"Poderia e gostaria de começar este artigo de outra forma que não fosse relembrar que em Gaza (Palestina), no Kivu (Rep. Dem. do Congo) e em outras paragens, principalmente africanas, os trovões que assinalaram a passagem de ano deveram-se não a festejos pelo Dia Mundial da Paz mas, e tão só, devido à guerra.
E sendo locais “favoritos” da guerra o que as pode diferenciar?
Desde logo, e à primeira vista, o facto de Gaza ser na Ásia, embora mesmo ao lado de África, e Kivu ser no centro de África. Só por si isto já seria um motivo para as diferenciar.
Seria se não fosse o facto de ambas regiões estarem sob o espectro da guerra, de massacres que a mesma sempre provoca e de vítimas inocentes, porque também as há.
Mas há outros factores que diferenciam Gaza de outras regiões onde persistem crises militares, massacres, violações, assassinatos e tudo o que de mais abjecto acompanha as guerras.
Em Gaza os povos que lá a habitam têm uma coloração semelhante às dos países que mais têm vociferado – e bem, diga-se, – contra os cobardes ataques de mísseis sobre populações civis levados a efeito por uma organização considerada, mesmo no areópago que é a ONU, como terrorista, o Hamas, e que não reconhece a existência de Israel; também esses países exigem de Israel o fim dos ataques e o massacre que os seus raids aéreos e terrestres têm provocado sabendo que os terroristas, como cobardes que são, se acoitam entre os civis na esperança de não serem atacados ou passarem incólumes. E como isso não demove Israel, os civis, nomeadamente crianças, acabam por ser alvos fáceis dos ataques.
Em Kivu os povos que lá habitam são, não raras as vezes, vistos como sub-humanos, como não-gente, pelos mesmos Países que agora tão solidariamente se preocupam com uma parte da Palestina. São, de facto, sub-humanos porque são esses países que não se interessam pela sua condição enquanto pessoas, enquanto seres vivos. Como alguns diriam, embora soa pejorativamente como uma crítica racista – e não me admiraria que o editor, por pudor, e muito bem, registo, retirasse esta frase – são somente… pretos!
Mas há mais quanto ao que difere Gaza de outras regiões onde ciclicamente existem focos de guerra ou crises sociais humanitárias: seja em Kivu, no Zimbabué, na Somália, ou seja – ainda se lembram onde é? – no Darfur. (...)" (Pode continuar a ler aqui)
Publicado no semanário santomense , edição 199, de 17 Janeiro 2009
E sendo locais “favoritos” da guerra o que as pode diferenciar?
Desde logo, e à primeira vista, o facto de Gaza ser na Ásia, embora mesmo ao lado de África, e Kivu ser no centro de África. Só por si isto já seria um motivo para as diferenciar.
Seria se não fosse o facto de ambas regiões estarem sob o espectro da guerra, de massacres que a mesma sempre provoca e de vítimas inocentes, porque também as há.
Mas há outros factores que diferenciam Gaza de outras regiões onde persistem crises militares, massacres, violações, assassinatos e tudo o que de mais abjecto acompanha as guerras.
Em Gaza os povos que lá a habitam têm uma coloração semelhante às dos países que mais têm vociferado – e bem, diga-se, – contra os cobardes ataques de mísseis sobre populações civis levados a efeito por uma organização considerada, mesmo no areópago que é a ONU, como terrorista, o Hamas, e que não reconhece a existência de Israel; também esses países exigem de Israel o fim dos ataques e o massacre que os seus raids aéreos e terrestres têm provocado sabendo que os terroristas, como cobardes que são, se acoitam entre os civis na esperança de não serem atacados ou passarem incólumes. E como isso não demove Israel, os civis, nomeadamente crianças, acabam por ser alvos fáceis dos ataques.
Em Kivu os povos que lá habitam são, não raras as vezes, vistos como sub-humanos, como não-gente, pelos mesmos Países que agora tão solidariamente se preocupam com uma parte da Palestina. São, de facto, sub-humanos porque são esses países que não se interessam pela sua condição enquanto pessoas, enquanto seres vivos. Como alguns diriam, embora soa pejorativamente como uma crítica racista – e não me admiraria que o editor, por pudor, e muito bem, registo, retirasse esta frase – são somente… pretos!
Mas há mais quanto ao que difere Gaza de outras regiões onde ciclicamente existem focos de guerra ou crises sociais humanitárias: seja em Kivu, no Zimbabué, na Somália, ou seja – ainda se lembram onde é? – no Darfur. (...)" (Pode continuar a ler aqui)
1 comentário:
O que é mais triste é que mídia sabe de tudo que ocorre na África, mas a ignora. Prefere noticiar Gaza (claro por causa dos judeus e Israel, que tem grabnde influência mundial) do que falar sobre África. Muita gente acha que não existe vida na África, apenas safaris e animais selvagens. Porém, na África existem muitas tragédias. E para isso a ONU e o mundo viram as costas.
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