02 setembro 2009

A cidade do Lobito está quase centenária


(A Ponte sobre Catumbela já completa mas ainda sem uso como se nota pelas imagens do Semanário Angolense, ed. 331, de 29 de Agosto passado)



(A Ponte sobre o Catumbela, em Maio passado, quando estava quase a terminar a ligação e demorávamos mais de 30 minutos a atravessar a ponte metálica; imagem ©Elcalmeida)

2 de setembro de 2009, a cidade, a minha cidade, – e o município do Lobito – faz hoje 96 anos!

No dia que entra no 97º ano de vida será que a
ponte, a belíssima ponte sobre o rio Catumbela – que une as duas cidades-irmãs do Lobito e Benguela através da nova via-rápida –, vai ser, finalmente, inaugurada ou Luanda vai continuar a impor os seus cânones e manter a ponte longe dos automobilistas que demandam as duas cidades e perdem horas para atravessar o rio na antiga ponte do CFB?

Agora que entra no 97º ano de vida, será que a mais bela – desculpem, pode não ser, mas para mim é e será sempre – cidade angolana, a cidade dos flamingos (fugidos ou expulsos), das salinas – por onde é que elas andam? – e dos jardins (que estão todos secos ou desaparecidos), vai voltar a ver os verdes dos jardins, os flamingos que têm uma estátua a perpetuá-los e, acima de tudo, recuperar as ruas e avenidas e voltar a dar-lhes os seus – ou novos – nomes topónimos para melhor os turistas os identificar?

Há entrada do 97º ano de vida, será que o porto do Lobito vai ser, de novo, a principal porta de entrada para o interior angolano e centro-austral africano, através do CFB, agora que todas as linhas ferroviárias nacionais estão desminadas? Será que aqueles navios pesqueiros espanhóis “depositados” e, parece, abandonados, à esquerda da belíssima, ainda que um pouco estragada, portas-do-mar vão ser removidos e, caso possível, devidamente recuperados para voltarem à faina piscatória?

Ou será que as autoridades só vão continuar a se preocupar que fizeram em 30 anos cerca de
470 novas salas de aula quando antes da independência a cidade só tinha 68 salas? Se considerarmos que a cidade estava “formatada” para cerca de 150 mil habitantes e no município viver cerca de 1,5 milhão, mais de um milhão na cidade, ou seja, cerca de 10 vezes mais, normal seria, até porque a maioria da população é jovem e em idade escolar que também tivesse quase duplicado o número de salas de aula… Mas quando a administração parece se preocupar em eventualmente expulsar os jovens de certos lugares “que poderão ferir certas vistas” e os coloca em lugares ainda menos próprios para habitação, não me parece que seja uma política de exclamação, mas…

A cidade, ainda assim, parece, pelo menos quando lá estive em Maio passado, que quer recuperar algum do seu esplendor anterior.

Vamos aguardar e esperar que a administração esqueça as directrizes políticas (seja de partidos, seja, principalmente de
certas personalidades do porto) e faça com que o próximo 97º aniversário mostre que muito se está a fazer para além das salas de aula, como, e louve-se, afirmar a reserva das tartarugas marinhas na Praia do Egipto ou se preocupa com o problema da Restinga, salvar a minha Restinga

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