguesas podem ser lidas nos dois sítios abaixo:
1. no Angonoticias (já antes referido) sob o título"As eleições portuguesas e as Relações com os Palop" recitado no Democracia Liberal;
e
2. no eusou.com/jornalistas, sob o título "Esta campanha... que primeiro-ministro nos trará o 20 de Fevereiro?".
E por aqui, salvo algum cataclísmico acordar de ideias que possam interessar aos eleitores e aos imigrantes que pagam religiosamente os seus impostos, me ficarei.
1. no Angonoticias (já antes referido) sob o título"As eleições portuguesas e as Relações com os Palop" recitado no Democracia Liberal;
e
2. no eusou.com/jornalistas, sob o título "Esta campanha... que primeiro-ministro nos trará o 20 de Fevereiro?".
E por aqui, salvo algum cataclísmico acordar de ideias que possam interessar aos eleitores e aos imigrantes que pagam religiosamente os seus impostos, me ficarei.
Palavras soltas num 4 de Fevereiro de 2005
Mais um ano, mais um 4 de Fevereiro.
Nunca uma data foi tão apropriada pela sociedade civil e política como tem sido o 4 de Fevereiro. Igual, penso, que só o 25 de Abril, em Portugal
Ninguém, de bom senso, contesta que por detrás do 4 de Fevereiro, estiveram militantes e simpatizantes do MPLA; como também estavam integrados membros revolucionários da sociedade civil e eclesiástica angolana da altura.
Por isso é um absurdo ver tanta gente em bicos de pés a tentar assenhorar-se desta data, tão importante para a libertação angolana, como é o 4 de Fevereiro.
Tal como o 15 de Março, que marca o efectivo começo da luta armada, levada a efeito pela UPA/FNLA; como o 16 de Março, no grito de Muangai, com a UNITA; como, ainda, o não menos importante 4 de Janeiro, na Baixa de Kassanje; como, também, qualquer outra data que, por este ou aquele motivo, ficou esquecida numa qualquer gaveta, num qualquer dossiê, num qualquer recanto da memória.
Acho que é altura dos partidos deixarem de se apropriar das grandes datas e lembrarem-se que, se elas existiram, não se deveu a este ou aquele membro da sociedade ou de partido (sem com isto tirar qualquer mérito a quem a deles é claramente credor) mas a todo um povo que sempre suspirou pela sua autonomia e independência.
Vivam os libertadores de Angola, sejam eles quem foram.
Nunca uma data foi tão apropriada pela sociedade civil e política como tem sido o 4 de Fevereiro. Igual, penso, que só o 25 de Abril, em Portugal
Ninguém, de bom senso, contesta que por detrás do 4 de Fevereiro, estiveram militantes e simpatizantes do MPLA; como também estavam integrados membros revolucionários da sociedade civil e eclesiástica angolana da altura.
Por isso é um absurdo ver tanta gente em bicos de pés a tentar assenhorar-se desta data, tão importante para a libertação angolana, como é o 4 de Fevereiro.
Tal como o 15 de Março, que marca o efectivo começo da luta armada, levada a efeito pela UPA/FNLA; como o 16 de Março, no grito de Muangai, com a UNITA; como, ainda, o não menos importante 4 de Janeiro, na Baixa de Kassanje; como, também, qualquer outra data que, por este ou aquele motivo, ficou esquecida numa qualquer gaveta, num qualquer dossiê, num qualquer recanto da memória.
Acho que é altura dos partidos deixarem de se apropriar das grandes datas e lembrarem-se que, se elas existiram, não se deveu a este ou aquele membro da sociedade ou de partido (sem com isto tirar qualquer mérito a quem a deles é claramente credor) mas a todo um povo que sempre suspirou pela sua autonomia e independência.
Vivam os libertadores de Angola, sejam eles quem foram.
03 fevereiro 2005
Crónica da morte de uma Árvore
Crónicas de Luanda, por José Tramagal
Tinha cerca de trinta anos, quando faleceu. Era ainda muito jovem e tinha um promissor caminho pela frente. Cheia de saúde e assim morrer tão prematuramente, os frutos saborosos com que nos deliciava e a sua sombra de frescura terminaram no reino inglório do lixo.
