São 8 os candidatos que se perfilam para ocupar o palácio presidencial: José Ramos Horta, o actual primeiro-ministro que se apresenta como independente (de quem?); Francisco Guterres “Lu Olo”, antigo líder da resistência armada e actual Presidente da Assembleia Nacional, apoiado pela Fretilin; Fernando “Lasama” de Araújo, do Partido Democrático; João Viegas Carrascalão, da União Democrática Timorense (UDT); Francisco Xavier do Amaral, o primeiro presidente de Timor-Leste antes da ocupação indonésia e candidato pela Associação Social Democrática (ASD); Manuel Tilman, como independente e defensor do predomínio das chefaturas locais; Avelino Coelho da Silva, do Partido Socialista; e Lúcia Freitas Lobato, do Partido Social Democrático (PSD).
A única questão que aqui se põe não é quem ganhará a cadeira do poder mas quem os australianos, os “aussies”, melhor manobrarão.
Porque não tenhamos dúvidas –que a CPLP há muito que deixou de as ter – quem manda em Timor-Lorosae são os australianos e, por essa razão, serão eles que determinarão a composição do poder em Dili.
Ou seja…
Ramos Horta para a presidência e Xanana para primeiro-ministro.
Ou será que a dupla jogou forte, muito forte – não esquecer que Ramos Horta é um brilhante e tenaz diplomata –, e depois de estar no poder e de, eventualmente, ter assentado o pó e “desterrado” quem mais e melhor gozou dos privilégios oferecidos(?!) pelos “aussies”, como o major Alfredo Reinado, por exemplo, procurará mandar os vizinhos do sul às ortigas e fomentar a real independência do país.
Vamos acreditar que é possível prever o quase impossível!
Tudo porque os australianos já mostraram que não gostam que brinquem com as suas bochechas e, por muito menos, já entraram no país do crocodilo e procuraram – e quase conseguiram – fazer deste um estado subserviente.
O problema dos australianos é que em Timor-Lorosae fala-se tétum e português que os brasileiros, ao contrário da CPLP e de quem ofereceu, inicialmente, a língua, não deixam esquecer e estão lá os “malditos” paramilitares da GNR que, não raras vezes, descobre pontas perdidas onde os “aussies” nem rolos vêem.
Só esperemos que em caso de vitória de Ramos Horta, nas presidenciais, e de Xanana, nas legislativas, Mari Alkatiri, que dizem ter dito “que não reconhecerá nenhum resultado que não seja a própria vitória”, não acabe por dar razão a quem o demitiu em meados de 2006.
Povo timorense tem de ser soberano e não deixar que aquilo que deveria tirá-lo da pobreza endémica em que se encontra, o petróleo, acabe por ser a sua desgraça.
Como muito bem alerta a Manchete do Notícias Lusófonas, quando se tem petróleo e vizinhos como a Austrália é [quase] (im)possível ser (in)dependente! (o quase é meu)…
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