Era uma mangueira muito orgulhosa de viver sempre em pé. Fazia parte das nossas vidas. Vivia nas trazeiras de tres prédios, onde existia um grande largo que a juventude utilizava para disputar campeonatos de futebol. Junto a ela vivia um homem de idade avançada, numa modesta habitação, e por motivos de saúde e também pela idade, contactou com um general para a venda da habitação. Feito o negócio, de seguida surgem alguns militares, um arquitecto, e um engenheiro que começam a rodear a mangueira. De início com curiosidade, olham-na de cima a baixo. Depois olham-na como inimiga, os soldados trepam-na, e a rir como a festejar uma grande vitória contra um inimigo poderoso, tratam de esquartejar primeiro os seus ramos mais pesados, mais volumosos. A árvore começa lentamente a sentir o seu fim a aproximar-se, e por entre suspiros e lamentos e gritos silenciosos, como só as árvores sabem fazer, sons que os seres humanos não ouvem, não querem ouvir.
E a árvore continua a resistir ao assédio. Com muito heroísmo resiste a cada golpe que sem piedade, lhe assestam os seus inimigos poderosos. Já estava quase careca, desnuda. Creio que se sentia muito envergonhada, da sua nudez. Restava apenas o tronco que teimosamente insistia em estar ligado á terra mãe. Áquela que a viu nascer. E por isso a terra sentiu-se ferida. E num ronco descomunal, surgiu uma fera de metal, que lançava fumo por todos os lados, como um dragão invencivel, e com uma pá de ferro, mergulhou nas entranhas da terra e retirou as raizes, o esqueleto, tudo o que restava da pobre árvore, ficando no seu lugar uma cratera, como se de um campo de batalha se tratasse.
Depois, entre o tilintar de copos de bebida, o general, os seus soldados o arquitecto, e o engenheiro, beberam á saúde de menos um inimigo no campo de batalha. A seguir vieram as máquinas e nivelaram a terra, para apagar os vestigios desta descomunal batalha. Depois outra máquina chegou e despejou cimento e areia. Os tijolos e demais materiais já aguardavam para completar mais uma obra de construção civil. Passados poucos dias já ninguém se lembrava que aqui tinha existido uma árvore, uma mangueira. No seu lugar iria ficar mais uma árvore de cimento e areia.
Tinha cerca de trinta anos, quando faleceu. Era ainda muito jovem e tinha um promissor caminho pela frente. Cheia de saúde e assim morrer tão prematuramente, os frutos saborosos com que nos deliciava e a sua sombra de frescura terminaram no reino inglório do lixo.
Era uma mangueira muito orgulhosa de viver sempre em pé. Fazia parte das nossas vidas. Vivia nas trazeiras de tres prédios, onde existia um grande largo que a juventude utilizava para disputar campeonatos de futebol. Junto a ela vivia um homem de idade avançada, numa modesta habitação, e por motivos de saúde e também pela idade, contactou com um general para a venda da habitação. Feito o negócio, de seguida surgem alguns militares, um arquitecto, e um engenheiro que começam a rodear a mangueira. De início com curiosidade, olham-na de cima a baixo. Depois olham-na como inimiga, os soldados trepam-na, e a rir como a festejar uma grande vitória contra um inimigo poderoso, tratam de esquartejar primeiro os seus ramos mais pesados, mais volumosos. A árvore começa lentamente a sentir o seu fim a aproximar-se, e por entre suspiros e lamentos e gritos silenciosos, como só as árvores sabem fazer, sons que os seres humanos não ouvem, não querem ouvir.
E a árvore continua a resistir ao assédio. Com muito heroísmo resiste a cada golpe que sem piedade, lhe assestam os seus inimigos poderosos. Já estava quase careca, desnuda. Creio que se sentia muito envergonhada, da sua nudez. Restava apenas o tronco que teimosamente insistia em estar ligado á terra mãe. Áquela que a viu nascer. E por isso a terra sentiu-se ferida. E num ronco descomunal, surgiu uma fera de metal, que lançava fumo por todos os lados, como um dragão invencivel, e com uma pá de ferro, mergulhou nas entranhas da terra e retirou as raizes, o esqueleto, tudo o que restava da pobre árvore, ficando no seu lugar uma cratera, como se de um campo de batalha se tratasse.
Depois, entre o tilintar de copos de bebida, o general, os seus soldados o arquitecto, e o engenheiro, beberam á saúde de menos um inimigo no campo de batalha. A seguir vieram as máquinas e nivelaram a terra, para apagar os vestigios desta descomunal batalha. Depois outra máquina chegou e despejou cimento e areia. Os tijolos e demais materiais já aguardavam para completar mais uma obra de construção civil. Passados poucos dias já ninguém se lembrava que aqui tinha existido uma árvore, uma mangueira. No seu lugar iria ficar mais uma árvore de cimento e areia.
02 fevereiro 2005
Guebuza tomou posse e os outros?
Moçambique viu hoje o seu terceiro presidente tomar posse.
Se pensarmos que, depois da África do Sul, foi o primeiro país a ver um presidente dar posse a outro escrutinado por via democrática e pelo voto popular directo, então muito teremos de aplaudir.
Já a Namíbia o fez; é certo. Mas… ainda não deu posse ao novo presidente, o que deve acontecer em Março.
Agora é Mugabe que anunciou eleições para finais de Março próximo; pois… mas só as legislativas.
Enquanto isso, Angola continua a discutir, quando, como e se constitucionalmente deve-se, ou não, alterar as leis eleitorais e sob que Lei Constitucional se devem reger. A nova que ainda não viu a sua ratificação política; ou a vigente, bastas vezes criticada e sob eterna suspeita, principalmente quando as Comissões preparatórias eleitorais regionais são encabeçadas pelos Governadores provinciais.
Entretanto o povo começa a desesperar.
A vida social, económica e política angolana não pode, eternamente, continuar à espera.
Se pensarmos que, depois da África do Sul, foi o primeiro país a ver um presidente dar posse a outro escrutinado por via democrática e pelo voto popular directo, então muito teremos de aplaudir.
Já a Namíbia o fez; é certo. Mas… ainda não deu posse ao novo presidente, o que deve acontecer em Março.
Agora é Mugabe que anunciou eleições para finais de Março próximo; pois… mas só as legislativas.
Enquanto isso, Angola continua a discutir, quando, como e se constitucionalmente deve-se, ou não, alterar as leis eleitorais e sob que Lei Constitucional se devem reger. A nova que ainda não viu a sua ratificação política; ou a vigente, bastas vezes criticada e sob eterna suspeita, principalmente quando as Comissões preparatórias eleitorais regionais são encabeçadas pelos Governadores provinciais.
Entretanto o povo começa a desesperar.
A vida social, económica e política angolana não pode, eternamente, continuar à espera.
01 fevereiro 2005
Falta de combustível em Luanda?
“Luanda regista neste momento uma escassez de combustível. Longas filas de viaturas junto às bombas, é o cenário que actualmente caracteriza a cidade capital de Angola, resultado da procura do produto por parte dos automobilistas.
Em declarações à Emissora Católica de Angola, o assessor de imprensa da Sonangol Distribuidora, Miguel Mendonça, tranquilizou os automobilistas embora não tenha havido um aviso prévio da Sociedade de Combustível de Angola que acautelasse os automobilistas e outros consumidores.
Segundo ele, não existe qualquer tipo de falha no abastecimento de combustível “o que está a acontecer de facto, é alguma morosidade atendendo alguns trabalhos de melhoramento que estão a ocorrer nas nossas instalações de stockagem da Boavista”, alertou.”
Num país que, há pouco tempo, atingiu a cifra de 1.000.000 de barris/dia…
Sem comentários
Em declarações à Emissora Católica de Angola, o assessor de imprensa da Sonangol Distribuidora, Miguel Mendonça, tranquilizou os automobilistas embora não tenha havido um aviso prévio da Sociedade de Combustível de Angola que acautelasse os automobilistas e outros consumidores.
Segundo ele, não existe qualquer tipo de falha no abastecimento de combustível “o que está a acontecer de facto, é alguma morosidade atendendo alguns trabalhos de melhoramento que estão a ocorrer nas nossas instalações de stockagem da Boavista”, alertou.”
Num país que, há pouco tempo, atingiu a cifra de 1.000.000 de barris/dia…
Sem comentários
CPLP, a cooperação desportiva
Por vezes, onde os políticos falham, é a sociedade civil que tem de dar mostras de como se deve fazer as coisas.
É o caso da cooperação.
Ontem vimos como uma co-produção cinematográfica encheu de orgulho duas Nações carentes de feitos, que não desportivos.
Hoje, vemos que, em Macau, os Comités Olímpicos Nacionais dos países lusófonos decidiram instituir a Associação dos Comités Olímpicos de Língua Oficial Portuguesa (ACOLOP) e levar a efeito, em Agosto do próximo ano, os 1ºs Jogos da ACOLOP, um evento multi-desportivo que visa encorajar os atletas oriundos da CPLP a uma maior participação através de uma variedade de desportos mais diversificada para, desta forma, contribuir para uma maior aproximação, através do desporto, entre os países e regiões que usam o mesmo suporte linguístico: a língua portuguesa.
As primeiras modalidades desportivas que irão fazer parte deste evento serão: atletismo, basquetebol, voleibol de praia, ténis de mesa, taekwondo e futsal, sendo que estas duas últimas, e numa primeira fase, para selecções masculinas.
Não há dúvida.
Por vezes é nas coisas menos previsíveis que os grandes eventos começam.
Foi no cinema; tem sido, discretamente, na economia; agora no desporto.
Pode ser que no futuro a cooperação tenha, realmente, algum sentido.
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